Doutor muito precoce
Aos 18 anos, ele já é sócio do escritório da família e quer entrar para o Guiness como o advogado mais jovem do mundo a fazer uma sustentação perante uma Suprema Corte
REVELAÇÃO DO ANO| MATEUS COSTA RIBEIRO
MATEUS DE LIMA COSTA RIBEIRO
18 anos
Nasceu e mora
em Brasília
Graduado em Direito pela Universidade
de Brasília (UnB), fez cursos
a distância (álgebra e ensaio literário)
na Universidade Johns Hopkins (EUA)
Advogado mais jovem a fazer sustentação oral no Supremo Tribunal Federal,
escreve livro sobre sua trajetória.
Em processo seletivo para a Universidade de Harvard e o Guinness Book
Ele está preocupado em escrever frases curtas. Sabe que o impacto no leitor é maior. Não só nas petições que redige no escritório da família, do qual é sócio júnior, mas também no livro que pretende lançar em abril de 2019, A História do Advogado Mais Jovem do Brasil. “Não digo que é uma autobiografia, porque, aos 18 anos, isso seria meio arrogante”, afirma o brasiliense Mateus Costa Ribeiro.
O flerte com as palavras começou aos 11 anos, na Escola Americana de Brasília, incentivado pelo professor Mr. Bush. A turma precisaria cumprir a meta de ler 50 livros (em inglês) em um ano. O garoto devorou 86. “Foi um momento decisivo”, define. “Eu lia 200 páginas por dia, três a quatro livros ao mesmo tempo, viajava com a malinha de livros.” A experiência serviu para que ele adotasse a rotina de estudos: não fez o ensino médio e entrou para a Universidade de Brasília (UnB) aos 14 anos.
Nessa época, ele também cumpria em casa, no Lago Sul, as 80 horas do curso a distância Crafting the Essay, da Universidade Johns Hopkins (EUA), destacando-se entre os melhores do Center for Talented Youth, da Hopkins, prêmio entregue em cerimônia na Universidade de Yale (EUA). “Sei que não aproveitei a adolescência como um adolescente, mas eu tinha um objetivo, que era o de me formar mais cedo, eu me sentia preparado e a escola não era um ambiente desafiador”, diz. Mateus fez o ensino fundamental no Colégio Galois. Na metade do nono ano matriculou-se no vestibular e era preciso ter o diploma do ensino médio. Graças a uma autorização judicial, fez as provas do supletivo.
Nascido em 2 de janeiro de 2000, o jovem já acumulava bagagem discursiva aos 18 anos. Foi o que mostrou durante os 15 minutos de sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF), em 8 de novembro deste ano, discorrendo sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6036) para o Partido Democrático Trabalhista (PDT). A ADI buscava garantir a lei federal que proíbe revistas íntimas em funcionários de empresas. “O tema central do caso é até que ponto o Estado pode legislar sobre o direito do trabalho”, conta. “O que interessa são as repercussões para a jurisprudência”, completa ele, que considera o evento no STF o destaque pessoal do ano: “O auge foi receber elogios dos ministros (Edson) Fachin, (Roberto) Barroso, (Luiz) Fux, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Dias Tóffoli.” Depois da sessão no Supremo, os seguidores no Instagram, onde ele escreve sobre a vida e os desafios, saltaram de 400 para 18 mil.
A prática do Direito é tradição de família. Filho do advogado João Costa Ribeiro Filho e de Rosilene, advogada de formação, pedagoga e professora da Secretaria de Educação do DF, o caçula seguiu a trilha aberta pelos irmãos João Neto, de 27 anos, doutor em Direito, Estado e Constituição, e Clarissa, de 20. Todos com a carteira da OAB antes dos 21.
E 2019 chega com amplos horizontes para o advogado mais jovem do mundo a fazer uma sustentação perante uma Suprema Corte, aos 18 anos, 9 meses e 6 dias. Assim, ele pleiteia o ingresso no Guinness Book. Em março, sai o resultado do processo seletivo para Harvard (EUA) e, em abril, ele lança o livro. Enquanto isso, aprende a tocar sax tenor, faz musculação – que detesta – e RPG para aliviar as dores nas costas e no pescoço: “Eu fico muito tempo sentado”. E gosta de correr na Península dos Ministros, seu local favorito em Brasília.