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PET: Conheça as opções de hospedagens para seu amigo durante as férias

Antes de viajar, é hora de decidir onde o melhor amigo vai ficar, com segurança e conforto. Além dos tradicionais hoteizinhos, serviços de hospedagens em casas de famílias e pet sitters estão entre as opções

Paloma Oliveto - Publicação:20/12/2018 15:44Atualização:20/12/2018 16:12

Viajar e não poder levar o pet a tiracolo é o pesadelo de quase todos os tutores, que sofrem quando têm de se separar dos melhores amigos. A ansiedade é mútua: o estresse da separação pode deixá-los deprimidos, o que faz cair as defesas do sistema imunológico. Porém, há opções de hospedagem que se distanciam bastante do clássico hotel, onde os animais ficam presos em baias e têm pouco contato com humanos ou com os amiguinhos da espécie. Agora, a tendência é oferecer ambientes familiares, como os que se tem em casa, onde não faltam amor e conforto.

 

Toda vez que a tutora precisa se ausentar, o poodle Bob, de 11 anos, vai para a suíte presidencial da Pookie Pet, um daycare e petshop que há pouco tempo passou a oferecer o serviço de hospedagem. “Ele já ficou hospedado anteriormente em outros hotéis. Em 2015, tive uma experiência péssima com um aqui, em Brasília. Bob foi mordido por outro cão e precisou ficar hospitalizado”, conta Helena Gomes. No fim de 2016, ela conheceu a Pookie e o cachorrinho passou a frequentá-la. “A experiência com a creche é excelente e por isso sempre tive expectativa de que oferecessem também a hospedagem, com a mesma qualidade”, revela.

O poodle Bob Gomes na suíte presidencial da Pookie Pet: com direito a mais espaço, TV e até um sofazinho (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
O poodle Bob Gomes na suíte presidencial da Pookie Pet: com direito a mais espaço, TV e até um sofazinho
 

O desejo de Helena foi atendido e, neste ano, foi inaugurado o hotelzinho, no mesmo local onde funciona o daycare, no Sudoeste. Bob já se hospedou três vezes: uma delas, em dia de jogo do Brasil na Copa do Mundo. Como o lugar tem isolamento acústico, o poodle nem ouviu o barulho dos fogos de artifício. “Recebi muitas fotos, vídeos e um relatório detalhado sobre a alimentação, sono, e comportamento diário dele”, diz a tutora. A opção dela, nas vezes em que o pet se hospedou lá, foi a suíte presidencial, que é mais espaçosa que as demais, com TV e até um sofazinho. “O Bob é um membro da família e merece todo o conforto que eu puder proporcionar. Fico totalmente aliviada e tranquila sabendo que ele está sendo muito bem cuidado por pessoas que amam cães assim como eu”, diz Helena.

 

A sócia-proprietária do empreendimento, Paola Abarca, diz que, assim como Helena, muitos tutores que deixam os animais no daycare pediam para que abrisse a hospedagem. Esse era o desejo da empresária desde o início, mas foi preciso que a loja vizinha saísse do local para poder ampliar o negócio. São 30 acomodações divididas em standard, master, deluxe e presidencial, com valores que variam de 70 a 220 reais.

Paola Abarca, da Pookie Pet, com sua cadela Chitara, investiu em hotel para animais: ela expandiu os negócios e oferece 30 acomodações de diferentes tamanhos e preços (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press )
Paola Abarca, da Pookie Pet, com sua cadela Chitara, investiu em hotel para animais: ela expandiu os negócios e oferece 30 acomodações de diferentes tamanhos e preços
 

A empresária conta que todos os cãezinhos hospedados têm direito a quatro passeios internos, de pelo menos 15 minutos cada um. Se o tutor preferir, também pode contratar o serviço de passeio externo e de daycare para o melhor amigo. Independentemente do tipo de apartamento reservado, o carinho e os cuidados são os mesmos, garante Paola: “Os clientes podem viajar tranquilos, que mandamos fotos diárias, publicamos imagens no nosso Instagram e mandamos um relatório completo sobre o dia do animal”, diz.

 

Na casa da empresária Fabiana Lima, no Jardim Botânico, os hóspedes de quatro patas estão liberados para fazer tudo a que estão acostumados: subir no sofá, dormir na cama... “Não usamos baias, canil, nem nada parecido. Queremos tornar a experiência da hospedagem do pet a mais próxima possível do seu ambiente: rotina parecida, alimentação nos horários que o pet costuma comer, além de atividade com os monitores, pois o pet também precisa gastar energia, Com a turma reunida, é diversão garantida”, diz.

