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ESPECIAL ANIVERSÁRIO | CAPA »

Apaixonados por Brasília

Histórias de empreendedores criativos e agitadores culturais que desenvolveram negócios que têm a cara da cidade

Isabella de Andrade - Publicação:27/04/2016 07:50Atualização:27/04/2016 14:31
A construção de um amor por aquilo que é criado e desenvolvido na própria cidade, além da expansão e consolidação da arte e da cultura com características próprias, tem levado jovens brasilienses – em alguns casos, acompanhados de representantes de gerações anteriores – a valorizar cada vez mais os espaços e as iniciativas que surgem na capital do país.

Os produtores da atual safra, que luta para expandir um padrão de comportamento local, investem em novos significados e na utilização criativa dos espaços já existentes. Diferentes projetos se espalham entre as mais diversas áreas, englobando música, moda, gastronomia, arquitetura e eventos. Iniciativas e marcas como o Picnik, Limonada Project, Ossobuco, Bsb Memo, Laletá e Experimente Brasília são representantes legítimos da nova geração que quer firmar sua própria identidade, mostrando que a cultura da jovem cidade já se consolida ao lado de tantas outras.

São brasilienses que querem mostrar o quanto há de vida nascendo e se desenvolvendo na capital, além de ocupar espaços que pareciam, muitas vezes, desconhecidos ou esquecidos pelos moradores. Indo contra a maré de quem foge da crise para outros estados e países, a característica básica é legitimar o que é produzido na cidade e mostrar que Brasília tem características originais e valorosas, passando desde a arquitetura, até a música autoral, gírias e a moda local.

O resultado desse orgulho da terra natal é o aumento da autoestima e sentimento de pertencimento de jovens empreendedores e criativos que “inventam” possibilidades de viver e crescer na capital do país. Vale lembrar que a cidade já não é feita apenas de cerrado e concreto. Hoje vemos gente caminhando ou pedalando pelas ruas, eventos (como o Chefs nos Eixos) que ocupam diferentes cantos do Distrito Federal aos fins de semana, projetos de revitalização, como o do Teatro Dulcina, e a exibição frequente de diversos festivais.

Brasília hoje é muito mais 'gente' do que era tempos atrás, quando só se falava em concreto e cerrado: eventos como o Chefs nos Eixos são um exemplo claro disso (Gilberto Evangelista/Divulgação)
Brasília hoje é muito mais "gente" do que era tempos atrás, quando só se falava em concreto e cerrado: eventos como o Chefs nos Eixos são um exemplo claro disso

O psicólogo social Fábio Iglesias, professor da Universidade de Brasília (UnB), explica que, por ser a capital ainda juvenil, essa mudança em relação à vida cultural seria algo esperado em uma cidade que ainda cresce e se expande, como já aconteceu em outras metrópoles. “Hoje já temos uma geração de netos de Brasília. Vemos só agora essa vida cultural mais diversa e movimentada, e esse processo se explica pela história ainda nova da cidade, que está se construindo atualmente”, diz o professor.

Feito a partir de bons encontros com as pessoas certas e com o objetivo de aumentar as conexões na cidade, o Picnik se consagrou como um dos eventos mais expansivos e frequentes da capital. Os encontros, organizados sem periodicidade fixa,  e em diferentes regiões de Brasília, tornaram-se um dos canais de distribuição da economia criativa local. Além disso, promovem trocas entre os diferentes grupos de pessoas que habitam a cidade. Carol Monteiro, uma das criadoras e produtoras da iniciativa, conta que a ideia de movimentar um consumo consciente era motivadora e, aos poucos, as pequenas feiras e brechós organizados entre amigas tornaram-se um evento maior, batizado de Picnik. “Atualmente, somos reconhecidos como um importante guarda-chuva de iniciativas legais que se espalham por Brasília. Participamos ativamente do desenvolvimento da identidade cultural local, que vem ganhando outros significados para comportamentos, atitudes e sentimentos como, por exemplo, a construção de um amor pelo que é feito na cidade”, conta a produtora.
 
Carol Monteiro, uma das produtoras do Picnick: 'Somos reconhecidos como um importante guarda-chuva de  iniciativas legais que se espalham por Brasília' (Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press)
Carol Monteiro, uma das produtoras do Picnick: "Somos reconhecidos como um importante guarda-chuva de iniciativas legais que se espalham por Brasília"
 
A proposta deu certo e desde o início, em 2012, mostrou que o projeto teria fôlego para se movimentar, circular e ficar. A ideia básica sempre foi montar um misto de mercado de artistas locais e criar uma plataforma aberta e inovadora, que pudesse proporcionar um ponto de encontro fértil para o público gerador e consumidor de novas tendências com artistas alternativos dos mais variados nichos (moda, artes plásticas, música, literatura, gastronomia, etc.). O evento já passou por vários espaços brasilienses como o CCBB, Jardim Botânico, Funarte, Ermida Dom Bosco, Parque da Cidade e levou mostras da cultura local para São Paulo e Goiânia. “Hoje nos preocupamos também em trazer retornos positivos para a cidade. Temos um evento de capacitação para expositores e interessados, chamado Acontece Picnik, no qual abordamos temas relacionados ao universo do empreendedorismo e da economia criativa. São palestras e workshops gratuitos”, conta.

