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Nunca é tarde para começar

Cresce a busca por um curso de línguas. Especialistas dizem que mais pessoas procuram aprender um segundo idioma para melhorar o currículo profissional ou simplesmente para se comunicar melhor nas viagens ao exterior

Isabella de Andrade - Publicação:18/12/2019 18:02

Além de ter se transformado em um dos maiores diferenciais no mercado de trabalho e ter conquistado até mesmo o status de pré-requisito, atualmente, estudar uma segunda língua pode trazer inúmeros benefícios. O contato com outro idioma pode ampliar o conhecimento intelectual, expandir o círculo social, facilitar a descoberta de novas culturas e exercitar o cérebro, mantendo a mente sempre em movimento. Segundo especialistas, o aprendizado pode ajudar a prevenir até mesmo algumas doenças, como a demência e o Alzheimer. Por isso, o estudo de uma nova língua é recomendado para todas as idades, trazendo benefícios diferentes em cada fase da vida.

 

Quando o assunto é inglês a relação com fins profissionais, acadêmicos e sociais torna-se ainda mais importante, já que o idioma se transformou em uma língua utilizada por pessoas em diferentes partes do mundo para facilitar a comunicação. Hoje, é possível dizer que quem sabe inglês tem mais acesso ao mundo, a publicações e à informação de maneira geral. Além disso, frequentar um curso é ótima oportunidade para socializar, seja na infância, na adolescência, na fase adulta ou na velhice, o que pode ajudar na motivação para ir às aulas.

A advogada Shara Chamorro
decidiu retomar os estudos de
inglês na Thomas Jefferson:
'O inglês facilita a vida para
viagens, estudos, negócios,
e é um diferencial no
currículo de quem busca uma
oportunidade de trabalho' (Wallace Martins Esp. Encontro/DA Press)
A advogada Shara Chamorro decidiu retomar os estudos de inglês na Thomas Jefferson: "O inglês facilita a vida para viagens, estudos, negócios, e é um diferencial no currículo de quem busca uma oportunidade de trabalho"
 

Isabela Villas Boas, gerente acadêmica da Casa Thomas Jefferson, afirma que é possível tornar-se proficiente na língua começando em qualquer idade. No entanto, ela lembra que não existem milagres: “Aprender outro idioma requer tempo, dedicação e foco. Só se matricular em um curso e mal frequentar as aulas não adianta. É preciso ir às aulas, fazer todas as atividades propostas e, se possível, expandir o seu conhecimento”, afirma.

 

Na escola em que ela trabalha os alunos têm acesso a uma plataforma para a complementação de seus estudos, com vídeos e prática de compreensão e pronúncia, que são os aspectos em que costumam demonstrar mais dificuldade. “O aluno que aproveita todos esses recursos que oferecemos tem um desenvolvimento bem melhor, sem dúvida”, afirma Isabela. Vale lembrar que o aprendizado é eficiente para quem começa em qualquer fase dos cursos. O único ponto que pode mudar de acordo com a idade em que o aluno começa seus estudos é a pronúncia.

 

Isabela afirma ainda que se a pessoa quer tornar-se não só proficiente, como também soar como um nativo, de fato quanto mais cedo começar, maiores as chances: “Mas, por que o falante de uma segunda língua precisa soar como um nativo, não é mesmo? Ele precisa falar com fluidez e correção e atingir os seus objetivos para o uso da língua, como conseguir o emprego pretendido, ser selecionado para o curso desejado ou viajar”, diz.

