Ladeira abaixo
Em competições ou em momentos de lazer, os adeptos do drift trike tomam as ruas da cidade e destacam-se no cenário nacional
O drift trike chegou ao Brasil, importado dos Estados Unidos, há cerca de quatro anos. É dividido em duas categorias: speed e slide. Na primeira, a ideia é pegar velocidade e os concorrentes se enfrentam em uma corrida. A outra é mais complexa, com curvas e obstáculos a serem superados. Em Brasília, alguns adeptos já praticavam desde a chegada do esporte no país. Foi há dois anos, no entanto, que foram formadas equipes oficiais de drift trike, quando Diego Rocktrike descobriu a modalidade, construiu o seu próprio triciclo e começou a reunir pessoas que praticavam o esporte há mais tempo. Desde então, começou a organizar encontros, eventos e viagens. Com o sucesso do trike que fez para si próprio, Diego começou também a fabricar trikes para venda. “Eu trabalhava com informática e sou músico, virei também atleta, empresário e organizador de eventos”, conta.
A idade média dos atletas de drift trike varia entre 30 e 40 anos, mas famílias inteiras acabam se envolvendo. Há três anos, Gildo Cruz, conhecido como Formigão, foi andar de carrinho de rolimã na Ermida Dom Bosco com os três filhos e o genro e lá descobriram o trike. Os quatro resolveram fazer os próprios trikes. Até as duas filhas de Gildo entraram na onda radical por um tempo. “Depois começamos a exagerar nas ladeiras e elas pararam”, conta. O gosto pela aventura passou também de avô para neto. Quando a pista não é tão íngreme, Formigão leva o pequeno Caynã Rodrigues, de 4 anos, que não quer saber de triciclo infantil. Acha o trike mais desafiador. “Já está no sangue dele”, garante Gildo.
Em uma semana, praticando todos os dias, ele ficou craque. Antes, era adepto do motocross. Para ele, foi uma ótima troca: “O drift trike também é um esporte com muita adrenalina e é bem mais barato”. Um trike pode ser feito em casa, mas quem não tiver a habilidade pode comprar um a partir de R$ 800. Uma das melhores memórias que Jabes tem do drift trike é descer a pista dos condomínios do Lago Sul em direção à Ponte JK. De madrugada e com um carro batedor à frente, os atletas desceram, segundo ele, a cerca de 90 km/h. “Foi muito gostoso e muito bonito. Só experimentando para saber como é.”