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BELEZA | Comportamento »

No conforto do seu sofá

Novas formas de consumo e de renda: atendimentos em domicílio têm se tornado comuns a profissionais da beleza do Distrito Federal

Mariana Laboissirère - Redação Publicação:24/05/2016 15:00Atualização:31/05/2016 11:19
O cabeleireiro Renato Bento de Souza atende em horários que normalmente outros profissionais não trabalham: 'As clientes têm interesse, mas não sabem quem oferece o serviço' (Raimundo Sampaio/ Encontro/ D.A Press)
O cabeleireiro Renato Bento de Souza atende em horários que normalmente outros profissionais não trabalham: "As clientes têm interesse, mas não sabem quem oferece o serviço"
Tendência cada vez mais comum entre maquiadores, cabeleireiros, manicures e esteticistas, o atendimento em domicílio vem ganhando força no Distrito Federal. Se antes muitos desses profissionais realizavam esse tipo serviço como uma espécie de exceção para clientes mais próximas e sem tempo, atualmente é possível encontrar empresas e autônomos que flexibilizam boa parte da agenda. Em tempos de crise, há também aqueles que decidiram investir exclusivamente nesse segmento, a fim de acompanhar as transformações do mercado e das novas lógicas de consumo e comportamento da população.

Dono de um salão de beleza em Águas Claras, o cabeleireiro Renato Bento de Souza viu, na possibilidade de atender na casa das clientes, uma forma de prosperar nos negócios. O especialista em química e corte está no ramo da beleza há 15 anos e afirma atender em horários especiais, em que normalmente outros profissionais não trabalham. Ele conta que o perfil de público é formado majoritariamente por mães de crianças pequenas, além de pessoas que não têm dias corridos. “Atendo também aqueles que têm dificuldades de locomoção e até quem não gosta de ir ao salão”, diz.

O estabelecimento de Renato fica em um grande centro comercial. Para não perder a clientela, mesmo quando ele está fora, o local continua aberto, com uma equipe de prontidão. Maneira encontrada por ele de atender a todos os perfis de pessoas. Para suprir a infraestrutura do espaço, ele afirmar carregar uma mala com o equipamento necessário, na qual nunca podem faltar tesoura, produtos para química e secador. “Gasto mais tempo e combustível, mas tenho uma redução no custo operacional da minha empresa. Uma coisa acaba compensando a outra”, justifica. Para ele, a demanda é grande, mas poderia ser maior. “Acho que falta informação ainda. Algumas pessoas têm interesse, mas não sabem quem oferece o serviço. Além disso, sai pouco mais caro do que no salão.”
 

Solange Del Vecchio é uma maquiadora versátil: 'O profissional deve se adaptar às necessidades da demanda', diz, enfática (Raimundo Sampaio/ Encontro/ D.A Press)
Solange Del Vecchio é uma maquiadora versátil: "O profissional deve se adaptar às necessidades da demanda", diz, enfática
Para a maquiadora Solange Del Vecchio, a oportunidade de investir em umnovo negócio surgiu em um grupo do Facebook. Ela lia relatos de mães que sempre reclamavam da falta de tempo para cuidar da aparência. “Há três anos me profissionalizei e, quando surgiram esses movimentos de trocas de informações, pensei que queria atingir esse público. Hoje, levo conforto para os clientes”, explica. A profissional atende principalmente noivas. Normalmente, o trabalho é realizado em domicílio ou em hotéis. Para ela, que já fez vários atendimentos, inclusive fora de Brasília, o profissional deve se adaptar às necessidades da demanda.

Solange não sai sem um kit de iluminação e uma câmera fotográfica para registrar os trabalhos. A única desvantagem do serviço em domicílio, segundo ela, é não saber quais locais são seguros para estacionar. Por duas vezes, ela já teve o carro arrombado.

Gestantes, idosos e pessoas com deficiências estão na lista de prioridades da designer de sobrancelha Cirlene Martins Pacheco. Normalmente, ela aluga cadeiras em salões, mas também atende em residências. “Fora desses padrões, abro exceção para pessoas conhecidas ou para aqueles que moram próximo da minha casa, no Cruzeiro”, afirma. Ex-mulher de um cabeleireiro, ela conta que sempre foi rotina trabalhar em salões. Com a separação, ela diz ter investido na diversificação do serviço. Cirlene também é maquiadora, esteticista e servidora pública. “O trabalho fica entre 20% a 30% mais caro, mas acredito que quem opta por esse tipo de serviço o faz pela comodidade do cliente. Afinal, nem sempre temos luz adequada, muitas vezes a casa da pessoa é movimentada. Para o profissional não é tão confortável”, diz.

Josemira Santos é cliente fiel de uma manicure e de uma depiladora que vão até o apartamento onde mora, na Asa Norte: 'Fica um pouco mais salgado, mas vale a pena' (Raimundo Sampaio/ Encontro/ D.A Press)
Josemira Santos é cliente fiel de uma manicure e de uma depiladora que vão até o apartamento onde mora, na Asa Norte: "Fica um pouco mais salgado, mas vale a pena"
Moradora da Asa Norte, a aposentada Josemira de Mauro Santos faz o possível para ser atendida no conforto do lar. Se não precisa enfrentar congestionamento no trânsito, então, ela acha melhor ainda. Por isso, é cliente fiel de uma manicure e de uma depiladora que vão até o apartamento onde mora. “Alguns tipos de serviço, eu prefiro realmente receber em casa. Hoje fala-se tanto em doenças, vírus e contaminação que penso que é uma forma de evitar ou se prevenir”, avalia. “Fica um pouco mais salgado, mas vale a pena”, conta.

Josi, como é chamada pelos amigos, diz ter tentado outros atendimentos regulares em domicílio, como massagem, mas afirma não ter gostado tanto, porque alguns profissionais não transportam maca. Erro que a esteticista Sandra Ribeiro Oliveira não comete. Ela sempre está com o equipamento no carro para evitar imprevistos e atende, em sua maioria, bancárias, empresárias e jornalistas. Dona de uma clínica do segmento em Sobradinho, ela afirma conseguir equilibrar as duas atuações com os estudos e está no último semestre do curso de serviço social. “Para mim é ótimo atender na casa das clientes, pois consigo conciliar meus horários com os delas, minhas funções com os cuidados com a casa e com a minha filha”, revela.
 
'Para mim é ótimo atender na casa das clientes, pois consigo conciliar 
meus horários com os delas', diz Sandra Oliveira, massoterapeuta (Raimundo Sampaio/ Encontro/ D.A Press)
"Para mim é ótimo atender na casa das clientes, pois consigo conciliar meus horários com os delas", diz Sandra Oliveira, massoterapeuta
 
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