 

Proprietária de um daycare no Sudoeste, Fabiana costuma receber muitos animais que frequentam a creche. É o caso das irmãzinhas Maya e Lucy, que, vez ou outra, se hospedam na casa de Fabiana. “Eles têm contato com minhas duas meninas desde que eram bem pequinininhas, então já existe um laço afetivo que elas estabelecem com o cão. Não é só uma relação comercial, percebo que há afeto, carinho pelo bicho. São pessoas que gostam do que fazem e gostam de animais”, afirma a advogada Ana Paula Rodrigues, tutora das cadelinhas. Tanto ela quanto o marido, Bruno Rodrigues, viajam muito e acabam recorrendo com frequência à hospedagem de Fabiana. “Isso me desafoga muito. Lá, elas têm liberdade de corrrer, tomar um solzinho, brincar com outros cachorros. Várias vezes recebo as fotos e vejo as duas lá, no sofá, com os monitores”, conta Ana Paula.

Bruno Rodrigues e Ana Paula Rodrigues, com as cachorras Lucy e Maya: como o casal viaja muito, recorre com frequência à hospedagem de um daycare no Sudoeste (Fernando Pires/Esp. Encontro/DA Press )
Bruno Rodrigues e Ana Paula Rodrigues, com as cachorras Lucy e Maya: como o casal viaja muito, recorre com frequência à hospedagem de um daycare no Sudoeste
 

Hoje, muitos tutores também optam por encontrar hospedagens em aplicativos específicos. O Pet Anjo e o Dog Hero são os principais do país, com oferta de serviços no Brasil inteiro. Pelos apps ou sites das empresas, é possível buscar o tipo de anfitrião a partir de filtros. Algumas pessoas podem querer que seus pets fiquem em casas que tenham gramado, por exemplo, enquanto outras preferem apartamento; algumas fazem questão que o dono da casa fique o tempo inteiro com o animal, outras não se importam que eles fiquem sozinhos em algum momento do dia.

 

Apaixonada por animais, Jessika Batista hospeda cães em sua casa, no Guará, há cerca de quatro anos. Ela conta que, no princípio, a irmã não gostou muito da ideia, mas hoje toda a família ajuda a cuidar, de bom grado, dos hóspedes de quatro patas. Ela é uma anfitriã do Dog Hero e, desde que se cadastrou, já fez mais de 70 hospedagens. “Acabo me apegando muito aos cachorrinhos. Alguns deles pulam para a minha cama à noite e dormem comigo”, conta. Tutora da cadela Carlota, Jessika afirma que o pet recebe os “amigos” muito bem e até a ajuda a cuidar dos hóspedes. Para ser um bom anfitrião, Jessika afirma que, além de amar os animais, é preciso ter desapego. “Alguns destroem as coisas em casa, mas não ligo para coisas materiais”, garante. Ela conta que o serviço é muito requisitado, tanto que as reservas para fim de ano muitas vezes se esgotam em julho. Atualmente, ela recebe até três cães por vez.

Jessika Batista hospeda cães em sua casa há quase quatro anos e já fez mais de 70 hospedagens: 'Acabo me apegando muito aos cachorrinhos. Alguns deles pulam para a minha cama à noite e dormem comigo', conta (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press  )
Jessika Batista hospeda cães em sua casa há quase quatro anos e já fez mais de 70 hospedagens: "Acabo me apegando muito aos cachorrinhos. Alguns deles pulam para a minha cama à noite e dormem comigo", conta
 

A carioca Marilene José Rosa Amoras também hospeda animais , pelo site e aplicativo Pet Anjo. Quando os tutores preferem, também vai à casa deles fazer o serviço de pet sitter. Ela sempre cuidou de cães e gatos e, quando se mudou para Brasília, resolveu oferecer o serviço. Depois de se candidatar à vaga de anjo, como os cuidadores são chamados, Marilene fez um treinamento on-line para se capacitar. Diversos tutores mantêm contato com ela e a ajudam a matar as saudades, enviando fotos dos pets que hospedou. “No caso dos gatinhos, vou à casa deles, converso, dou carinho, limpo a caixinha sanitária, troco água e comida”, explica a moradora de Águas Claras.

