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Para curtir a natureza

Aplicativo gratuito Cachoeiras da Estrada Real traz atrações em cidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo

Geórgea Choucair - Publicação:29/06/2017 13:56Atualização:29/06/2017 14:11
Os brasilienses amam praia, ninguém duvida. Mas o fascínio mesmo é pela água, seja do mar seja dos rios. Ela é considerada a grande paixão dos ecoturistas que procuram locais para se divertir no país. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) apontam que a água é o atrativo mais valorizado na hora de escolher o destino. Ela é a preferida entre quase a metade dos entrevistados (46%). 
 
“A água dá sensação de bem-estar, relaxamento e limpeza da alma. Isso fascina”, afirma Luiz Delvigna, vice-presidente da Abeta. E engana-se quem acredita que o ecoturismo está ligado a desafios, adrenalina e superação. O estudo da associação, feito com cerca de 3 mil pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, principais polos emissivos de turistas do Brasil, apontou que o motivo de o viajante buscar o turismo de aventura é o resgate da infância. “Esse turista está atrás da brincadeira de criança, sem obrigações”, afirma Luiz. Essa conclusão, diz, surpreendeu os dirigentes da associação. E, ao contrário do que se imagina, a faixa etária do ecoturista não é de jovem. “As pessoas entre 40 e 60 anos são muito importantes para o segmento”, revela.  
Cachoeira Grande, na Serra 
do Cipó: queda tem 10 metros de altura e paredão de 
pedras, 60 metros de largura (Ecoguias/Divulgação)
Cachoeira Grande, na Serra do Cipó: queda tem 10 metros de altura e paredão de pedras, 60 metros de largura
 
Na região Sudeste, a Estrada Real se destaca como circuito histórico e repleto dessas belezas naturais, acessíveis ao público. Para facilitar a vida de quem quer seguir a trilha das águas (e evitar ficar perdido entre tantas bifurcações e estragar o programa), os empresários mineiros Pedro Henrique Pereira Mendonça e Rafael Cipriani lançaram o aplicativo de celular Cachoeiras da Estrada Real, que traça a rota de cachoeiras em cidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O aplicativo é gratuito e está disponível nas versões Android e iOS.
 
Foram dois anos de mapeamento e georreferenciamento das rotas. “As cachoeiras são uma forma de lazer e  também de contato com a natureza”, diz Pedro. Ele conta que havia carência de informações sobre as rotas, principalmente no que se refere ao acesso. “Tentávamos ajudar desenhando %u2028mapas no papel. Mesmo assim, muita gente se perdia nas estradas”, explica. Isso porque nas áreas rurais não costuma haver placas e pessoas para ajudar. 
Cristais, em Diamantina: duas quedas d'água e poço de água cristalina (Ecoguias/Divulgação )
Cristais, em Diamantina: duas quedas d'água e poço de água cristalina
 
O guia virtual tem fichas técnicas das cachoeiras, com informações sobre o nível de dificuldade de acesso, tempo médio de percurso, dicas de segurança, características do ambiente e se o terreno está em propriedade particular ou área de reserva ambiental. Os trajetos foram marcados com indicativo de bifurcações, fotos e indicações de direção, partindo sempre das prefeituras dos municípios. Como a maior parte das rotas não possui sinal de internet, os caminhos podem ser acessados por GPS com navegabilidade off-line, assim como informações sobre onde se hospedar, comer e serviços como postos de gasolina, bancos e telefones de emergência. A ferramenta ainda reúne produção audiovisual inédita e exclusiva dos pontos, feitas com uso de drones e câmeras subaquáticas.

A empresa de Pedro e Rafael, a Ecoguias, nasceu em função do aplicativo. A equipe de campo faz atualização constante das informações. Conta com 280 cachoeiras cadastradas e a meta dos empresários é chegar até o final de 2017 com 400 cachoeiras e 40 cidades. “O aplicativo traz informações que o Instituto Estrada Real não tem, como o mapeamento de todas as cachoeiras e o grau de dificuldade do acesso”, afirma Lorena Sorice, turismóloga do Estrada Real, que apoia o projeto. Ela acredita que a ferramenta pode impulsionar o turismo nessas regiões.
Fumaça Aérea, em Carrancas: cartão-postal da cidade, apesar de imprópria para o banho (Ecoguias/Divulgação  )
Fumaça Aérea, em Carrancas: cartão-postal da cidade, apesar de imprópria para o banho
 
O ecoturismo é o segmento turístico que mais cresce no mundo. O crescimento médio anual está entre 15% e 25%, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT). O Brasil, com ampla extensão territorial e diferentes tipos de vegetação, ocupa posição de destaque nesse segmento, atraindo, além dos viajantes nacionais, turistas estrangeiros. Segundo o Ministério do Turismo, os destinos que envolvem aventura, natureza e ecoturismo ficam na segunda posição entre os mais procurados pelos estrangeiros que visitam o país a lazer. Para os interessados em voltar a ser criança, a natureza e a água podem ser uma boa opção. 
 
SOBRE A ESTRADA REAL
 
É a maior rota turística do país. São mais de 1.630 quilômetros de extensão, passando por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.  Sua história surge em meados do século XVII, quando a Coroa Portuguesa decidiu oficializar os caminhos para o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. As trilhas que foram delegadas pela realeza ganharam o nome de Estrada Real. O roteiro reúne grande acervo vivo da história do Brasil. Em suas cidades históricas (Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Congonhas e São João del-Rei estão entre as principais do trajeto) podem ser vistas construções, museus e igrejas que levam o visitante de volta ao Brasil Colônia, sua Era do Ouro e à Inconfidência Mineira. 
 
As trilhas, parques, serras e cachoeiras são um prato cheio para quem busca estar mais próximo à natureza. Os Parques Estaduais do Ibitipoca e da Serra do Cipó integram o circuito. 
Urubu, em Tiradentes: poço permite prática de mergulho e natação  (Ecoguias/Divulgação)
Urubu, em Tiradentes: poço permite prática de mergulho e natação
 
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Cachoeiras: 280
Pousadas e restaurantes: 500
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