Gustavo Fernandes: ele chegou para ficar
Diretor do Sírio-Libanês, que veio para a capital para coordenar a primeira unidade do hospital fora de São Paulo, o médico diz que Brasília se tornou um polo em sua área e sente orgulho de fazer parte disso
PERFIL
GUSTAVO DOS SANTOS FERNANDES 41 anos
Natural de João Pessoa (PB)
Casado, pai de dois filhos | - Graduado em medicina pela Universidade Federal da Paraíba
- Residência em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP) e oncologia no Hospital Sírio-Libanês
- Diretor do Centro de Oncologia e diretor clínico no Hospital Sírio-Libanês de Brasília |
“As duas coisas que faço questão que apareçam na matéria: dizer que meus filhos são brasilienses e que, apesar de estar num cargo administrativo, eu continuo clínico, cuidando dos meus pacientes.” É assim que Gustavo Fernandes encerra a entrevista a Encontro. A instrução que ele passa é significativa. Simboliza o amor que tem à capital, de onde não pretende sair, e a dedicação imensa à prática da medicina. “A coisa que mais gosto na vida é ver meus pacientes”, diz. Considerado um dos melhores oncologistas do Brasil, o jovem médico tem um currículo extenso, iniciado em 1997, quando ingressou na Universidade Federal da Paraíba.
Além de clinicar e coordenar uma equipe de 200 pessoas no Sírio, é autor de mais de 30 artigos científicos e 20 capítulos de livros, e entre 2015 e 2017 foi o mais jovem presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Durante sua gestão, a oncologia foi reconhecida como especialidade médica e o importante medicamento Trastuzumabe – imunoterapia que ataca uma mutação genética – foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
No Sírio-Libanês de São Paulo, Fernandes foi pupilo de Paulo Hoff, um dos grandes nomes da oncologia mundial, formado na Universidade de Brasília. Em 2011, com apenas 33 anos, o jovem mas já muito experiente oncologista foi designado para coordenar a unidade de Brasília do hospital paulistano, que investiu 6 milhões de reais no empreendimento da capital do país.
Fernandes perdeu a mãe para um câncer, quando ela tinha 51 anos, e esse foi um dos motivos que o levaram a escolher uma especialidade que lida com uma doença contra a qual a medicina ainda luta bravamente. Afinal, o câncer não é um único tipo de enfermidade e, embora os tratamentos estejam avançados e, em muitos casos, é possível atingir a cura, a maioria dos tumores ainda não pode ser totalmente derrotada.
Contudo, o tratamento oncológico é, hoje, muito mais promissor que há 10 anos. Em Brasília, Gustavo Fernandes atribui a chegada do Sírio-Libanês ao desenvolvimento da área, com outros importantes centros clínicos se instalando na cidade e investindo em profissionais competentes. “Brasília se tornou um polo de saúde, com muitos médicos bons, em todas as áreas, e não só no Sírio. Tenho muito orgulho de fazer parte disso”, diz o médico.
Casado com a oftalmologista Juliana e pai de uma menina de 8 anos e de um menino de 6, nos momentos de lazer, ele gosta de passear com a família no lago Paranoá, onde está construindo sua primeira casa própria. O médico paraibano fincou, de fato, raízes na capital. “Até do clima gosto, por incrível que pareça. Não saio daqui de jeito nenhum e, quando amigos pedem opinião sobre em qual cidade morar, eu falo logo: Brasília.”