Tecnologia a favor da saúde: laboratórios aprimoram serviços
Centro de análises clínicas e de diagnóstico estão cada vez mais atentos às novidades do setor para oferecer resultados mais rápidos e seguros
As evoluções conquistadas pela tecnologia geraram uma verdadeira revolução na medicina e já atingiram expressivamente a área laboratorial em Brasília. Uma das maiores aliadas nos tratamentos, a tecnologia tem proporcionado terapias mais eficazes a uma série de doenças antes consideradas incuráveis, como o câncer. Além de novos procedimentos, um dos campos que mais se beneficiou com as novas técnicas desenvolvidas na área química e biológica é o de diagnóstico. A genética e a impressão 3D são alguns dos trunfos explorados pelos laboratórios do Distrito Federal, que têm obtido resultados mais rápidos e precisos.
Lídia Abdalla, presidente do Sabin, destaca que os exames já não são realizados como no passado. “Uma das coisas mais bacanas é que, hoje, precisamos colher muito pouco sangue do paciente e com uma pequena quantidade é possível fazer mais de 20, 30 exames. Não precisamos mais encher vários tubos como antigamente, o que era extremamente trabalhoso para o profissional de saúde e para o paciente”, afirma.
A qualidade das imagens de diagnóstico também evoluiu muito, segundo Lídia. “Temos testes, como a tomografia e a mamografia, feitos com os equipamentos mais modernos desenvolvidos nessa área, que permitem uma análise cada vez mais precisa.” A gestora do Sabin, que tem 280 unidades de atendimento espalhadas pelo Brasil, ressalta que outro ponto de grande melhora dentro dos laboratórios é a redução do tempo de espera pelos resultados. “Antigamente, demorava mais de semanas para receber um laudo e isso hoje não é necessário. Por exemplo, temos o exame de sexagem fetal, para saber o sexo do bebê, que levava cerca de 15 dias para ficar pronto e hoje sai em média de dois a três dias. Isso é muito bom, porque evita a ansiedade da família, que nesse momento é grande”, diz Lídia. “Nós nos orgulhamos da nossa precisão e credibilidade. Usamos os equipamentos mais avançados e prezamos pelo bem-estar, como o uso de aparelhos que geram também conforto ao paciente”, completa.
A preocupação com a qualidade de atendimento dos pacientes também é prioridade para Amelia Teratoko de Santana, farmacêutica bioquímica e responsável pelo laboratório Dom Bosco. Ela destaca o quanto a tecnologia tem proporcionado resultados mais positivos na rotina da empresa: “Acredito que toda essa automatização nos ajuda no dia a dia com os pacientes, auxilia na liberação dos exames e também na confiabilidade, que é uma de nossas maiores preocupações”, diz. Amelia afirma que o uso de aparelhagens de ponta e a parceria com laboratórios internacionais fazem com que o Dom Bosco consiga obter retorno positivo dos pacientes. “Esse é um dos nossos maiores orgulhos. Temos casos de famílias de três gerações (neto, pai e filho) que fazem seus exames conosco. Estamos há 53 anos no mercado e sempre buscamos opções para garantir um melhor tratamento a essas famílias.”
A preocupação com a qualidade do atendimento também é um dos alicerces do Laboratório Exame de Brasília, outro que foi reforçado graças aos adventos tecnológicos.“Prezamos muito pela comodidade e queremos oferecer o melhor quando alguém visita uma unidade nossa. Queremos que essa pessoa consiga resolver todos os exames médicos que precisa no mesmo local”, afirma Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da Dasa, empresa dona do Exame. Segundo ele, são cerca de 6 a 7 mil agendamentos digitais por dia e um tempo de atendimento médio de até 8 minutos. O laboratório, que tem unidades em outros estados e no DF está presente no entorno – Formosa, Valparaíso, Águas Lindas e Cidade Ocidental –, acompanha as últimasnovidades do setor. “Temos o primeiro laboratório de patologia totalmente digital e somos o único grupo da América Latina com esse tipo de tecnologia”, diz Gasparetto.
Uma das áreas com maior destaque entre as inovações do setor, a genética também vem conhecendo revoluções. Análises são realizadas em menos tempo e com maior exatidão, um dos maiores avanços médicos obtidos na última década. Por meio de mapeamentos de genes, os cientistas conseguem ir muito além do que os testes antigos proporcionavam. “Eles chegaram para ficar, estão relacionados ao que chamamos de medicina de precisão. Hoje, não tratamos o câncer só pelo tipo e o local onde ele está, é preciso saber o subtipo do tumor e só com a análise genética isso é possível”, explica Gasparetto. Ele conta que o laboratório possui todos os tipos de exames genéticos existentes atualmente, com profissionais especializados no tema.“Temos especialistas de plantão para atender os médicos, caso tenham alguma dúvida, já que essa é uma área extremamente nova”, afirma.
Para Cyro Melo, especialista em clínica médica e coordenador do Fleury Medicina e Saúde em Brasília, a análise genética também é um dos destaques na área de diagnósticos e auxilia cada vez mais o trabalho dos médicos. “Por meio da análise do DNA, conseguimos identificar casos de forma individual, saber como cada tumor se caracteriza e de que forma vai responder aos medicamentos.” O laboratório também investiu em novo campo de genética em cardiologia, área que tem avançado muito por causa do envelhecimento da população e o aumento das doenças coronárias. Melo ressalta que as análises mais detalhadas proporcionam um aumento na chance de cura dos pacientes: “Por meio desses dados, temos as armas necessárias para escolher qual é o melhor tipo de terapia, qual o medicamento que renderá mais resultados positivos, mais chances de atingir o alvo. Dessa forma, também fazemos com que o paciente sofra menos, aumentando a qualidade de vida dele”, diz o médico.
Além dos exames genéticos, o Fleury oferece serviços como a impressão 3D, que permite a criação de imagens tomográficas computadorizadas para gerar moldes de órgãos, facilitando o planejamento de cirurgias e também o teste pré-natal não invasivo para síndrome de Down. Por meio desse exame, é possível determinar o risco de alterações genéticas no feto a partir de 10 semanas de gestação. A análise identifica 99,5% dos casos de síndrome de Down, e também outras alterações menos conhecidas. Baseado na identificação de DNA proveniente da placenta em uma amostra de sangue da mãe, além de minimizar a necessidade de realizar exames mais invasivos, o teste tem apresentado diagnósticos falso-negativos de menos de 0,5%. Para Melo, esses avanços tecnológicos terão continuidade e refinarão ainda mais a área de diagnósticos: “Acredito que mais para a frente teremos novas técnicas que foquem ainda mais na sensibilidade, o que ajudará ainda mais a área laboratorial, dando um retorno ainda mais positivo ao paciente”.
SAIBA MAIS
Números de unidades e atendimentos/exames de quatro laboratórios da capital
Dom Bosco
Fundação: 1975
Unidades no DF: 4 (Taguatinga Sul e Norte, Ceilândia e Recanto das Emas)
Capacidade: 50 mil atendimentos/ano]
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Exame
Fundação: 1963
Unidades no DF: mais de 60
Capacidade: mais de 50 mil atendimentos/mês
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Fleury
Fundação: 1926
Unidades no DF: 3 (Asa Sul e Sudoeste)
Capacidade: não informa
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Sabin
Fundação: 1984
Unidades em Brasília e entorno: 107 unidades de atendimento
Capacidade: 47 milhões de exames em 2018