A professora Giuliana Marques e seu aluno, o médico Etelvino Trindade: ele busca aperfeiçoar-se no
inglês para ler com mais facilidades diferentes publicações de sua área profissional (Wallace Martins Esp. Encontro/DA Press  )
A professora Giuliana Marques e seu aluno, o médico Etelvino Trindade: ele busca aperfeiçoar-se no inglês para ler com mais facilidades diferentes publicações de sua área profissional
 

A advogada Shara Chamorro começou a estudar inglês desde a infância na escola e decidiu retomar os estudos na fase adulta na Thomas Jefferson. A ideia é capacitar-se melhor para um mercado cada vez mais competitivo e aprimorar os estudos para fazer um mestrado profissional fora do Brasil. “O inglês é uma língua universal. Facilita a vida para viagens, estudos, negócios, e é um diferencial no currículo daqueles que buscam uma oportunidade de trabalho. É uma chave para conhecimento, pois possibilita acompanhar as notícias do mundo a partir dos noticiários de outros países”, afirma. Para complementar os estudos em casa, Shara costuma pegar livros em inglês na biblioteca da escola.

 

Giuliana Marques, professora da Park Idiomas, lembra que, para quem quer comunicar-se melhor, fluidez é falar com travas, sem confiança. “É diferente de ter proficiência avançada e isso é bastante confundido. As escolhas do profissional, da metodologia e a dedicação do aluno fazem toda a diferença nesse processo, que pode ser conquistado da mesma forma como adultos conquistaram a naturalidade de falar o português”, destaca a educadora. Para ela, é importante que o aluno faça uma pesquisa de mercado e busque sempre a prática da fala para se tornar fluente. Vale lembrar que cada escola adota um método diferente e é importante pesquisar aquele que combina mais com o objetivo de cada aluno.

Com 14 anos de experiência no ensino do francês, Alessandra Massi afirma
que aprender uma língua estrangeira é essencial no mundo globalizado:
'Pessoas que falam outras línguas têm mais oportunidades profissionais
e podem viajar com mais independência e autonomia' (Wallace Martins Esp. Encontro/DA Press )
Com 14 anos de experiência no ensino do francês, Alessandra Massi afirma que aprender uma língua estrangeira é essencial no mundo globalizado: "Pessoas que falam outras línguas têm mais oportunidades profissionais e podem viajar com mais independência e autonomia"
 

Giuliana destaca também que o aprendizado é ainda mais fácil quando o próprio aluno toma a decisão de tornar-se fluente em nova língua. Quando há uma motivação própria, um objetivo profissional, um sonho pessoal ou até porque o aluno quer ampliar os horizontes, a assimilação e o resultado são significantemente melhores e a fluidez vem de forma mais natural. Além disso, a educadora diz que toda língua é instrumento de comunicação e, assim, é importante colocar em prática o aprendizado. “É o que gera mais resultados. O aluno pode praticar em músicas, filmes, moda, viagens, esportes, redes sociais, vale aquilo que o motiva mais. É importante se conectar com o mundo na língua global”, afirma.

 

O médico Etelvino de Souza Trindade é aluno da Park e teve seu primeiro contato com o inglês ainda na escola, durante a pré-adolescência. Já na fase adulta, ele buscou uma escola especializada para aprimorar o contato com a língua. “Meu interesse não é só no inglês, já estudei outros idiomas, como o russo. Além da curiosidade, esse aprendizado é útil no desenvolvimento e manutenção da nossa cognição”, diz. Além disso, ele busca aperfeiçoar-se no inglês para ler com mais facilidades diferentes publicações de sua área profissional. Ampliar os círculos de relacionamento, além de se comunicar com outras pessoas de diferentes países são outros pontos de destaque para o aluno. “Entendo o aprender como um desafio constante e realizador. O aprendizado de uma nova língua está inserido nesse contexto. Não vejo a idade como um fator impeditivo para nada e é importante manter-se sempre em movimento”, destaca Etelvino.