A empreendedora diz que outra preocupação constante é que o Picnik seja acessível, por isso é sempre realizado de maneira gratuita e com início por volta das 13h, para que famílias possam ir juntas. “Cestas de piquenique, toalhas quadriculadas, bolhas de sabão e pôr do sol fazem parte de uma paisagem que reflete a nossa cidade, sedenta por compartilhar conversas”, ressalta.

Reiterando a tendência de expansão também do mercado de moda, com número crescente de empresas no setor em Brasília, a grife Laletá foi criada com o objetivo de levar este mesmo conceito de ter orgulho do que é daqui para mais perto do cotidiano das pessoas, mais especificamente, para dentro de suas casas. “Isso faz com que cada um tenha mais curiosidade e busque conhecer melhor a cidade que aparece nas nossas estampas”, diz Letícia Brasileiro, designer e artista plástica, uma das criadoras da marca. Ela conta que resolveu investir, ao lado da sócia e sobrinha Thaiza Paim, nas mulheres brasilienses que querem uma maneira própria de se vestir.
 
 
 
A localização da loja, na quadra 508 Sul, em frente à quadra modelo 308, reforça a ideia de que a criatividade pode vir de todos os cantos da cidade. “Tudo é inspiração: a vegetação, um passeio no parque. Nossa arquitetura é única e é maravilhosa. Temos um público forte na própria cidade e também de turistas que querem sair daqui com um presente diferente, levando um pedaço da capital”, conta Letícia, que acredita que a relação dos brasilienses com a produção local mudou bastante nos últimos anos. “Prestigiar o que é feito aqui é uma forma de disseminar nossa cultura, além de possibilitar a criação de raízes mais profundas”, afirma. Não é por acaso que Brasília caminha a passos largos para expandir uma moda genuína. Atualmente, é possível encontrar por aqui cursos desde o corte e costura até o design de moda, além do curso técnico de produção de moda da Escola Profissionalizante do Iesb, graduação tecnológica e pós. Outros espaços também possibilitam o aperfeiçoamento e profissionalização no ramo, entre eles a Casa do Ceará, o Senac e o Senai.

À frente do Ossobuco, Heloísa Rocha
promove palestras com convidados 
que interessam à comunidade
candanga: ideias apresentadas de 
forma rápida e objetiva (Felipe Bastos/Colmeia Fotografia)
À frente do Ossobuco, Heloísa Rocha
promove palestras com convidados
que interessam à comunidade
candanga: ideias apresentadas de
forma rápida e objetiva
Em outra frente, Heloísa Rocha, uma das criadoras do projeto Ossobuco e do espaço Co-piloto, acredita que todos na cidade têm responsabilidade e influência sobre o que ela é. E ressalta: “Se somos um povo que respeita a faixa de pedestre, isso diz muito sobre nós”. O Ossobuco tem formato de palestras rápidas e foi pensado como um espaço para que pessoas contem suas histórias e experiências e, assim, sintam como isso pode influenciar outras pessoas a criar as suas.

Enquanto isso, o coworking Co-piloto é um espaço colaborativo inspirado na economia que cresce através da criatividade. “Investimos nossa energia neste espaço físico por acreditar neste formato. E a cidade e seus habitantes nos mostram que estamos no caminho certo”, conta Heloísa, para completar: “Já o Ossobuco nasceu do incômodo de realizar eventos que focassem no conteúdo, no que as pessoas têm a dizer sobre o percurso que percorreram, e não necessariamente em empresas.”

A empresária acredita que a cultura brasiliense está mudando e que é preciso resgatar o conceito de Unidade de Vizinhança, tornando a vida mais amena e repleta de relações pessoais. “Aos poucos, as pessoas deixam de acreditar que somente o que vem de fora é bom. Isso é fundamental para a economia de uma cidade. Existem lugares no mundo que reviveram somente a partir da valorização do que é local”, ressalta.

Para contar histórias de inspiração de toda essa gente, o projeto Lupa foi desenvolvido para reunir depoimentos de escritores, roteiristas, jornalistas e compositores, disseminando memórias e expectativas nascidas em Brasília. Uma das idealizadoras do projeto, Naiara Leão, é jornalista e escritora independente e já publicou, com a sua editora Isca, dois livros inspirados em Brasília: um para colorir e outro com passatempos para adultos, feitos por artistas brasilienses.

