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BRASILIENSES DE 2017 | MARIA INÊS FINI »

Otimismo e fé no Brasil

Presidente do Inep, ela criou o Enem e o Encceja e não para de inovar à frente da autarquia. Seu maior sonho é ver a educação promovendo o desenvolvimento das pessoas

Teresa Mello - Publicação:24/01/2018 14:14
MARIA INÊS FINI, 
69 anos


Nascida em Pirangi (SP), mora em Brasília desde 1996

  
Divorciada, 2 filhas, 2 netas 


Pedagoga, doutora em educação, professora e pesquisadora em psicologia da educação, psicologia do desenvolvimento, social e do trabalho


Fundadora e professora da Faculdade de Educação da Unicamp, diretora de Avaliação para Certificação de Competências do Inep, criadora do Enem. Presidente do Inep desde 2016 (Bruno Peres/Esp. Encontro/DA Press)
MARIA INÊS FINI,
69 anos
Nascida em Pirangi (SP), mora em Brasília desde 1996
Divorciada, 2 filhas, 2 netas

Pedagoga, doutora em educação, professora e pesquisadora em psicologia da educação, psicologia do desenvolvimento, social e do trabalho

Fundadora e professora da Faculdade de Educação da Unicamp, diretora de Avaliação para Certificação de Competências do Inep, criadora do Enem. Presidente do Inep desde 2016

A educadora paulista Maria Inês Fini é a responsável pela criação da primeira versão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ainda em 1998, quando dirigia o setor de Avaliação para Certificação de Competências do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do qual assumiu a presidência em maio do ano passado. O recente Enem, realizado em 5 e 12 de novembro, somou 6,7 milhões de inscritos, enquanto o de 2016 registrou 8,6 milhões. “A diferença é porque 1,6 milhão foram fazer o Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos), que eu também criei”, explica. O Encceja foi instituído para avaliar as competências de jovens e adultos que não terminaram os ensinos fundamental ou médio na idade convencional.

 

Em 2009, o Enem foi modificado e passou a permitir o acesso aos ensinos técnico e superior público: “Era como um vestibular nacional para o ensino superior”, define a pedagoga de 69 anos, nascida no interior de São Paulo e que chegou a Brasília para trabalhar no Inep em 1996. Em 2017, depois de consulta pública, o exame deixou de valer como certificado para o ensino médio, substituído pelo Encceja.

 

Outra modernização adotada neste ano é o fim da divulgação dos dados por escola, para evitar o ranqueamento das instituições de ensino: “O Enem é parte de uma avaliação. Então, seria inadequado divulgar por escola, porque é preciso considerar fatores como a estrutura física da escola, a jornada de trabalho dos professores, a origem socioeconômica das famílias”. A presidente do Inep acrescenta algumas mudanças estruturais como outras melhorias no Enem: mais segurança, com testes personalizados, provas em dois domingos consecutivos e um novo recurso de acessibilidade, que é a videoprova traduzida em libras para a população surda. E, com tantas novidades, o custo baixou: 483,5 milhões de reais, segundo a estimativa oficial do Inep, considerando o número de inscritos sem abstenções. A edição de 2017 deve ser fechada com o valor unitário de 87,54 reais, enquanto a de 2016 ficou orçada em 90,64 reais por pessoa.

A pedagoga Maria Inês Fini quer fazer mais pela educação do país: 'Vamos continuar construindo evidências para monitorar as políticas públicas de educação por meio de estatísticas' (Bruno Peres/Esp. Encontro/DA Press)
A pedagoga Maria Inês Fini quer fazer mais pela educação do país: "Vamos continuar construindo evidências para monitorar as políticas públicas de educação por meio de estatísticas"
 

Maria Inês declara ser favorável à reforma do ensino médio – por meio de medida provisória que altera o currículo escolar e inclui cursos profissionalizantes (MP 476/2016). É contrária ao engessamento do currículo, que, a seu ver, não pode ser o mesmo para todas as escolas e todos os estudantes e deve levar em conta a vocação dos alunos e as oportunidades regionais.

 

Para comemorar os 80 anos do Inep como fundação – e os 20 anos como autarquia –, foi lançado, em janeiro de 2017, o Prêmio Inep de Jornalismo – Avaliações e Estatísticas Educacionais, que recebeu 136 reportagens e cuja premiação ocorreu em dezembro, na sede do instituto. Para 2018, os planos são de consolidação: “Vamos continuar construindo evidências para monitorar as políticas públicas de educação por meio de estatísticas”, afirma a presidente que, nos momentos de lazer, aproveita para ler, caminhar e aproveitar o convívio com as duas filhas e as duas netas. O sonho da pedagoga é que “a educação possa promover o desenvolvimento das pessoas e desta nação maravilhosa que é o Brasil, com equidade e justiça”.

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