Comida natural
Cresce a procura por alimentos não industrializados para cães e gatos. Refeições completas ou apenas petiscos livres de conservantes e outros aditivos são opções saudáveis, mas apenas se respeitarem as necessidades nutricionais dos pets
Ossinhos, bifinhos e outros petiscos são importantes para agradar aos pets ou recompensá-los nos treinamentos. Contudo, o excesso de ingredientes processados, sódio, gorduras e conservantes pode colocar em risco o organismo de cães e gatos, desencadeando diversas complicações. “Muitos petiscos industrializados são ricos em farinhas de cereais, açúcar, sal, além de flavorizantes, aromatizantes, corantes e conservantes”, explica a médica veterinária Sonali Ribeiro, especializada em nutrição clínica.
“Eles estão associados a problemas gastrointestinais, sobrepeso e alergias. Ainda que sejam fortificados com vitaminas e minerais, não devem ser ofertados em grandes quantidades e, se possível, deve-se optar por petiscos mais naturais, com ingredientes mais nutritivos e com menos químicos”, orienta a veterinária. Ela lembra que os ossinhos de couro podem, inclusive, conter soda cáustica, porque são lavados com produtos químicos fortes para adquirir a cor branca.
Mas a gulosa Laika também recebe — ou surrupia — agradinhos fora das refeições. “Sempre damos os petiscos como reforço positivo às atitudes legais dela. Mas, quando não damos, ela sempre dá um jeito de roubar”, entrega Nathalia. Como a veterinária proibiu os bifinhos industrializados, a dona decidiu fazer os próprios petiscos: frango desfiado e tiras de frango desidratados. “Começamos a chamar de Filé Miau, referindo-nos aos churrasquinhos de rua que diziam ser de gato.” O sucesso dos filés de Laika foram tamanho que Nathália, agora, aceita encomendas.
Também foi cozinhando para o próprio cachorro, o buldogue campeiro Bob, que a designer Andréia Monteiro acabou se tornando uma verdadeira chef de cuisine pet. No cardápio da Pet Deli, empresa de marmitinhas gourmet, ela oferece quitutes, como cupcake de cenoura com mel silvestre, produzido sem lactose; minibrownies de fígado com chia, pipoquinha crocante de moela de frango, pãozinho de inhame com peito de frango e cenoura, e biscoito de ricota recheado com farinha de amora, entre outras iguarias. Tudo feito sem corantes, conservantes, sal e açúcar.
A empresária Thais Souza faz até sorvete natural para os cachorros. Em 2009, no primeiro aniversário do schnauzer Theo, ela procurou alimentos saudáveis nas pet shops da cidade, mas não encontrou nada nesse perfil. “Então comecei a buscar alternativas mais saudáveis, com menos sódio e conservantes, por exemplo”, conta. Dois anos depois, ela passou a fazer pesquisas com veterinários e, com a chegada de Leo, adotado em 2012, Thais adotou de vez as refeições e petiscos naturais. O cachorrinho era vítima de maus-tratos e chegou à casa da empresária com diversos problemas de saúde. Em vez de remédios, Leo foi medicado com nutrição.
Os petiscos foram aprovados pelo chow chow Gyro, de 7 anos. Apesar de o pet não ter problemas de saúde, há um mês, Thassia Delphino de Lima e Juliano Ferreira da Silva adotaram o quitute de fígado desidratado para os momentos de agradinho ao cão. “Quando eu chego com o pacotinho, ele fica doido”, diz Thassia, que costuma oferecer um pedaço do petisco por dia. “Antes, a gente dava o bifinho de frango vendido em pet shop, mas agora ele come só esse de fígado”, conta.