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DEZ PERGUNTAS PARA | VALÉRIA RUIZ »

"Podemos escolher o que fazemos com a dor que a vida nos oferece", diz a escritora Valéria Ruiz

Escritora e coach goiana conta como livro sobre suas experiências com o fim de um casamento de quase 20 anos transformou-se em manual prático sobre a separação

Isabela de Oliveira - Redação Publicação:27/08/2019 15:07Atualização:27/08/2019 18:37

Ao se deparar com os medos e inseguranças após o término de um longo relacionamento, a coach, palestrante e empreendedora social goiana Valéria Ruiz, de 45 anos, percebeu que as suas experiências no assunto relacionavam-se com o cotidiano de outras tantas mulheres. Inspirada pela vontade de ajudar, criar novos diálogos e mostrar como lidar da melhor maneira com o período, a autora, mãe de três filhos, decidiu escrever um manual prático para quem precisa superar os traumas de uma separação.

 

Assim nasceu o livro Relacionamento – Do que Você Tem Medo? – Um Guia Prático para Quem Precisa Superar os Medos de uma Separação, pela editora América (70 p.). A obra se baseia na experiência pessoal de Valéria, depois de quase 20 anos de casada. Entre os temas abordados na publicação estão o medo de não fazer a escolha certa e de os filhos sofrerem com a situação, além do receio de não ser aceita pela sociedade, de não ser capaz de manter o padrão de vida ou de nunca mais conseguir se relacionar. E entre eles figura ainda um muito comum nesses casos: o medo da solidão.

 (Divulgação )
 

1 | ENCONTRO BRASÍLIA – Por que você decidiu ajudar outras mulheres a partir de sua história?

 

VALÉRIA RUIZ – Porque percebi que várias mulheres sentiam os mesmos medos e inseguranças que eu, no processo de separação, desde o momento em que pensam em se separar, durante e após o fim do casamento. Constatei que não havia nenhum tipo de negócio que abordasse todas as problemáticas que afetam o processo e nem especialistas que tivessem desenvolvido um método próprio de superação, com ferramentas eficazes e empatia por já terem passado por um divórcio e superado tudo.

 

2 | Como foi escrever sobre as suas experiências pessoais em relacionamentos e transformá-las em livro?

 

O processo foi muito tranquilo, pois descrevi um manual prático, curto e bem objetivo para que as mulheres pudessem identificar-se com minha história e perceber que é possível superar essa fase tão delicada. Além do livro, desenvolvi um método próprio que consiste em um programa: Superando o Final de um Relacionamento, que ministro on-line e presencialmente.

 

3 | De que maneira o livro pode ser útil a outras mulheres no cotidiano?

 

Entendendo que várias mulheres também sentem as mesmas dúvidas, dores e inseguranças. Mas, a partir do momento que elas começam a enxergar que o universo oferece infinitas oportunidades, e que basta aprender a fechar ciclos e se preparar para abrir novos e lindos ciclos na vida, tudo se torna mais simples. O livro possibilita de maneira prática essa transformação.

 

4 | Por que uma separação impacta tanto a vida das mulheres?

 

Primeiro, porque acho que vivemos iludidas com os relacionamentos. Além disso, vivemos em uma sociedade machista e patriarcal, com a ideia e cobrança de que a mulher tem de casar, ter filhos e se dedicar à família. Temos também as crenças religiosas, do “viver juntos até que a morte nos separe”. Além da crença em uma sociedade hipócrita, que prega que a pessoa pode até viver infeliz mas se sente obrigada a atender um padrão pré-determinado.

 

5 | Você acredita que a literatura é um espaço eficiente de diálogo?

 

 

Sem dúvida alguma, principalmente quando se trata de uma obra que tenha uma linguagem simples e direta, com o compromisso de expressar o que se sente sem a obrigação de agradar. Escrevi com o intuito genuíno de contribuir com mulheres que possam identificar-se e também ter a coragem de buscar sua felicidade através do autoconhecimento.

 

 

"Acredito que, não só como

mulher, mas como ser humano,

o caminho do autoconhecimento

é a maneira mais eficaz de encontrar

uma vida com verdadeiro significado"

 

 

6 | Você pretende escrever outros livros?

 

Sim! Este foi o primeiro, que busquei escrever em poucas páginas, sendo bem objetivo e fácil de ler. Estou escrevendo um novo com contribuição de outros profissionais para aprofundar sobre cada aspecto que impacta esse momento tão delicado, que é uma separação. O título é: Separação – SOBREviver.

 

7 | Você prefere escrever especificamente para o público feminino?

 

Prefiro escrever para mulheres, pois só uma mulher pode realmente saber o que outra passa. Muitos homens pedem que eu fale sobre a separação pela ótica masculina, porém, se um dia eu falar, será relatando simplesmente a minha percepção particular e o que tiro das experiências atendendo homens em processo de separação.

 (Divulgação )
 

8 | Seu livro pode dialogar com os homens de alguma maneira?

                                                                   

Como ele é bem focado para mulheres, acredito que eles possam até identificar-se. No entanto, percebo, em meus atendimentos a homens que estão passando por uma separação, algumas diferenças significativas em relação aos medos e inseguranças que eles sentem comparadas às das mulheres.

 

9 | Como é o seu processo de escrita e criação?

 

Eu me considero uma mulher muito afetuosa, no entanto, também me considero muito prática e objetiva. Tentei escrever na forma como eu gostaria de ler, legitimando minhas dores e dificuldades, mas sem me colocar nolugar de vítima. Podemos escolher o que fazemos com a dor que a vida nos oferece. Escrevi de maneira simples para que as mulheres que vivem esse momento possam ter um primeiro contato com o assunto de forma leve, enxergando uma possibilidade real de superar algo tão delicado.

 

10 | Como a literatura e a criação do livro impactaram a sua experiência e a sua vida enquanto mulher?

 

De forma muito significativa, pois quando estamos escrevendo temos primeiro de elaborar nossos sentimentos, com a sensibilidade de utilizar da linguagem correta para atingir nosso objetivo. Assim, quando “falamos’’ nos escutamos e isso também é um processo de cura. Foi muito interessante eu me colocar em uma zona de vulnerabilidade, já que não sou escritora. Fazer o exercício de enfrentar a minha autocrítica e o medo de ser criticada. Escrever algo que contribua efetivamente com a vida de outras mulheres, apesar de desafiador, foi maravilhoso. Acredito que, não só como mulher, mas como ser humano, o caminho do autoconhecimento é a maneira mais eficaz de encontrarmos uma vida com verdadeiro significado. E, para democratizar essa experiência, para quem tiver interesse de baixar o livro em e-book, eu disponibilizo gratuitamente pelo site www.bemseparadas.com.br.


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