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Terapias alternativas ajudam mesmo? Saiba o que são esses tratamentos e para que servem

Terapias como constelação família e body talk estão na moda em Brasília, onde astrologia, ioga e acupuntura já tem muitos adeptos

Mariana Froes - Publicação:16/04/2019 17:09Atualização:16/04/2019 17:34

Independentemente do problema, seja ele do corpo ou da mente, fato é que cada vez mais pessoas no Distrito Federal têm procurado por terapias alternativas. Atualmente, alguns desses tratamentos, inclusive, fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS), dentro da chamada medicina integrativa – geralmente complementar às terapias convencionais. Segundo o Ministério da Saúde, só em 2017 foram mais de 41 mil atendimentos desse tipo no DF, como ioga e acupuntura. No Brasil, no mesmo período, foram mais de 1,4 milhão de casos atendidos.

A arquiteta Marina
de Oliveira diz que o
body talk a ajudou a ficar
mais forte: 'Ao fazer as
sessões, começamos a
descobrir de onde vêm os
sintomas e sua relação
com nossas emoções' (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
A arquiteta Marina de Oliveira diz que o body talk a ajudou a ficar mais forte: "Ao fazer as sessões, começamos a descobrir de onde vêm os sintomas e sua relação com nossas emoções"
 

Em 2018, o governo ainda incluiu outros 10 tipos de práticas no SUS, entre elas imposição de mãos, aromaterapia, bioenergética, hipnoterapia, terapia de florais e constelação familiar. Christiani Rosa de Santana trabalha justamente com esse último método. Ela é terapeuta sistêmica e conheceu a constelação há 15 anos, por indicação de uma terapeuta. “Desde então, estive presente em muitos grupos como participante. Fiz minha primeira forma- ção em 2013 e, no ano seguinte, decidi me dedicar mais a ela, como forma de trabalho”, conta.

 

Christiani explica que há sessões individuais e em grupo: “Naquelas em que estamos sozinhos com o cliente, ele traz uma questão. A partir daí, montamos a constelação dele usando bonequinhos que vão representar sua família. Em seguida, fazemos uma leitura”, diz. “No trabalho em grupo, apenas uma pessoa vai ser constelada. O que muda é a representação da família. Esse papel vai ficar a cargo dos demais integrantes do grupo”, afirma a terapeuta. Ainda de acordo com ela, o processo ajuda na identificação e tratamento de conflitos individuais, em diferentes áreas. “Alguns temas recorrentes são doenças, problemas com drogas, no relacionamento e no trabalho”, completa.

Mônia Zoraima passou por
várias terapias, como constelação
familiar e astrologia, para tratar
de problemas familiares: 'Foi muito
importante para começar o meu
caminho no autoconhecimento, para
entender o que estava sentindo'  (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
Mônia Zoraima passou por várias terapias, como constelação familiar e astrologia, para tratar de problemas familiares: "Foi muito importante para começar o meu caminho no autoconhecimento, para entender o que estava sentindo"
 

Mesmo se definindo como uma pessoa incrédula, o consultor de negócios Tarquinio Brasil Barbosa, de 54 anos, buscou por respostas na constelação familiar. Ele passava por problemas de relacionamento: “Eu queria entender o que estava acontecendo na minha profissão, em minha casa, nas finanças, no amor. Participei de três constelações e a minha visão mudou. Parei de carregar a responsabilidade dos outros, de me vitimizar ou ser sensível demais em algumas situações. Tornei-me mais responsável. Foi algo que me fez muito bem”, diz.

 

A bibliotecária Mônia Zoraima, de 31 anos, começou com as terapias tradicionais em 2013, quando a mãe ficou doente. “No início, foi muito importante para começar o meu ca - minho no autoconhecimento, para entender o que estava sentindo. Um tempo depois, fui convidada para in - tegrar o grupo de uma constelação de outra pessoa. A troca de energia foi muito forte e conseguiram chegar ao motivo do problema. Foi algo fantástico”, revela. Ela diz ainda ter passado por outras terapias como o balancea - mento energético e o kainapi – uma espécie de sauna natural. “Por meio de pedras quentes você passa por um processo de purificação e é algo mui - to interessante”, conta. A bibliotecária afirma que a busca continua, até por outras vertentes. Mônia também bus - cou a astrologia e passou por um trei - namento de positivismo de mente. E recentemente voltou do Chile, onde praticou, durante algumas semanas, técnicas que aprendeu no curso.

