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BRASILIENSES DE 2017 | RAQUEL DODGE »

A primeira procuradora-geral

Com seu estilo elegante e firme, ela é a primeira mulher a assumir um dos postos mais importantes da nação e tem em suas mãos o comando de operações anticorrupção, como a Lava-Jato

Teresa Mello - Publicação:24/01/2018 13:49Atualização:24/01/2018 14:12

PERFIL
RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE
56 anos
Nasceu em Morrinhos (GO), mora em Brasília desde a juventude
Casada, 2 filhos
Bacharel em direito pela (UnB) e mestre em direito e estado pela UnB e em direito pela Universidade de Harvard 
Ingressou no Ministério Público Federal em 2º lugar, foi procuradora regional da República e subprocuradora-geral da República. É procuradora-geral da República desde setembro de 2017
 (Antonio Augusto/Secom/PGR)
PERFIL
RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE
56 anos
Nasceu em Morrinhos (GO), mora em Brasília desde a juventude
Casada, 2 filhos

Bacharel em direito pela (UnB) e mestre em direito e estado pela UnB e em direito pela Universidade de Harvard

Ingressou no Ministério Público Federal em 2º lugar, foi procuradora regional da República e subprocuradora-geral da República. É procuradora-geral da República desde setembro de 2017
 

Influenciada pelo pai, advogado, a goiana Raquel Elias Ferreira Dodge escolheu seguir a carreira jurídica. A primeira mulher a chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) nasceu em Morrinhos, estudou na Universidade de Brasília e fez mestrado na célebre Faculdade de Direito da Universidade de Harvard (EUA). Assim como o pai, o juiz de direito José Rodrigues Ferreira – que entrou no Ministério Público Federal (MPF) e mudou-se com a família para Brasília –, a jovem passou no MPF em 1987, classificada em segundo lugar.

 

Promovida aos cargos de procuradora regional da República e de subprocuradora-geral da República, foi nomeada pelo presidente Michel Temer e tomou posse em 18 de setembro deste ano como procuradora-geral da República, em substituição a Rodrigo Janot. “Preparei-me para o cargo ao longo de toda a minha carreira”, escreveu Raquel Dodge, na carta de apresentação enviada ao Senado após a indicação presidencial.

 

Em sua primeira atuação na PGR, em 16 de outubro, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que a Polícia Federal continuasse as investigações sobre os 51 milhões de reais encontrados no apartamento emprestado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador. O pedido foi aceito pelo ministro relator da Operação Lava-Jato no STF, Edson Fachin, com a justificativa de que vê “indícios suficientes” da prática do crime de lavagem de dinheiro. No início de dezembro, Fachin determinou a indisponibilidade de bens da família.

 

A procuradora confirma, portanto, a trajetória de atuar contra a corrupção: fez parte da Operação Caixa de Pandora, no Distrito Federal. Pela primeira vez no Brasil, um governador no exercício do cargo, José Roberto Arruda, foi conduzido à prisão preventiva, em fevereiro de 2010. Anteriormente, Raquel Dodge já havia integrado a equipe que conseguiu processar o ex-deputado federal Hildebrando Paschoal. Acusado de crimes como narcotráfico, grupo de extermínio e corrupção, o ex-coronel da Polícia Militar do Acre foi condenado por homicídios pela Justiça Federal em Brasília e pelo Tribunal do Júri no Acre.

A procuradora-geral da República tomou posse em 18 de setembro do ano passado: 'Preparei-me para o cargo ao longo de toma a minha carreira' (Antonio Augusto/Secom/PGR)
A procuradora-geral da República tomou posse em 18 de setembro do ano passado: "Preparei-me para o cargo ao longo de toma a minha carreira"
 

De forma objetiva, a procuradora defendeu, em 6 de dezembro, no Supremo, a suspensão da Resolução 577/2017, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que determinou a soltura dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. “As ordens judiciais devem ser cumpridas. O Poder Legislativo não atua como órgão revisor de atos judiciais”, afirma. Ela trabalhou ainda na equipe que redigiu o I Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil e acumula intensa participação em processos envolvendo a defesa dos direitos humanos, em especial, os direitos indígenas.

 

Raquel Dodge, sempre elegante e com voz delicada, é casada com o norte-americano Bradley Dodge desde dezembro de 1992. A jovem Raquel procurava, então, um professor de inglês a fim de se preparar para o mestrado na Universidade de Harvard e encontrou Bradley, que dava aulas na Escola das Nações de Brasília. O casal tem dois filhos, Eduardo e Sophia.

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