Marilene Amoras é pet sitter e cuida de animais, como a gata Phantera: 'Vou à casa dos tutores, converso com os animais, dou carinho, limpo a caixinha sanitária, troco água e comida' (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press  )
Marilene Amoras é pet sitter e cuida de animais, como a gata Phantera: "Vou à casa dos tutores, converso com os animais, dou carinho, limpo a caixinha sanitária, troco água e comida"
 

Sócia-proprietária da Pet Anjo, a veterinária Carol Petersen diz que os felinos precisam de atenção especial com a alimentação, pois, se ficarem mais de 24 horas sem comer, podem desenvolver uma lesão no fígado, um problema que chega a matar. “Os gatos não gostam de mudança. Eles amam as pessoas, mas são muito apegados ao ambiente. Quando a viagem é curta, o mais recomendado é não retirá-los de casa, por isso o serviço de pet sitter é indicado”, afirma. Segundo Carol, para hospedar animais em casa ou visitá-los na ausência do tutor, é essencial amor e capacitação: “Para ser um anjo, o primordial é amar os animais, não basta só gostar. Mas também não pode só amar, tem de saber cuidar”.

 

ONDE HOSPEDAR SEU AMIGO

Sugestões de lugares em Brasília para a hospedagem dos pets

 

èPet Sudoeste

Diárias de R$ 50 (porte pequeno) a R$ 60 (médio)

Exigências: os animais têm de estar vacinados e com proteção contra carrapatos e pulgas

Como contratar: (61) 3344-0101

 

èPookie Pet

Diárias: de R$ 70 (acomodação standard) a R$ 220 (suíte presidencial)

Outros serviços: há opção de contratar serviços como passeios e day care

Como contratar: (61) 3051-1030

 

èPet Anjo

Diárias: de R$ 25 a R$ 120

Como contratar: www.petanjo.com

 

èDog Hero

Diárias: variam de acordo com o anfitrião.

Como contratar: www.doghero.com.br

 

 

TRÊS PERGUNTAS PARA | EDUARDO BAER

CEO e co-fundador da DogHero, empresa líder na América Latina de hospedagem familiar, fala sobre

 (Mo Bertuzzi/Divulgação )
 

1 | Como é o processo de seleção dos anfitriões?

Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode se inscrever para anfitrião. O processo é feito on-line. Os interessados devem preencher um formulário – os aplicantes levam em média 2,5 horas para terminar –, mandar fotos da residência e fazer uma prova também on-line. Apenas 20% das pessoas que terminam o cadastro são aprovadas. Quando aprovados, os anfitriões devem completar os quatro módulos (e-learning) da Escola de Heróis, com dicas de comportamento e saúde animal e sobre como oferecer uma experiência incrível para hóspedes e clientes. Depois, os conhecimentos dos anfitriões são testados. Ao completar cada módulo, os aprovados recebem escudos no perfil na comunidade. Além disso, monitoramos permanentemente o nível de qualidade de serviço dos anfitriões pelas notas e avaliações deixadas pelos clientes (elas ficam públicas nos perfis do anfitrião) e outros fatores, como tempo de resposta (eles devem responder o clientes em até 1 hora).

 

2 | Quais as vantagens de hospedar o pet com um anfitrião, em vez de deixá-lo em hoteizinhos?

Nosso objetivo é que o bichinho sofra menos com a ausência dos pais. Além disso, o anfitrião está sempre em contato com os pais, enviando fotos e vídeos. Na DogHero, os clientes avaliam todas as hospedagens e passeios. Monitoramos isso de perto: hoje, mais de 98,7% das avaliações deixadas por clientes são cinco estrelas. Nossos anfitriões e passeadores passam por um rigoroso processo para serem aceitos e precisam, realmente, amar cachorros e ter experiência cuidando deles.

 

3 | A hospedagem familiar de pets é uma tendência mundial?

Sim, com certeza. O Rover e o Wag, dois aplicativos americanos que oferecem serviços para cães, já levantaram mais de 300 milhões de dólares em investimento. Somos os líderes na América Latina (atuamos no Brasil, Argentina e México) e levantamos até agora 18 milhões de reais. O Brasil é o terceiro maior mercado pet em receita no mundo, atrás de EUA e Reino Unido. São 20 bilhões de reais por ano, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). O Brasil tem uma população de 52 milhões de cachorros. Desses, 500 mil deles estão cadastrados na DogHero. Então vemos, sim, muito espaço pra crescer.

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