Elas podem brotar espontaneamente em diferentes tipos de terreno e muitas já fizeram parte do cotidiano doméstico nas receitas de muitas avós pelo Brasil. Conhecidas pela sigla PANCs, as plantas alimentícias não convencionais têm recuperado o espaço de outros tempos entre chefs brasilienses.
“Esse resgate das PANCs está ajudando a popularizar a botânica, as plantas e a produção orgânica de alimentos no país. São plantas rústicas, resilientes e com alto valor nutricional”, destaca Valdely Kinnup, autor do livro Plantas Alimentícias Não Convencionais no Brasil, em parceria com o engenheiro agrônomo Harri Lorenzi.
A predileção de chefs por esse tipo de ingrediente é justificável: além do potencial nutritivo, as PANCs são ricas em sabores e texturas e não fazem parte do comércio global. Como exemplo, vemos receitas com mangará (flor de bananeira), ora-pro-nóbis, vinagreira e broto de dente-de-leão. “Isso é um fator que impulsiona a alta gastronomia brasileira. Com elas, podem-se criar pratos que são a cara do Brasil”, sugere Kinnup.