De quem nos orgulhamos
As histórias de 11 brasilienses, de nascimento ou de coração, que conquistaram o sucesso em 2014
Elegemos o primeiro governador da chamada geração Brasília, Rodrigo Rollemberg. Na política, também acompanhamos a impressionante votação de José Antônio Reguffe ao Senado. Na área cultural, vimos o cinema candango renascer com o talento de Adirley Queiroz. No esporte, brasilienses conquistam espaços inéditos: Felipe Nars na Fórmula 1 e Cairo Santos no futebol americano. Além deles, mostramos o trabalho social de Nazareth Teixeira da Costa, a moda de Janaína Ortiga e o elogiado design dos jovens da Sartto.
Primeiro representante da geração Brasília a assumir o Palácio do Buriti, ele veio para a cidade em 1960, com 9 meses, quando o pai dele, Armando Leite Rollemberg, trocou o Rio de Janeiro pela nova capital. Com Armando, vieram a mulher, Teresa, e os primeiros dos 15 filhos do casal. Os Rollemberg ocuparam um apartamento no primeiro andar do Bloco E da 206 Sul, onde a reportagem de Encontro Brasília foi recebida para uma entrevista.
Sem paletó nem gravata, Rodrigo faz questão de ressaltar a simplicidade com que sempre encarou a vida, mesmo tendo assumido alguns dos maiores cargos da vida pública nacional, de deputado distrital a senador. “A primeira vez que tive segurança particular foi nos 10 últimos dias de campanha para governador, porque o clima estava esquentando. Não uso carro oficial. E lhe adianto uma coisa: não vou morar na Residência Oficial de Águas Claras.”
Aos 55 anos, Rollemberg dispensa também ternos, calçados e relógios de grifes. Não é de viajar com a família para o exterior, prefere sua fazenda no Entorno e a casa de praia da família, em Aracaju (SE). Só não abre mão de um bom vinho e de motorista. “Ele gosta de vinho, acha-se um expert, mas entende muito pouco”, brinca Marcelo Dourado, um dos melhores amigos e mais próximo assessor político.
O governador eleito nunca teve especialista para cuidar da sua imagem. Ultimamente, tem ouvido mais a mulher em uma tentativa de compor melhor o vestuário. Ele sabe que, agora, eleito governador, terá de abrir mão de muitos dos seus hábitos. ”Não devo ter mais tanto tempo para correr e cuidar da minha roça. Mas prometo fazer o que mais gosto pelo coletivo, pela minha cidade, que é cuidar do nosso verde, da nossa qualidade de vida.”
Do compatriota, recebeu as boas-vindas: “Estou feliz por ele. É ótimo para o Brasil ter mais competidores. Agora é seu momento”, disse Massa, em entrevista coletiva. Elogios não faltaram ao jovem piloto. Considerado “inteligente e maduro”, ele demonstra ter as principais características que a F1 mais procura nos novatos. É determinado: “Quero fazer boas corridas, marcar pontos e quem sabe até subir ao pódio. Antes, porém, quero ajudar a Sauber e participar a fundo de tudo o que a equipe faz”, disse Nasr a Encontro Brasília.
Ter nascido em uma família apaixonada pelo esporte é, para Felipe, a sua “grande sorte”. Os pais, Samir e Eliane, sempre o apoiaram – desde as corridas de kart, que começaram aos 7 anos, até a decisão de se mudar para Novara (cidade pequena no norte da Itália, sede da Equipe Eurointernational), aos 16. “Os domingos na casa da minha avó Salma sempre foram uma referência, inclusive nos dias de corrida que a equipe da família participa de campeonatos de F3 ou StockCar e Turismo.” O pai trabalha na Amir Nasr Racing, empresa que leva o nome do tio, pela qual Felipe começou a correr.
Pela pouca idade, os títulos do piloto são numerosos e, claro, ele gosta de enumerar os principais: no kart, foi campeão brasileiro por três anos e ganhou o campeonato brasiliense cinco vezes. Na Europa, foi campeão europeu de Fórmula BMW em 2009 e campeão britânico de F3 em 2011. Na GP2, terminou o campeonato de 2014 em terceiro lugar (foram quatro vitórias, uma pole, uma volta mais rápida e oito pódios, em 16 corridas).