A ideia é focar na produção dos brasilienses que trabalham com a escrita e mostrar de que maneira eles começaram a escrever, como se tornaram profissionais, além dos desafios e funcionamento do processo criativo. Algumas figurinhas conhecidas da cidade já contaram um pouco de sua história, como o poeta Nicolas Behr, a jornalista Conceição Freitas, dona da banca de jornal da 308 Sul – que atualmente vende também  livros de Brasília –, e Pedro Sangeon, criador do personagem Gurulino, que se espalha pelos muros da cidade através da arte urbana.
 
Pedro Sangeon, criador do personagem Gurulino: ele se vê - e se espalha pelos muros da cidade - através da arte urbana (Emília Silberstein/Divulgação)
Pedro Sangeon, criador do personagem Gurulino: ele se vê - e se espalha pelos muros da cidade - através da arte urbana
 
Para possibilitar o aumento dessa produção literária local e chegar a futuros escritores, a ideia é que, a cada mês, um dos profissionais entrevistados no Lupa faça uma palestra em escola pública, estimulando os alunos a investir seu tempo nas palavras.

Naiara Leão conta que, quando lançou o livro Brasília Colorida, mostrou a uma amiga de Goiânia, que logo comentou: “O pessoal de Brasília ama falar da cidade, né? Aqui ninguém iria colorir, por exemplo, um pé de pequi”. Naiara ressalta que projetos como o Lupa ajudam a desenvolver uma cadeia produtiva cultural, o que é bom para a cena local e consequentemente para cada produtor. A jornalista acredita que esse desejo por novas possibilidades de trabalho, mais conectadas com o lugar em que vivem e que se coloquem de maneiras mais criativas, faz parte de um movimento global, de jovens que não se contentam mais com a rotina existente. “Esses projetos são uma opção de trabalho, são espaços fora do convencional”, conta.
 
Ao lado da jornalista Conceição Freitas, 'personagem' de Brasília, Naiara Leão (dir,), uma das criadoras do projeto Lupa, comemora: estímulo à produção literária local (Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press)
Ao lado da jornalista Conceição Freitas, "personagem" de Brasília, Naiara Leão (dir,), uma das criadoras do projeto Lupa, comemora: estímulo à produção literária local
 
Com os livros autopublicados e a criação do Lupa, os convites para eventos e feiras de produtores autorais de Brasília não param de chegar. A empreendedora acredita que apesar de a arquitetura e o concreto serem elementos predominantes na capital, a vontade de ocupar espaços abertos e participar de atividades ao ar livre faz cada vez mais parte do dia a dia das pessoas.

Há quem teorize que, até alguns anos atrás, essa identidade local ainda não era totalmente formada, já que os habitantes eram todos filhos de famílias que vinham de fora, de diferentes estados, em busca de construir uma nova vida. A psicóloga Cristiane Castelo Branco defende que atualmente há uma camada da população que produz e consome uma cultura genuinamente brasiliense. “Parte dos jovens já se sente estimulada a apostar no planalto central, e a cidade pode ser vista como um local com vida, inovação e possibilidades”, explica a psicóloga. O resultado disso, na visão dela, é uma cidade mais integrada, com mais conversa e ocupação de parques, centros culturais e novos espaços.

Empenhados nos objetivos de expandir a força criativa do cerrado e revelar a alma da cidade modernista, além de conectar habitantes e reforçar sua imagem como ponto de destino atrativo e único, os membros do projeto Experimente Brasília estão, cada dia mais, conquistando seu espaço. Idealizado pelas empreendedoras Patrícia Herzog e Tatiana Petra, ambas formadas em turismo, o projeto une a paixão por Brasília e a vontade de criar e empreender na própria cidade. “Nós quisemos lançar algo que ainda não existia por aqui e levar a história da capital para as pessoas, incentivando que elas contem outras histórias. Brasília é considerada pela Unesco uma das obras-primas da humanidade. Os moradores têm de conhecer essa história e ter orgulho de contá-la”, afirma Patrícia.

O trabalho do Experimente parte da ideia de acreditar no potencial de Brasília como destino que reúne diversas características únicas e conta a história de um tempo. Assim, é possível levar experiências que mostram o que é autêntico na capital, desde a gastronomia até a fotografia. “A nossa missão sempre foi colocar Brasília lá em cima e ficamos surpresos com essa característica dos moradores de propagarem aquilo que a cidade tem de especial. A cidade passa por um momento muito bom de autoestima, de ter orgulho do que é feito aqui”, conta a empreendedora. Entre os atrativos, estão os passeios de bike, de barco, rotas fotográficas e tour pelas quadras.
 
