Aprendizado independente
Método japonês criado nos anos 1950 incentiva o desenvolvimento individual. O resultado pode ser alcançado a longo prazo, mas permite ao aluno ganhar autonomia nos estudos
A procura dos pais para crianças cada vez mais jovens levou a adaptações: o material de português e matemática direcionado a crianças entre 2 e 9 anos sofreu reformulações. Segundo Lopes, uma das particularidades dos pais brasilienses é matricular os filhos em mais de uma disciplina: “30% dos brasilienses que buscam o Kumon fazem mais de uma matéria, o que comprova a preocupação deles com a interdisciplinaridade”. De acordo com Cleiton, o curso de inglês será o próximo a passar por alterações para atender a esse público.
Para entrar no Kumon, todos os alunos passam por uma entrevista realizada pelo orientador da unidade, que apresenta o método e, desse modo, conhece melhor o aluno. “É um método de estudo longe de ser imediatista. É preciso saber que o resulta- do pode ser alcançado a longo prazo, ao contrário do reforço escolar. Nosso objetivo é embasar conhecimento e dar o suporte suficiente para que os desafios apareçam e sejam resolvi- dos pela criança por conta própria”, pondera Cíntia Menezes, orientadora e fundadora da primeira unidade do Kumon em Brasília, inaugurada em 1991. Segundo a pioneira do Kumon na cidade, para que o método funcione, é preciso uma tríade formada pelo orientador, aluno e família. “'É como um verdadeiro tripé: o método não dá certo se um desses falhar”, ressalta.
Depois da entrevista, o aluno recebe um planejamento de estudos com a previsão da conclusão de cada estágio do material didático, período que pode variar de acordo com o ritmo de cada aluno. Acompanhar o estudo das crianças nunca foi um problema para a família Wambier. Apesar da vida cor- rida da carreira de médica, a mãe Tatiana sempre dedica um tempo para acompanhar o desenvolvimento dos filhos, Fernanda, de 8 anos, e Gustavo, de 5, no Kumon. O desempenho da filha mais velha é impressionante: mesmo cursando o 4º ano do ensino fundamental, ela já concluiu os cursos de português e inglês, cujo conteúdo equivale ao lecionado nos três anos do ensino médio. Atualmente, ela se de- dica ao Kumon de matemática, onde está no estágio equivalente à 1ª série do ensino médio e estuda conceitos como álgebra e aritmética. “O que eu mais gosto no Kumon é que aprendo coisas que ainda não vi na escola e consigo fazer os exercícios mais rápido que antes”, ressalta Fernanda.
Antes de entrar no Kumon, os ir- mãos foram alfabetizados com o Doman – método norte-americano criado em 1950 por Glenn Doman. Mesmo com a alfabetização precoce, a filha mais velha apresentava dificuldades de coordenação motora na hora de desenvolver a escrita, o que a fez procurar o Kumon. “Tinha a impressão de que o Kumon era voltado a crianças que tinham dificuldades de aprendizagem, mas, depois que conversei com outros pais, vi que o método também pode ajudar crianças a desenvolverem seus potenciais”, afirma Tatiana, que acredita que a maior vantagem do Kumon é a melhora da qualidade de vida da rotina escolar.