O charme das banheiras
Elas dão um toque chique às salas de banho e reúnem tecnologia e beleza, feitas com materiais nobres e confortáveis
As salas de banho são uma tendência cada vez mais forte na arquitetura e na decoração. Para quem tem espaço, a peça essencial é uma bela banheira que, hoje, chega com tecnologia moderna acoplada ao design retrô ou contemporâneo. A evolução aposentou de vez as antigas hidromassagens que exigiam caixa fixa de alvenaria. O sistema agora é o free standing. “Acabou aquela história da banheira encostada. Agora, ela é solta”, informa o administrador Marcelo Dechichi, proprietário da Jotafrança, na QI 3 do Lago Sul, representante da marca espanhola Roca, com sede em Barcelona. Outra mudança é percebida: “Por fazer barulho e ter jatos intensos, a hidro foi deslocada para a área externa, de lazer. É a vez da banheira de imersão”, completa a arquiteta e sócia-proprietária Teresa Dechichi.
Na loja, a mais vendida é a Georgia, com acabamento em acrílico, que sai 12 mil reais. “É uma peça que agrada pelo formato, design e custo-benefício”, diz Teresa. Mas a sensação é a Ino, que custa 35 mil reais e é feita em corian, que conserva o aquecimento da água por mais tempo, entre outras características. Há também as peças da italiana Novellini, de hidromassagem.
A tecnologia aperfeiçoou o material das banheiras, que antigamente era de fibra de vidro. “Elas ficavam amareladas, a água esfriava mais rápido”, lembra Fernanda Mazali, dona da Vallvé, com catálogos da Novellini e da brasileira Doka. A primeira usa acrílico nos modelos, e a nacional é feita de quarry cast, um composto de resina de alta performance e de rocha vulcânica. “Não risca, não amarela e mantém a água aquecida por mais tempo”, diz a gerente Daniela Barreto. Elas confirmam que, nos últimos cinco anos, o banho de imersão está em alta. Nessa categoria, o sucesso de vendas é a Slipper, da Doka, em estilo vitoriano (13 mil reais). Por outro lado, as de hidromassagem ganharam detalhes luxuosos para o consumidor. Além de serem soltas, conquistam com efeito borbulha (air blower), jatos de ar para massagem, cromoterapia, controle remoto touch screen à prova d’água, caixas de som, apoio para a cabeça. “Nas peças da Novellini, até o parafuso é italiano”, diz Fernanda.
Uma das vitrines da São Geraldo é uma sala de banho, na qual a banheira de imersão Amalfi, da Doka, é a rainha. “É importante o cliente ver o produto para entender como é a rocha vulcânica, esse material sem emenda e que não deixa amarelar”, conta Patrícia Farah, que trabalha na empresa da família. A peça mais vendida é a Napoli, também da Doka. Para ela, o brasiliense ainda utiliza a hidro: “É uma cultura forte, mas a de imersão vem entrando no mercado e é considerada também uma peça de decoração”, afirma. Patrícia diz que as salas de banho estão atraindo adeptos, assim como ocorreu com o sucesso das cozinhas gourmets.
A arquiteta Priscila Gabriel concorda que as modernas banheiras de luxo são um ícone do ambiente: “Mas o conforto deve ser o ponto de partida, e não a estética”, recomenda. A profissional pesquisou outras culturas antes de criar a sala de banho da São Geraldo na última Casa Cor e enfocou o lado espiritual e psicológico do banho. Para isso, escolheu a banheira Napoli, da Doka: “Ela tem a linguagem do minimalismo, é algo puro, simples”, diz.