Zélia Brandt já fez cursos de inglês e espanhol e agora
estuda francês: 'Acredito que nunca é tarde para se
aprender uma língua nova e, no meu caso, nunca é tarde
para voltar a estudar', diz a restauradora de arte (Wallace Martins Esp. Encontro/DA Press  )
Zélia Brandt já fez cursos de inglês e espanhol e agora estuda francês: "Acredito que nunca é tarde para se aprender uma língua nova e, no meu caso, nunca é tarde para voltar a estudar", diz a restauradora de arte
 

Outro ponto importante é que o aprendizado muda de acordo com a idade e, sendo assim, as metodologias também devem acompanhar a mudança. A criança precisa de mais prática lúdica, e o adulto, de mais conexão cultural durante as aulas. A professora Giuliana lembra que para a criança de até cerca de 6 anos existe uma predisposição fisiológica de aquisição de linguagens. Enquanto isso, para o adulto, é preciso desenvolver abordagens, materiais e metodologias apoiadas na psicologia da educação, linguística aplicada, psicologia social ou cognitiva.

 

Aprender outras línguas, além do inglês, também pode trazer inúmeros benefícios. Alessandra de Andrade Massi é professora na Aliança Francesa há 14 anos e lembra que aprender uma língua estrangeira é essencial em um mundo totalmente globalizado: “Pessoas que falam outras línguas têm mais oportunidades profissionais, podem viajar com mais independência e autonomia, podem ter um contato mais próximo, socialmente ou a trabalho, com as pessoas que falam uma língua estrangeira”.

 

A professora afirma que é possível aprender francês em qualquer idade. Começar na fase adulta pode ter benefícios como, por exemplo, a presença de um objetivo. Os adultos procuram as aulas com objetivos certos, como trabalhar, viajar ou apenas pelo prazer. Logo, as aulas costumam ser mais direcionadas para estes aspectos. Enquanto isso, as aulas para crianças devem ser mais lúdicas, com jogos, vídeos, músicas e aulas práticas, por exemplo. É preciso atrair e manter a atenção delas. “Quando são estimuladas corretamente e de forma divertida, elas absorvem tudo facilmente e conseguem fazer associações sem passar pela língua materna”, afirma Alessandra.

Para Isabella Villa Boas, gerente acadêmica
da Thomas Jefferson, é possível tornar-se
proficiente na língua começando em qualquer
idade, mas com disciplina: 'Aprender outro
idioma requer tempo, dedicação e foco' (Wallace Martins Esp. Encontro/DA Press )
Para Isabella Villa Boas, gerente acadêmica da Thomas Jefferson, é possível tornar-se proficiente na língua começando em qualquer idade, mas com disciplina: "Aprender outro idioma requer tempo, dedicação e foco"
 

A restauradora de obras de arte Zélia Brandt começou o estudo de outras línguas pelo inglês e espanhol, para ajudar no desenvolvimento de sua carreira. Atualmente, ela estuda francês, para desenvolver ainda mais sua relação com diferentes culturas e linguagens. “Em 2012, eu participei de um workshop (em inglês) sobre restauro de bronze no [Museu do] Louvre [em Paris, França] e a partir daí pensei em voltar a estudar francês com mais intensidade. Acredito que nunca é tarde para se aprender uma língua nova e, no meu caso, nunca é tarde para voltar a estudar”, diz a restauradora.

 

Para complementar os estudos, Zélia busca assistir a filmes franceses ou escutar músicas no idioma. Além disso, ela frequenta as atividades extras da Aliança, como aulas de gastronomia e patchwork, todas ministradas em francês.

 

Vale lembrar que, em comum, todos os alunos que iniciam seus estudos já na fase adulta demonstram muito orgulho com as conquistas no aprendizado. Além disso, praticar em casa e conectar o novo idioma com atividades prazerosas é um dos pontos mais importantes para que os estudos sejam ainda mais eficientes. Nunca é tarde para começar um novo idioma e a prática, a socialização e a expansão cultural do aprendizado são capazes de melhorar a qualidade de vida em todas as idades.

 

NÃO DEIXE PARA DEPOIS

 Oito dicas dos profissionais para estudar outro idioma

 

è Escolha um curso sério e siga até o fim

è Aproveite todos os recursos que a escola oferece

è Faça atividades extras e experiências fora de sala

è Não tenha medo de falar ou errar

è Não desista ao enfrentar dificuldades

è Converse com amigos na língua estudada

è Procure ler livros e outras publicações

è Pratique sempre


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