Padrinho de Felipe, o empresário Issa Nasr considera que o primo tem o dom para a velocidade: “Para seguir esse caminho, não precisa só de preparo físico, tem de ser bom em tudo, até nas palavras. Eu acredito que ele consegue mostrar que é capaz mesmo não tendo os melhores carros, porque apresenta boas estratégias, quase não erra, raramente sai da pista. Não fosse por isso, só os campeões da GP2 subiriam para a F1”, diz o dono do Bsb Grill, que homenageia o automobilismo por todo o salão do restaurante.
Agora que a primeira parte do sonho do piloto brasiliense – chegar à F1 – já se realizou, ele diz que quer mais para 2015: “Fazer bonito e voltar para comemorar, aqui em Brasília, com o meu Brasil inteiro.”
Carioca, flamenguista fanático e católico fervoroso, mudou-se para o Planalto Central com apenas 9 anos, acompanhando a mãe e o pai, oficial da Marinha. Em Brasília, morou na 113 Sul, estudou nos colégios da rede Marista e encantou-se pela cidade. Cursou economia na Universidade de Brasília, onde teve aula com o colega de legenda, e agora também colega de Senado, Cristovam Buarque (PDT). “A minha paixão pela política talvez tenha sido acelerada pela convivência com ele”, revela. Mais tarde, graduou-se em jornalismo no Iesb.
Apesar de ter se tornado deputado distrital somente em 2006, o pedetista defende as bandeiras da ética e da redução do custo de um parlamentar há muito mais tempo. Com 26 anos, concorreu pela primeira vez à Câmara Legislativa, pelo PSDB, em 1998, e ficou na suplência, com pouco mais de 4 mil votos. Na eleição seguinte, escolheu o PPS e dobrou a votação, mas não garantiu o assento no Legislativo. Em 2006, finalmente elegeu-se com 25 mil votos. Quatro anos depois, alcançou os 266 mil votos, o equivalente a 18,9% dos eleitores brasilienses, proporcionalmente o deputado federal mais votado do Brasil.
O recorde batido foi uma retribuição dos eleitores por ele ter chegado à Câmara Legislativa e não ter aberto mão dos ideais. No começo do mandato, reduziu o número de assessores, abriu mão da verba de gabinete e do carro oficial. No Congresso, fez o mesmo. Sozinho, deixou de gastar R$ 2,3 milhões em quatro anos.
No Senado, o parlamentar garante que não será diferente. Dos 55 assessores previstos, só terá 14; a verba indenizatória não será usada; o plano de saúde vitalício a ele e à família, direito de todos na Casa, será deixado de lado; e ainda devolverá integralmente a cota de passagens aéreas. O pedetista antecipa o que pautará o futuro mandato. “Minha legislatura terá três eixos principais: a reforma política, a luta pela redução da carga tributária e o debate sobre o custo de um parlamentar”, diz.
Formada em serviço social pela Universidade de Brasília, Luiza Carvalho tem mestrado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e doutorado em sociologia pela Universidade de Essex, no Reino Unido. Sua experiência profissional inclui atuação no governo do Distrito Federal por mais de 15 anos. Durante esse período, trabalhou com assentamentos. “Uma experiência interessante foi a nossa proposta de titular as mulheres como proprietárias das casas. Foi algo inusitado porque na época, em 1993, o debate sobre as mulheres e seu direito à propriedade ainda não era uma causa, como hoje”, diz.
O maior aprendizado de Luiza veio da oportunidade de trabalhar diretamente com a população e com as organizações comunitárias, promovendo a participação social, a defesa de direitos e melhorias socioeconômicas e ambientais. Experiência imprescindível para alcançar os resultados obtidos ao longo de 15 anos como funcionária das Nações Unidas.
Luiza foi coordenadora residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nas Filipinas e participou do apoio ao processo de paz entre o governo do país e a Frente Moro de Libertação Islâmica, que levou ao acordo assinado em 2012, pondo fim a um conflito de 40 anos.
