Paulo Henrique Costa: escolha na medida
Jovem e com grande bagagem profissional, ele imprime modernidade e tecnologia na administração do Banco Regional de Brasília (BRB), que neste ano teve o maior lucro líquido de sua história
PERFIL
PAULO HENRIQUE COSTA 43 anos
Nasceu em Recife (PE), mora em Brasília desde 2001
Casado, duas filhas |
- Formado em administração de empresas pela Universidade Católica de Pernambuco
- Mestre em administração de empresas pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra Presidente do BRB |
Era 18h de 15 de novembro, feriado da Proclamação da República. “Recebi a ligação de Ibaneis [Rocha] me convidando para a presidência do BRB”, conta Paulo Henrique Costa. O governador do DF foi direto no convite e disse a Paulo Henrique que ele fora bem recomendado e que sua carreira fora esmiuçada, sem nada que a desabonasse. O recado foi dado em minuto e meio. Paulo Henrique ficou, por alguns instantes, sem reação. “Consegui dizer que fiquei muito honrado e perguntei se poderíamos nos reunir para conversar melhor”, conta. A reunião foi marcada para o domingo seguinte, no primeiro horário da manhã. Com o acordo selado, Paulo Henrique tornou-se um dos presidentes mais jovens do Banco Regional de Brasília (BRB).
O executivo encontrou um cenário de caos quando assumiu a presidência do banco, em 31 de janeiro deste ano, dois dias depois de operação Circus Maximus ter sido deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Reverter o cenário foi duro, mas possível, diz Paulo Henrique. Junto à diretoria, ele formulou um conjunto de ações de integridade e combate à corrupção. “Também buscamos nos aproximar da sociedade, mostrar os benefícios de ser cliente BRB e que ele, como um banco regional, pode impactar a vida das pessoas.” A avaliação de desempenho deixa claro que as medidas foram acertadas: o cenário projetado para o crescimento era de 3%, mas a gestão de Paulo Henrique elevou o índice para 12% na carteira de crédito, em apenas seis meses. “Precisamos rever esse dado de novo, pois o crescimento deve ser superior a 20%. Até agora, já alcançamos os 18%”, destaca o CEO. O BRB atingiu o maior resultado da história: até setembro, o lucro líquido foi de 265 milhões de reais. Até então, o recorde tinham sido 255 milhões. No terceiro trimestre de 2019, o banco apresentou resultado 129% superior ao mesmo período de 2018 e 55% superior nos nove meses acumulados até setembro.
Satisfeito com os feitos de 2019, Paulo Henrique antecipa que em 2020 vai manter o ritmo, porém com mais presença digital. O banco vai lançar, no primeiro semestre, uma plataforma digital que une operações de um banco tradicional mais serviços úteis ao cidadão. “Então, pelo aplicativo, o cliente BRB vai ter condição de verificar como anda o pagamento de suas contas e impostos. A ideia é que o BRB integre a vida dos cidadãos, que não vão utilizar o app só para checar um extrato ou realizar uma transação, mas para manter controle sobre toda a sua vida financeira”, diz o CEO que, antes de assumir o BRB, foi vice-presidente de Clientes, Negócios e Transformação Digital da Caixa Econômica Federal.
Filho do médico Paulo Roberto Costa e da psicóloga Maria de Fátima, Paulo Henrique iniciou a carreira em 1999 como estagiário do Bamerindus. “Na iniciativa privada, senti necessidade de morar em São Paulo, onde está concentrado o mercado financeiro. Ciente das dificuldades que poderia enfrentar por ser nordestino, Paulo Henrique que obteve êxito nos estudos e em 2001 foi aprovado no único concurso de trainees da Caixa. Pai de duas brasilienses – Maria Eduarda, de 11 anos, e Manuela, de 6 –, Paulo Henrique diz que, devido à sua profissão, o caminho para Brasília foi inevitável. Casado com a administradora e também pernambucana Mariana Costa, de 39 anos, ele considera a capital federal o melhor lugar para criar os filhos. Recém-chegado de São Paulo, ficou surpreso com a padronização da cidade: “Mas, também, encantado com a arborização, a polidez das pessoas e o caráter cosmopolita que mistura todos sotaques e jeitos. Brasília é um lugar para se crescer e construir uma família”, diz.