Um modelo diferente
Grupo, que já tem três unidades no DF, vai inaugurar em breve um hospital construído nos moldes de um hotel estrelado
O conceito de hotelaria aplicado a uma unidade hospitalar encontra a sua melhor tradução no novíssimo DF Star, na 914 Sul. Com inauguração prevista para junho, ele integra a Rede D’Or São Luiz − grupo com 39 estabelecimentos no país, entre eles, o Santa Luzia, o Santa Helena e o Hospital do Coração do Brasil, em Brasília. Cerca de 700 operários terminam a construção dos quase 30 mil metros quadrados de área. Com investimento de 450 milhões de reais, tudo no prédio linear foi projetado para o paciente sentir-se em um hotel estrelado. No lugar do copeiro, um garçom servirá as refeições, assinadas pelo chef francês Roland Villard que, em 2017, assumiu o menu do hospital de luxo Copa Star, no Rio de Janeiro, da mesma rede.
Pelos corredores, nada de paredes em cores neutras entristecidas por luz fria. A madeira está presente para garantir o aconchego e celebrar os tons de terra do Centro-Oeste: “Foi feito um estudo de cores para explorar a ideia do cerrado e os nomes das sete salas cirúrgicas remetem à capital, como a sala Catedral”, explica o diretor, o hematologista brasiliense Rodrigo Lima, de 44 anos. A iluminação de LED valoriza ainda mais as obras de arte, como telas de Burle Marx, painel de azulejos do mineiro Alexandre Mancini, escultura do japonês Toyota, fotografias de Bento Viana.
Nos 112 leitos, de 35 metros quadrados a 47 metros quadrados, há um tablet acoplado à cama, no qual é possível regular a luz, chamar a enfermagem, acessar a agenda do paciente e o plano de cuidados estabelecido para a recuperação. Cada aposento é equipado com cafeteira e TV de 49 polegadas. O direito a acompanhante é sagrado, e o horário de visitação, livre. “Entre recepcionistas e concierges, 30% deles serão bilíngues”, acrescenta Lima. “Recebemos 5 mil currículos”, conta o gestor, acrescentando que foram abertos mil empregos diretos e que as especialidades médicas são comuns a um hospital geral, exceto pediatria e obstetrícia.
A oncologia está a cargo do especialista Paulo Hoff e é ancorada em tecnologia de última geração, como dois aceleradores lineares – aparelho que gera radiação por corrente elétrica e a direciona no tecido doente. Em vez de poltronas para receber a infusão contra o câncer durante algumas horas, o paciente encontra quartos com varanda e, assim, pode ficar junto da família. “Vamos oferecer qualidade, segurança, conforto de um hotel seis estrelas e empatia”, resume Rodrigo Lima.
Na Rede D’Or desde 2012, o Hospital Santa Luzia, fundado em 1971, também evolui ao lado da tecnologia. A cirurgia robótica, por exemplo, existe desde abril do ano passado. “Realizamos 166 procedimentos em um ano”, informa o diretor regional do grupo, Guilherme Villa, de 48 anos. Nascido em Niterói (RJ), o radiologista chefia cerca de 3,5 mil funcionários no Santa Luzia, no Santa Helena e no Hospital do Coração do Brasil, cada qual com suas características.
Com quase 200 leitos, o Santa Luzia reúne, entre as principais especialidades médicas, ortopedia, pediatria, neurocirurgia e urologia (veja quadro). “Na reforma da UTI, conseguimos a humanização no acolhimento, com leitos individualizados e incluindo a presença da família”, afirma Villa. Por mês, a média é de 1.200 internações e 7 mil atendimentos ambulatoriais. E, para o paciente não se perder pelos corredores de um grande hospital, há faixas indicativas no piso: “Elas funcionam como rotas, basta seguir a cor específica”, diz.
No segundo andar do prédio, a maternidade, reinaugurada em agosto de 2017, é formada por 30 apartamentos e 20 leitos de UTI Neonatal – onde os pais podem ficar noite e dia e também descansar um pouco em espaço com poltronas reclináveis, TV e chuveiro. O horário de visita é flexível. Nas três salas obstétricas reservadas para cesariana, a emoção do parto é compartilhada graças a uma película de vidro, que fica translúcida para alegria dos parentes. Na emergência obstétrica, as grávidas têm banquetas para repousar os pés.
No fim da Asa Norte, o Santa Helena possui 232 leitos, faz 700 cirurgias por mês e média de 6 mil atendimentos ambulatoriais, entre clínica médica, ginecologia e obstetrícia, cardiologia, pediatria, otorrino, urologia e ortopedia. “É um hospital para as demandas de um bairro, que vão desde o pré-natal até casos de alta complexidade”, define Guilherme. Já o Hospital do Coração do Brasil, em frente ao Santa Luzia, é especializado em cardiologia e doenças vasculares e faz, em média, 3,5 mil consultas por mês e 6,2 mil exames cardiológicos. Com 10 anos de gestão hospitalar no currículo, o diretor é empolgado com o trabalho e não costuma ter folga nem nos fins de semana: “Fico conectado com as equipes em três grupos de zap”.
POR DENTRO DO HOSPITAL SANTA LUZIA
Fundação: 1971
Principais especialidades: ortopedia, cirurgia geral, gineco-obstetrícia, pediatria, neurocirurgia e urologia
Unidades: 4 (Rede D’Or; 1 deles em construção)
Área construída: 20 mil metros quadrados
Funcionários: 1.660
Médicos cadastrados: 2 mil
Atendimentos ambulatoriais/mês: 7 mil
Internações/mês: 1.200
Cirurgias/mês: 1.100
Leitos UTI (adulto e infantil): 70
Total de leitos: 198
Pronto atendimento 24 horas? Sim
Maternidade? Sim
Heliponto? Não
Investimentos em 2019: R$ 450 milhões na construção do DF Star
Localização: SHLS 716, Conjunto E, Lote 05 – Brasília/DF