Tatiana Petra e Patrícia Herzog, à frente do Experimente Brasília: a vontade de criar e empreender na própria cidade uniu a dupla na elaboração de serviços de turismo que não existiam por aqui (João Paulo Barbosa/Divulgação)
Tatiana Petra e Patrícia Herzog, à frente do Experimente Brasília: a vontade de criar e empreender na própria cidade uniu a dupla na elaboração de serviços de turismo que não existiam por aqui
 
Aproveitando o gosto por ocupar novos espaços da capital, o Experimente busca alcançar crianças e adultos, moradores e gente de fora, fortalecendo cada vez mais a ideia de que Brasília é também um destino turístico. “Faz parte do nosso negócio investir na cidade, somos parte de um movimento. Isso borbulhou nos últimos anos, mas ainda é seleto para certos nichos. Queremos que isso ganhe força para alcançar todos os habitantes”, completa Patrícia Herzog.

Atualmente, são várias as iniciativas que se espalham pelas mais diversas áreas, conectando cada vez mais habitantes e mostrando que a cultura local já é forte e atrativa. Esse cenário de envolvimento com a cidade tem tornado as oportunidades cada vez maiores para o mercado criativo. Enxergando a necessidade de trazer para os brasilienses eventos de formação, empreendedorismo e shows, o Limonada Project nasceu em uma produtora cultural inaugurada por Diogo Gama e Gracilene Bessa. A ideia era trazer ações que ainda não aconteciam aqui com regularidade, além de facilitar o acesso ao mais variado cardápio de conteúdo e estimular o crescimento de empreendedores. “Queríamos fortalecer o nosso mercado local e torná-lo mais competitivo frente aos mercados de outras capitais do país. Acreditamos que a identidade empreendedora de Brasília se fortifica de maneira muito própria. Então quisemos montar uma nova plataforma para movimentar ideias, pessoas, profissionais e inspirações e fortalecer o cenário criativo local”, conta Diogo. O Limonada é um evento de cultura contemporânea que aborda a economia de diferentes maneiras, misturando empreendedores, designers, artistas, estilistas e criadores. O perfil colaborativo do projeto tem por base a ideia de propagar novas ideias, marcas e iniciativas.
 
Diogo Gama e Gracilene Bessa, do Limonada Project: eles montaram uma nova plataforma para movimentar ideias, pessoas, profissionais e inspirações que fortaleçam o cenário criativo local (Fernando Xavier/Divulgação)
Diogo Gama e Gracilene Bessa, do Limonada Project: eles montaram uma nova plataforma para movimentar ideias, pessoas, profissionais e inspirações que fortaleçam o cenário criativo local
 
Diogo Gomes acredita que o brasiliense se sente cada vez mais integrado à cidade e atua numa sinergia constante com os espaços que ela proporciona, bem como as novidades que surgem a todo momento: “Isso acontece em todos os segmentos de mercado, seja na gastronomia, seja na arte, seja no design. Essa integração possibilita que jovens criadores e realizadores locais vislumbrem a possibilidade de executar em sua cidade aquilo que gostam, transformando ideias em ações e oportunidades”, diz Diogo. O produtor acredita que tais iniciativas têm a capacidade de modificar a maneira com que as pessoas se relacionam.

Na onda de novas oportunidades de negócios e inspirados em pontos fortes de Brasília, Thatiana Dunice e Raffael Innecco inauguraram a Bsb Memo, marca que explora a arquitetura e identidade – inclusive visual – da cidade em peças comerciais. Reproduzindo pontos emblemáticos do Plano Piloto, como placas de sinalização e os eixos que o cortam, eles viram surgir a vontade de compartilhar o que o Quadrado tem de bom. O casal de criadores possui hoje um ateliê próprio, onde os produtos que mostram a cara da cidade são desenvolvidos, além de parcerias com artistas brasilienses. “A identidade brasiliense já existe e foi formada pelos pioneiros, artistas e pelas gerações que para cá vieram. Iniciativas como a nossa são um canal ou instrumento de expressão dessa identidade em constante formação”, afirma Raffael.
 
'A BSB Memo surgiu da vontade de compartilhar o que Brasília tem de bom', explicam os criadores, Thatiana Dunice e Raffael Innecco (Bento Viana/Divulgação)
"A BSB Memo surgiu da vontade de compartilhar o que Brasília tem de bom", explicam os criadores, Thatiana Dunice e Raffael Innecco
 
O empresário acredita que muitos brasilienses se orgulham de sua cidade sabendo que nela existe muito além do cenário político: “A iniciativa de ocupar as ruas, por exemplo, é uma tendência nacional. Isso se manifestar das mais diversas formas, desde eventos nas ruas até empresas que, como nós, decidiram transformar em produtos o sentimento que têm pela cidade”. Para o criador da marca que estampa frases, palavras e imagens que são a cara da cidade, o interesse pelo urbanismo brasiliense é um ponto alto do empreendedorismo local.
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