Para trabalhar diretamente com momentos e situações de emergência e conflito, Luiza contou com boa formação e bons colegas. A opção pelo trabalho de campo também foi essencial. Sua trajetória é feita da crença e da determinação de que as coisas podem ser mudadas. “É fundamental estarmos sempre indignados, questionar o status quo”, diz.
Todos os anos, cerca de 2,5 mil crianças e 80 idosos são beneficiados pelo projeto mantido há mais de 14 anos, por meio de doações. À frente das atividades, Nazareth é conhecida nas creches brasilienses. Ela vai a cada uma das entidades contempladas para conhecer as necessidades e fiscalizar a aplicação dos recursos. Para Nazareth, não basta doar, é preciso envolver-se de perto e lançar um olhar generoso sobre a dignidade humana.
Cada instituição é tratada como desafio. Quanto mais carente, maior é a vontade de colaborar. Há o comprometimento de transformar a realidade dessas creches. “Não gostaria de doar R$ 100 para cada uma, fazer uma lista grande de creches. Escolhemos um número reduzido de instituições para poder fazer um trabalho efetivo, a longo prazo, que faça a diferença. Queremos levar dignidade para essas crianças, fazer obras completas e muitas vezes reconstruir esses espaços”, explica Nazareth. Hoje, 16 creches e um asilo recebem auxílio.
O projeto realiza eventos anuais para captar recursos, alguns deles são: o Feijão Solidário, o Arraial Solidário e a Noite Solidária. Graças à boa resposta da sociedade, que acredita na seriedade do trabalho, as creches são mantidas. Há também doações voluntárias de pessoas físicas e jurídicas e eventos promovidos por outras empresas em benefício do Correio Braziliense Solidário.
Quando olha para os meninos e meninas atendidos pelo programa, Nazareth também pensa nos cinco netos que tem e se emociona. “Eu me preocupo muito com essas crianças (em situação de risco). Como elas vão concorrer com meninos como os meus netos, que têm acesso à melhor educação, lá na frente, quando procurarem um emprego?”, questiona. A intenção é corrigir, na medida do possível, um pouco dessa desigualdade, ao oferecer um ambiente adequado para o desenvolvimento infantil.
Em 2014, a maior conquista do projeto foi passar a oferecer atendimento psicológico às crianças. “Nós nos deparamos com relatos muito delicados, de violência e abuso doméstico. Ainda estamos no começo desse atendimento, mas já demos os primeiros passos”, diz a presidente.
Profissionalmente, o intuito da vinda era estreitar as relações com o grande volume de pacientes de Brasília que procuravam o hospital em São Paulo. Outro objetivo era estudar a possibilidade de construir uma filial em Brasília. Gustavo chegou à cidade em 2010 e, um ano mais tarde, em junho de 2011, o Sírio-Libanês abriu as portas da unidade na L2 Sul, a primeira fora da capital paulista. Entre julho de 2011 e setembro de 2014, foram 30 mil atendimentos. Em novembro deste ano, foi inaugurada a segunda unidade do grupo, no Lago Sul. O Sírio-Libanês no Distrito Federal tem hoje metade do movimento existente no complexo de Bela Vista, em São Paulo, principal centro da rede.
Gustavo é responsável pela gestão estratégica das unidades do DF. Cabe a ele selecionar os médicos, checar a qualidade dos atendimentos e criar protocolos de atendimento. “Gustavo foi um excelente residente. É uma pessoa madura, que sempre mantém uma boa relação médico-paciente, além de ter conhecimento profundo da área em que atua”, explica o oncologista e diretor geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Hoff.
Os desafios encontrados no novo cargo estavam à altura do currículo de Gustavo. O alto nível de exigência do consumidor brasiliense impõe cuidado meticuloso com o serviço oferecido. Para Gustavo, desenvolver múltiplos polos de atendimento por todo o país é um passo importante para incrementar o serviço de saúde do Brasil. É possível afirmar que, em quatro anos, Brasília cumpriu a missão de oferecer ao médico nascido em João Pessoa, filho de um médico reumatologista, o desafio profissional que ele buscara desde que decidiu estudar medicina. E a qualidade de vida que esperava encontrar também se concretizou. Casado, Gustavo tem hoje dois filhos brasilienses: Elizabeth, de 3 anos, e Lucas, de 4 meses.
