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Harmornia com o verde

Conheça cinco projetos modernos, com soluções que ajudam o meio ambiente e também trazem conforto e beleza aos espaços

Mariana Froes - Publicação:29/08/2019 15:02

Pensar em decoração, hoje, envolve muito mais que planejar a paleta de cores e a harmonização de móveis em um espaço. Há nova postura no mercado, além de uma consciência coletiva sobre a importância de se preservar o meio ambiente para as próximas gerações. E, claro, a arquitetura está inserida nesse contexto.

 

Os profissionais de Brasília têm mostrado que a sustentabilidade é quase que um pré-requisito na hora de projetar um ambiente. A arquiteta Mariana Leal explica que as características da cidade facilitam essa tendência, uma vez que a capital tem ótima luminosidade natural durante boa parte do dia. Ela destaca ainda a importância de investir em produtores locais, com o intuito de diminuir gastos como os de produção e de envio. “Por que não aproveitar isso nos nossos trabalhos?”, diz.

 

Segundo Mariana, essa análise de impacto é algo inevitável: “Não podemos voltar atrás, essa é uma realidade. Por isso, oferecer soluções sustentáveis tanto nos produtos como no uso do ambiente é algo básico”, afirma. Em um loft assinado por ela na mostra Artefacto 2019, a profissional reaproveitou materiais, como porcelanatos, e também investiu em cortinas que permitissem a passagem da luz natural, mas que não esquentassem o ambiente.

 

A paisagista Flávia Carvalho, da Encanto Verde, explica que a sustentabilidade sempre está em pauta nas reuniões com os clientes e que, antes de fazer qualquer projeto, os profissionais da empresa estudam as condições climáticas de cada lugar. “A partir disso, evitamos o uso de espécies que necessitam de muitas regas para desenvolver-se. O nosso foco é aproveitar o máximo de recursos, criando espaços funcionais, bonitos e práticos.”

 

Para a arquiteta Larissa Sudbrack, do escritório Atria, o mais desafiador é aliar as expectativas dos clientes à premissa de evitar desperdícios e demolições desnecessárias. Segundo ela, muitas casas antigas têm, por exemplo, telhados feitos de madeira nobre, que podem e devem ser recuperados. “Sempre que possível, esse material pode ser reutilizado, ainda que sua função original seja alterada. É uma maneira de honrar o material que já foi retirado da natureza”, diz.

 

VARANDA ACONCHEGANTE

 

As amplas portas deste espaço, assinado por Carolina Nathair, dão as boas-vindas aos visitantes, mas também vão além da estética: servem para garantir boa iluminação e ventilação natural. A ambientação intimista, rústica e confortável da Varanda da Árvore foi sucesso de uma das edições da CasaCor. A preocupação com o sustentável está nos pequenos e grandes detalhes. O elemento central do ambiente, de 90 metros quadrados é uma árvore Pittosporum tobira, espécie típica de Portugal, mas o grande destaque é o forro bafle, que une arquitetura funcional e responsável. A peça é composta por painéis que permitem a passagem da luz natural e também leva alumínio, material 100% reciclável.

 (Clausem Bonifácio/Divulgação )
 

PERSONALIDADE CONSCIENTE

 

Nesta residência, no Lago Sul, o painel de madeira com ripas de 3 metros de altura, que circunda praticamente todo o imóvel, é protagonista não apenas na beleza, mas na sustentabilidade. Ele é 100% reaproveitável, uma vez que foi feito a partir do telhado original da residência, que passou por reforma. Além disso, para montagem dele, os profissionais do escritório Atria, não usaram cola ou parafusos: ele foi todo construído por meio de encaixes machos-fêmeas. A Casa 8 também tem grande ventilação, pois os ambientes interno e externo se confundem e se integram plenamente, por meio de portas pivotantes. Outra solução sustentável neste espaço são as tubulações aparentes na cozinha gourmet, que facilitam eventuais manutenções.

 (Edgar César/Divulgação )
 

CONTATO EXTERNO

 

O aproveitamento de luz externa também é tendência neste ambiente. No projeto  do arquiteto Ney Lima, as portas pivotantes, mesmo fechadas, permitem uma decoração cênica, ventilada e bem iluminada pela luz solar. Elas agregam beleza, mas também identidade ao espaço. O revestimento miniwave apresenta geometria de linhas onduladas e pode ser aplicado de forma horizontal ou vertical e ainda liso ou perfurado. No caso do perfurado, função de brise permite o contato da área interna com a externa, uma vez que o dimensionamento e distribuição dos furos facilitam a visibilidade através dos painéis, com a entrada da luz e do vento. Com 108 metros quadrados, o ambiente foi produzido para a mostra CasaCor e conta ainda com peças de mobiliário assinado por grandes nomes do cenário nacional, além de obras de arte do brasiliense Christus Nóbrega.

 (Clausem Bonifácio/Divulgação )
 

BELEZA AO NATURAL

 

Renda francesa, Peperomias scandens, antúrios, begônias e lambari-roxo são protagonistas neste belo jardim vertical que decora a fachada de uma residência brasiliense. Produzido pelo Encanto Verde Paisagismo, o painel, de 15 metros quadrados, é o diferencial do lugar, que vai além da beleza. Estética à parte, o jardim vertical melhora a qualidade do ar, climatiza o local, aumenta a umidade e ainda pode atuar como barreira sonora contra ruídos de baixa frequência, atenuando a poluição sonora. A partir de um sistema automatizado, a água é reutilizada, evitando o desperdício para manutenção. Essa é uma alternativa sustentável para manter a casa bonita e receptiva. O trabalho é assinado pela paisagista Flávia Carvalho que, ao lado da administradora de empresas Adriana Vasconcelos, leva o verde para diversos projetos da cidade.

 (Divulgação )
 

SUAVIDADE E FRESCOR

 

Para criar a ambientação perfeita para este quarto, a arquiteta Mariana Leal apostou em cortinas nantucket da fabricante Hunter Douglas, que controlam a luminosidade. A solução permite uma entrada suave de luz no ambiente, enquanto os tecidos oferecem proteção solar e visibilidade externa. É união entre sofisticação, funcionalidade e a economia, pois o resultado é um espaço com temperatura controlada. Com isso, o uso de energia no cômodo para um eventual resfriamento é reduzido. A proposta foi apresentada na mostra Artefacto 2019, no Lago Sul. O loft, de 70 metros quadrados, onde o quarto está inserido, esbanja imponência, por meio do contraste entre as paredes brancas e os acessórios pretos.

 (Clausem Bonifácio/Divulgação )


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