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Jair Bolsonaro: entre polêmicas e vitórias

Com um discurso conservador, de defesa da família tradicional, do armamento como meio de proteção do cidadão e dos valores cristãos, ele conseguiu vencer as eleições presidenciais em 2018 e emplacar um clã na política

Ana Maria Campos - Publicação:11/02/2020 15:42Atualização:11/02/2020 18:27

Jair Bolsonaro na foto
oficial da Presidência
da República: o 38º
presidente do Brasil
tem um estilo muito
próprio de governar (Carolina Antunes/PR/Divulgação)
Jair Bolsonaro na foto oficial da Presidência da República: o 38º presidente do Brasil tem um estilo muito próprio de governar
 

 

 

PERFIL

JAIR MESSIAS BOLSONARO

64 anos

 

 

 

Nasceu em Glicério (SP)

 

Casado, cinco filhos

 

 

- Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1977 e serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército Brasileiro

 

- Deputado federal por sete mandatos consecutivos a partir de 1991

 

- Em outubro de 2018, elegeu-se o 38° presidente da República

 

 

 

 

Jair Bolsonaro é o rei da polêmica. Com repercussão internacional. A ativista ambiental sueca Greta Thun­berg, eleita personalidade do ano pela revista Time, foi chamada por ele de “pirralha”. Foi uma reação do presi­dente do Brasil às críticas da adolescente de 16 anos pela morte de índios na Amazônia. Por questões ambientais, ele reclamou também do ator norte-americano Leonar­do DiCaprio, a quem acusou de financiar ONGs que pro­vocam desmatamento.

 

 

Bolsonaro sempre foi assim. Na última eleição, o capi­tão reformado do Exército virou a antítese do PT, símbolo de combate à corrupção e passou a ser chamado de “mito”. Apesar das polêmicas e do descrédito de parte do eleito­rado, em 2018, Bolsonaro elegeu-se, no segundo turno, presidente da República. Conquistou 57,7 milhões de vo­tos ou 55,13% dos votos válidos e ainda viu o primogênito, Flávio, virar senador, e o filho 03, Eduardo, chegar ao Con­gresso como o deputado federal mais votado da Câmara. No Palácio do Planalto, o militar inaugurou um esti­lo próprio de governar. Usa os canais das redes sociais para anunciar medidas, criticar adversários e demitir aliados. Com 14,6 milhões de seguidores no Instagram e 5,5 milhões no Twitter, aprendeu a divulgar suas ver­sões em canais da internet. Carlos, o filho 02, vereador pelo Rio de Janeiro, é o mentor das estratégias do mun­do virtual. O estilo de se manifestar pelo Twitter de Bol­sonaro vem do exemplo de um personagem que ele admira muito: Donald Trump, o presidente dos EUA. Nas redes sociais, a primeira “vítima” no governo foi Gus­tavo Bebiano, ex-secretário-geral da Presidência da Repú­blica, que soube pelo Twitter de sua exoneração e depois saiu atirando. Houve troca de chumbo também no PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu. Antes do PSL, Bol­sonaro integrou vários partidos ao longo da trajetória po­lítica. Foram nove legendas, incluindo o PSL. Agora, o pre­sidente trabalha para montar o Aliança pelo Brasil, com o discurso de defesa do armamento, religião e valores de família. O número escolhido para a nova legenda é o 38, coincidência ou não, o mesmo do calibre de arma de fogo mais usado no país.

 

 

Bolsonaro ganhou projeção nacional em 1986 de­pois de uma entrevista em que reclamava dos salários de militares, o que o levou à prisão por 15 dias. Dois anos depois, foi absolvido. Antes de concorrer à Câma­ra dos Deputados, foi vereador pelo Rio de Janeiro por dois anos até se candidatar e levar o primeiro mandato de deputado federal, o mais votado pelo Rio de Janeiro. No estado, dois de seus cinco filhos exercem mandato. O primogênito, Flávio Bolsonaro, é senador. Carlos Bol­sonaro, o segundo, é vereador. O terceiro filho, Eduardo Bolsonaro, reeleito como o parlamentar mais votado do país, é deputado por São Paulo. O quarto filho, Jair Renan, também deve entrar na política. Ele tem ainda a filha Laura, de 9 anos, do casamento com Michelle Bolsonaro. O primeiro ano do governo foi de muitas turbulências, mas o principal objetivo traçado por Bolsonaro foi atin­gido. O Congresso aprovou a Reforma da Previdência, a mais ampla das últimas três décadas. Com o ex-presiden­te Lula fora da prisão, Bolsonaro se prepara para fortale­cer a polarização antipetista. Hoje, ele é o principal nome para a própria sucessão.


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