Inovações a favor do meio ambiente
Conheça algumas das novidades presentes em lançamentos residenciais de Brasília, que facilitam a vida dos moradores e ajudam a natureza
Todo processo de edifi cação, seja de uma casa ou de um grande prédio, gera algum impacto ao ambiente. Mas a preocupação do setor construtivo mundial de minimizar essas perdas vem crescendo ano após ano e o conceito de sustentabilidade, ganhando força. Em Brasília, não é diferente. Um bairro emblemático, pensado sob essa lógica, é o Noroeste, que embora ainda esteja em expansão reúne grande número de construções alinhadas à essa corrente. E a tecnologia é um facilitador dessa união.
O Jardins das Cerejeiras é exemplo disso. O empreendimento da Emplavi – que conta com 84 apartamentos, de dois quartos cada um – foi lançado em fevereiro deste ano e possui vários recursos que diminuem gastos e custos. As placas fotovoltaicas instaladas na cobertura são responsáveis pela produção de energia para as áreas comuns do prédio. Além disso, toda a iluminação dos apartamentos é em LED e os vidros das unidades controlam a entrada de calor, mesmo deixando a luz natural entrar. Outro destaque são as vagas com tomadas para carros elétricos – uma tendência adotada em vários lançamentos da capital.
Segundo o diretor-técnico da Emplavi, Antônio Augusto Miranda, esses são alguns dos preceitos adotados pela construtora para novos empreendimentos. “Não há como retroceder nessa consciência de menor impacto e o nosso objetivo é sempre inovar, aliando conforto e qualidade ao produto”, afirma.
“Em todas as nossas obras fazemos um gerenciamento ambiental. Para exemplificar posso citar a parceria que temos com empresas de reciclagem, para onde mandamos papel, madeira e latas.”
A Brasal também lançou dois prédios no Noroeste – Reserva Brasília e Reserva Cidade –, com itens sustentáveis como lâmpadas frias, sensores de presença nos halls e infraestrutura para reaproveitamento de águas cinzas (qualquer tipo de água residual). Ambos possuem, nas garagens, pontos para abastecimento de carros e bicicletas elétricas, além de disporem de bikes elétricas para uso compartilhado dos moradores. O prédio Reserva Brasília, apresentado ao público em março, conta com 54 unidades de três quartos cada um. Já o Reserva Cidade foi lançado em abril, com 42 apartamentos de três e quatro quartos.
O diretor da Brasal em Brasília, Jean Oliveira, afirma que a construtora está atenta às tendências de comportamento e de consumo que têm impacto na vida dos clientes. Por isso, segundo ele, a empresa investe em soluções pioneiras, como as vagas verdes, voltadas aos veículos elétricos, que têm, por vocação, a redução do consumo de combustível e da emissão de gases poluentes. “Estamos sempre investindo em itens de modernidade e de inovação. É tecnologia para resultar em mais conforto, mais segurança e mais sustentabilidade para quem compra com a gente”, diz.
Foi também em abril deste ano que a Villela e Carvalho entregou o edifício Allure Résidence, no Noroeste. O projeto, com 42 unidades habitacionais, segue os mesmos princípios de utilização de elementos e práticas menos nocivas ao meio ambiente. Alguns dos pontos de destaque são o gerenciamento de resíduo de óleo de cozinha; o aquecimento por sistema solar da piscina na área de lazer; o controle de vazão das torneiras para lavatórios e duchas das áreas comuns; as duchas e lareiras de linha ecológicas, que gastam menos energia; e a automação dos sistemas hidráulicos.
O diretor técnico da construtora, Lander Cabral, acredita que, além da consciência coletiva sobre a importância de se preservar os recursos naturais, os consumidores de Brasília também estão preocupados com a economia financeira gerada nesses empreendimentos. “Todas essas soluções ajudam a abaixar o custo mensal de um apartamento. Quem compra também faz a conta em dinheiro. Por isso, é tão assertivo apostar nessas tecnologias”, afirma. Ainda segundo Cabral, 60% da energia gerada no prédio vêm de placas solares. “Essa é uma realidade no mercado. Daqui a alguns anos, por exemplo, estaremos andando em carros elétricos. Foi pensando no futuro que também adotamos as tomadas nas garagens para abastecimento”, completa.
E se engana quem imagina que essas novidades estejam restritas a empreendimentos do Noroeste. A construtora Paulo Octávio, por exemplo, lança, no próximo ano, dois residenciais, na Asa Norte, que dispõem de uma série de mecanismos inteligentes voltados a minimizar perdas na natureza. Os edifícios Márcio Cotrim e Ronaldo Costa Couto possuem sistemas de produção de energia, por meio de placas fotovoltaicas, e de reaproveitamento da água da chuva, canalizando-a pelo telhado e a enviando para uma caixa de reúso. Em seguida, direciona a água para ser usada em outras atividades, como na limpeza de áreas comuns e na jardinagem.
O edifício Márcio Cotrim tem apartamentos de quatro quartos, enquanto que o Ronaldo Costa Couto possui unidades de três e quatro quartos. Para o engenheiro de segurança do trabalho da Paulo Octávio, Rafhael Rodrigues de Souza, é vital investir em inovações certificadas com selo verde: “Estudos tam que as ações de sustentabilidade promovidas por empresas impactam no momento da decisão de compra do consumidor. Grandes empresas investem em tecnologia sustentável e nós somos uma delas”.
O professor de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flósculo explica que a mentalidade do “ser sustentável” tomou corpo a partir da década de 1970, após guerras e crises energéticas no mundo. “A humanidade soube dos perigos de ser imprudente com os recursos limitados que temos e, com o passar do tempo, isso começou a ser incorporado ao processo construtivo”, conta. Segundo ele, o próprio Lúcio Costa, arquiteto que projetou Brasília ao lado de Oscar Niemeyer, valeu-se dessa lógica ao pensar no conceito de “Cidade Parque”. Para Flósculo, investir em itens sustentáveis nas construções ainda é pouco diante da necessidade do conjunto urbano: “As construtoras devem também envolver-se nas políticas públicas. Infelizmente, nesse quesito Brasília ainda está atrasada”, diz.