A terapeuta Christiani
Santana diz que a terapia
constelação familiar
ajuda na identificação
e tratamento de conflitos
individuais: 'Alguns temas
recorrentes são doenças,
problemas com drogas,
no relacionamento
e no trabalho' (Raimundo Sampaio/Esp. En contro/DA Press)
A terapeuta Christiani Santana diz que a terapia constelação familiar ajuda na identificação e tratamento de conflitos individuais: "Alguns temas recorrentes são doenças, problemas com drogas, no relacionamento e no trabalho"
 

Professora de ioga, astróloga e terapeuta floral, Fernanda Federman fala com propriedade sobre os méto - dos alternativos: “As reclamações mais frequentes são de pessoas que estão infelizes no trabalho, que dizem não ter propósito de vida ou problemas no amor”, afirma. “A primeira coisa que faço é o mapa astral, para depois orientá-las a trabalhar as energias em determinadas áreas. Os florais também entram nessa sequência. Há diferentes essências de plantas para problemas diversos”, explica. Fernanda diz ainda que geralmente os mapas descrevem e ajudam na orientação, mas não atuam direto na cura.

 

Outro tipo de terapia em alta no DF é o bodytalk, que trabalha a resis - tência muscular do pulso do pacien - te, como esclarece a profissional Cris - tiane Martins Teixeira. “Usamos um protocolo para que, a partir do toque no pulso, possamos fazer perguntas cuja a resposta vai ser ‘sim’ ou ‘não’, e depois fazemos a análise”, afirma. Segundo ela, o método pode ajudar a identificar e transformar o que existe por trás de dores e de sintomas. “É possível, por exemplo, desconstruir crenças, trabalhar emoções e memórias conscientes ou não, mas que estão influenciando o corpo e no equilíbrio físico e emocional”, diz.

Astróloga e terapeuta
fl oral, Fernanda Ferdman
combina as duas terapias
em alguns casos: 'A
primeira coisa que faço
é o mapa astral, para
depois orientar a pessoa
a trabalhar as energias
em determinadas áreas.
os florais também entram
nessa sequência' (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
Astróloga e terapeuta fl oral, Fernanda Ferdman combina as duas terapias em alguns casos: "A primeira coisa que faço é o mapa astral, para depois orientar a pessoa a trabalhar as energias em determinadas áreas. os florais também entram nessa sequência"
 

A arquiteta Marina Luise de Oliveira, de 25 anos, conta que o body talk a ajudou a se fortalecer e ter consciência do corpo e das emoções. “Por vezes, somos educados a procurar a cura de desequilíbrios fora de nós, mas ao iniciar as sessões percebi que a possibilidade de estar bem estava sempre dentro de mim. Isso não quer dizer que não precisamos consultar médicos ou tomar remédios, mas que, ao fazer as sessões, começamos a descobrir de onde vêm os sintomas e sua relação com nossas emoções”, afirma.

 

Segundo Marina, a melhora física, mental e espiritual foi impressionante e o body talk a ajudou também a tratar alergias, intolerância à lactose, desequilíbrios nos rins e em glândulas endó- crinas. “Por me sentir tão bem com a técnica, acabei fazendo o curso de body talk, visando entender mais o processo e ajudar mais pessoas a terem acesso a comunicação do próprio corpo. É incrível atender e ver como funciona”, diz a arquiteta.

O consultor de
negócios Tarquinio
Barbosa foi buscar
na constelação
familiar respostas
para seus problemas:
'Parei de carregar
a responsabilidade
dos outros e de me
vitimizar', diz (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press )
O consultor de negócios Tarquinio Barbosa foi buscar na constelação familiar respostas para seus problemas: "Parei de carregar a responsabilidade dos outros e de me vitimizar", diz
 

Na maioria das vezes, as novas terapias não são reconhecidas ou regulamentadas pelo Conselho Federal de Psicologia. Por isso, geralmente são procuradas como forma complementar do tratamento. Para a psicóloga Camila Altavini, do Centro de Estudo e Atendimentos Psicológicos da Universidade de Brasília (UnB), o aumento e a diversificação das demandas fizeram com que a própria psicoterapia convencional buscasse se atualizar. “Existem diferentes formas de atuação do psicólogo, nas diferentes linhas teóricas e também variação na modalidade de atendimento. Além disso, existem terapias mais breves, em casos como o de timidez, e terapias mais longas, como em situações de depressão, ansiedade”, diz.

Cristiane Teixeira é
especialista em body talk,
nova técnica que trabalha a
resistência muscular do pulso:
método ajuda a identifi car e
transformar o que existe por
trás de dores e sintomas (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press )
Cristiane Teixeira é especialista em body talk, nova técnica que trabalha a resistência muscular do pulso: método ajuda a identifi car e transformar o que existe por trás de dores e sintomas
 

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