Inverno no Planalto Central: DF registrou frio recorde no último bimestre
Brasília registrou recorde de temperaturas baixas nos meses de junho e julho. Onda gelada, com sensação térmica de 1º C, mudou a paisagem da capital e obrigou os brasilienses a irem às compras
O inverno chegou e com ele as baixas temperaturas, o que fez os brasilienses tirarem os casacos do armário e investissem em cobertores e aquecedores, para enfrentar o frio intenso que chegou no fim de junho. A expectativa é de que as baixas temperaturas continuem até o início de agosto em todo o Distrito Federal. Entre a última semana de junho e o mês de julho, pontos mais altos do DF, localizados em regiões do Gama e Planaltina, registraram as menores temperaturas no período. Em alguns dias, os termômetros marcaram a mínima de 9º C – com sensação térmica em torno de 1º C –, e máximas de 22º C, em média, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O vento forte, com velocidades superiores a 20 km/h, típico nessa época do ano na capital, é um dos principais fatores para que a sensação de frio seja maior, inclusive durante a tarde. “A ausência de eventos, como o fenômeno El Niño, contribuíram para que as mínimas fossem mais baixas em relação ao ano passado”, afirma Luiz Cavalcanti, meteorologista do Inmet. Outro fator que colabora para a sensação de frio é o fato de Brasília estar a 1.161 m acima do nível do mar.
Segundo Cavalcanti, as temperaturas devem aumentar a partir da segunda quinzena de agosto e não há previsão de chuva para o período, o que contribui para a baixa umidade na região. O inverno termina oficialmente em 22 de setembro.
O site internacional de previsão do tempo AccuWheather aponta que a capital do Brasil vai ter médias históricas em agosto, com temperaturas variando entre 15º (mínimas) e 30º (máximas). Nos primeiros dias do mês pode haver alguma nebulosidade, mas o céu limpo deve predominar na estação.
Uma das maiores preocupações é a situação hídrica do Distrito Federal, que já é complicada, podendo agravar-se com as poucas chuvas da época. A capital federal, que já enfrenta racionamento de água, terá mais dificuldade quanto ao abastecimento, já que o período de seca será acompanhado de temperaturas médias acima do normal, principalmente entre agosto e setembro, com a permanência de massas de ar quente e seco na região e índices pluviométricos entre normal e abaixo da média neste inverno. O governo do DF não descarta, inclusive, aumentar os dias de racionamento de água, para evitar que as reservas das barragens do Descoberto e Santa Maria caiam a níveis muito baixos.
A boa notícia é que o clima mais frio já movimentou a cidade com diversos eventos voltados para a estação, como foi o caso de alguns festivais musicais, festas típicas e eventos gastronômicos. A Fecomércio-DF (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal) também comemora e espera um aumento de 5% nas vendas de cobertores e roupas de inverno, em relação ao mesmo período do ano passado.