Às vezes, o processo de reconhecimento acontece de fora para dentro. Apesar de pouco conhecida no Brasil, a Sartto já representou o país na Europa. Neste ano, a empresa foi convidada a participar do Paris Design Week, onde expôs a linha com sete produtos, entre eles, o banco Alvorada, com pés inspirados nas curvas do palácio, a cadeira Athos (pela qual a fundação Athos Bulcão recebe direitos), a mesa Superquadra, coberta com cobogó, e o banco Orfeu, de traços modernistas, como a capital. “O mais interessante foi que o convite partiu de fora, não fomos nós que procuramos. Expusemos nosso trabalho ao lado dos maiores designers do mundo. A aceitação foi ótima e atualmente há móveis nossos à venda em Paris”, comemora Aciole Félix.
Permanecer em Brasília exige esforço e ideias empreendedoras. Aqui, a indústria não favorece a produção de itens como móveis assinados. É complicado encontrar mão de obra qualificada para executar projetos ousados. “É uma dificuldade conhecer um marceneiro que entenda a ideia do projeto, o pessoal daqui lida muito com MDF e só. Em outras cidades, a indústria investe no design e descomplica o processo de produção. Aqui, temos de ir atrás de cada peça, da montagem, buscar gente capacitada. Por um lado, isso mantém a exclusividade dos produtos oferecidos, por outro, não facilita que os preços sejam reduzidos”, explica Danilo Vale.
Em fevereiro, a Sartto Design participará de mais um evento importante, a feira de design em mobiliário Paralela Móvel, que reúne os principais designers do Brasil para fechar contratos. A intenção é chegar aos lojistas, para aumentar e diversificar as vendas. Atualmente, os produtos da Sartto são comercializados pela internet e na loja Movin, no Casa Park. Os sócios também são finalistas do maior prêmio de design de produtos da América Latina, o Salão Design Casa Brasil 2015.
O contato com o cinema veio por “um acaso”, como ele mesmo declara. Depois de tentar carreira profissional em times pequenos de futebol – chegou a jogar pelo Taguatinga e por Ceilândia, onde mora há mais de 35 anos –, o braço do curso de comunicação da Universidade de Brasília (UnB) foi escolhido por ter a menor concorrência. Passados sete anos de faculdade, e aos 35 anos de idade, é que a relação entre o menino nascido no interior do Goiás e o cinema foi consolidada.
Foi nesse recorte, pelo trajeto de duas horas diárias até a UnB, que Queiróz sentiu a fundo os muros invisíveis que separam os habitantes do centro dos moradores das ruas menos asfaltadas. Impressões que serviram de pano de fundo para todas as suas produções, nascidas em parceria com o CeiCine (Coletivo de Cinema em Ceilândia). O destaque começou com o curta Rap, o canto da Ceilândia, na 37ª edição do Festival de Brasília.
De lá para cá surgiram um curta de ficção, um documentário e um híbrido. Dez edições mais tarde, o longa aclamado pela crítica brasiliense em 2014, e também dono do prêmio de melhor direção de arte e melhor ator, pelo trabalho do rapper Marquin do Tropa, volta a destacar Queiróz. Branco sai. Preto fica conquistou ainda o Festival de Cinema de Tiradentes deste ano, com menção honrosa dos júris jovem e crítica, e na última semana de novembro arrebatou o prêmio de melhor longa-metragem latino-americano no Festival Internacional de Mar Del Plata, na Argentina, após ter sido apresentado em Lisboa. Uma visibilidade e tanta para o ceilandense conhecido pelo jeito mais “contido”, como define a irmã, Andréia. “Mas animado, todo mundo fica”, assume ela, referindo-se à equipe de trabalho, da qual fez parte, e que comemora os frutos que não param de vir.
