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Joe Valle: do sonho ao sucesso

O empresário transformou seu projeto de faculdade na maior produtora de hortaliças orgânicas do Brasil e em uma das maiores da América Latina. Desde 2005, o negócio cresce 30% ao ano

Isabela de Oliveira - Redação Publicação:12/02/2020 15:16
Joe Valle na Fazenda
Malunga: com os
negócios em alta, ele
afirma que pode voltar
à política em breve (Uirá Godoi/Divulgação)
Joe Valle na Fazenda Malunga: com os negócios em alta, ele afirma que pode voltar à política em breve

 

PERFIL

 

 

JOE CARLO VIANA VALLE

56 anos

 

Nasceu em Caicó (RN) e mora em Brasília desde a infância

 

Casado, duas filhas

- Formado em engenharia florestal pela Universidade de Brasília (UnB)

 

- Foi deputado distrital por dois mandatos e presidente da Câmara Legislativa do DF de 2015 a 2018

 

- Empresário do ramo de produção de hortaliças, leite, grãos e comércio de produtos orgânicos

 

 

Criado em uma típica casa nordestina, de muitos filhos e parentes, Joe Valle cresceu na 204 Sul, qua­dra onde fica a escola em que estudou na infância. Natural de Caicó, no Rio Grande do Norte, chegou a Brasília acompanhando o pai, José Valle, servidor do Banco do Brasil transferido para a capital federal, e a mãe, Maria Valle, que ajudou a criar os seis filhos – ele e suas cinco irmãs – tocando uma pensão na W3. Mais tarde, Valle foi aluno dos colégios Dom Bosco e Leonardo da Vinci e se formou em engenharia florestal na Universidade de Brasília (UnB).

 

Foi durante o curso, em 1982, que ele, os colegas e professores desenvolveram um projeto de agri­cultura alternativa, que mais tarde se tornaria a Fazenda Malunga. O trabalho de faculdade vingou, tornando a Malunga a maior produtora de hortali­ças orgânicas do Brasil e uma das maiores da Amé­rica Latina. São mais de 120 hectares na área do Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD­-DF), iniciado em 1977 pelo governo distrital como medida de estímulo ao desenvolvimento agrícola da região. O rápido crescimento do setor de produ­tos sustentáveis nos últimos anos – Valle diz que as vendas aumentam 30% ao ano, desde 2005 – im­pulsionou a criação de uma rede de mercados com o mesmo nome. São duas lojas em Águas Claras, além da Asa Norte e Asa Sul e do Sudoeste, inaugu­rada neste ano. Nas gôndolas, podem ser encontra­dos mais de 3 mil produtos orgânicos e saudáveis.

 

Casado com a engenheira agrônoma Clevane Ri­beiro Pereira, com quem tem duas filhas, Mariana, de 21 anos, e Maria Luiza, de 16, Valle conta que encontra sua maior satisfação nos negócios da Malunga. “É o propósito que me faz acordar animado todos os dias: alimento orgânico e felicidade para todos”, afirma o agricultor, que destaca trazer de berço a vontade de servir à comunidade e participar ativamente do de­senvolvimento regional. Ele assegura a quem con­some os produtos da Malunga que a produção não intoxica a terra e nem animais. “O consumidor tem a garantia de estar comendo um alimento sem con­taminantes químicos, mais saboroso e com maior valor nutricional.” O padrão de qualidade, contudo, eleva o preço dos produtos. “É uma questão de oferta e demanda, mesmo. Com mais produtores, melhor será o preço. Para tanto, precisamos de pesquisa e apoio dos órgãos governamentais”, destaca o empre­sário, que atribui sua mentalidade empreendedora ao primeiro emprego, aos 15 anos, no restaurante de comida nordestina conduzido pela família.

 

Sempre às voltas com a produção de alimentos e o desenvolvimento agrícola do DF, Valle conta que sentiu falta de uma representação do setor onde são tomadas as decisões. “Isso me incentivou a partici­par da política. Ajudei companheiros da área rural em campanhas até decidir lançar meu nome”, diz o ex-deputado distrital que, até ano passado, presidiu a Câmara Legislativa do DF. “Saber que era possível praticar a boa política e ajudar muita gente com leis construídas a partir da participação popular me animavam a cada dia”, resume. Apesar da trajetória bem-sucedida, ele não disputou as últimas eleições. Mas não exclui, contudo, a política no futuro. A deci­são de fazer uma pausa foi “completamente pesso­al”, garante. “Ficar sem mandato não significa ficar alheio à política.”


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