De uma família de cinco filhas e pais mineiros, ela é a única que nasceu em Brasília e também, inusitadamente, a única que foi morar em Minas. Enquanto a mãe e as irmãs adotaram o planalto como residência fixa, ela não esconde a empolgação de ter a casa de BH como referência: “Lá eu tenho a minha vida pessoal, um lar com a família que eu construí desde que me casei, há oito anos. Eu adoro Brasília também, claro, mas é onde eu venho para trabalhar. Estou aqui quase toda semana, só que é uma relação diferente”, diz.
Ela conta que os pedidos para abrir uma loja em Belo Horizonte são constantes, mas isso não está nos seus planos. “Quero expandir é em Brasília, meu trabalho fica só aqui”, diz Janaina, que tem como sócia a sobrinha Fabiana. Um dos segredos do sucesso, segundo elas, é o fato de ter bem definida a personalidade da “mulher Ortiga”: chique, decidida, ativa, estilosa, que tem o lado sexy e, ao mesmo tempo, é clássica, executiva, e que quer uma roupa que possa trabalhar e também se divertir. Janaina, que desenvolve campanhas solidárias de grande alcance todo final de ano, tem segurança para dizer – com sua voz rouca inconfundível – que conhece bem o que quer a brasiliense.
É tanto que a loja na 309 Norte ficou “pequena” e a comemoração do aniversário foi parar em uma Pop Up Store – loja temporária na QI 11 do Lago Sul, com a proposta de unir moda, arte, cultura, design e gastronomia. “Eu queria algo marcante para oferecer às minhas fiéis clientes. Sonhei demais com esse momento e pensei em várias coisas: festa, jantar e até um show no Teatro Nacional”, conta, rindo. “Mas uma loja enorme e inovadora assim é bacana porque é uma comemoração que dura pelo menos dois meses, não é?” Claro, Janaina!
Até chegar ao posto de primeiro brasileiro a disputar a NFL (Liga de Futebol Americano), na posição de kicker (chutador), Cairo Santos teve muitas histórias com a nossa bola “redonda” – ele sonhou, inclusive, em ser jogador do Flamengo antes de dar o chute certeiro com a bola oval. A família de Limeira (SP) mudou-se para Brasília quando ele tinha apenas 4 anos. E foi como um típico brasiliense que brincava embaixo do bloco que ele cresceu e aprendeu a gostar de futebol. “Todo objeto redondo que tinha aqui em casa acabava virando uma bola. Ele sempre adorou chutar, quebrou muitos lustres e várias lâmpadas em casa”, conta a mãe, que o colocou desde cedo na escolinha de futebol.
Aos 15 anos, Cairo foi para Saint Augustine, na Flórida, fazer intercâmbio. E o programa, que era para durar um ano, acabou se estendendo. Cairo conta que um amigo do high school o desafiou para jogar futebol americano e ali ele descobriu sua verdadeira paixão.
Seu chute forte e certeiro se destacou e abriu portas: entre as várias universidades que o convidaram a estudar como bolsista, ele escolheu a de Tulane, em Nova Orleans, para cursar administração. Determinado como é, Cairo pegou pesado nos estudos e nos treinos. O reconhecimento veio com a eleição de melhor kicker no prêmio Lou Groza Award 2012, o principal – e mais cobiçado – concedido a jogadores universitários. Nessa época, com 21 anos, ele começou a conhecer a fama. “Foi muito emocionante acompanhar tudo, vê-lo pisar no tapete vermelho, dar autógrafos”, conta a mãe coruja.
Mas nada se compara à emoção de chegar à NFL, seu grande objetivo, defendendo o popular time do Kansas City Chiefs. E a data de estreia não poderia ter sido mais significativa: foi no dia 7 de setembro. “Hoje, dia da Independência do Brasil, é a estreia do primeiro brasileiro a entrar em campo durante a temporada regular. Que seja a primeira de muitas. Que seja, também, o primeiro de muitos brasileiros a jogarem pela NFL”, escreveu ele em seu perfil do Facebook.