Bernardo Felinto: para voar ainda mais alto
Ator de teatro e de TV, ele descobriu a paixão pelo cinema, diante e atrás das câmeras, o que lhe rendeu prêmios no exterior com seu primeira curta
PERFIL
BERNARDO FELINTO 34 anos
Natural de Brasília, mora no Rio de Janeiro desde 2012
Solteiro | - Graduado em artes cênicas pela UnB
- Ator de teatro, de televisão, roteirista
- Professor de teatro
- Seu primeiro curta, Me Deixe Não Ser, foi premiado nos Estados Unidos |
Brasília é conhecida pela rica produção cultural em nichos distintos, como a música, o teatro e o cinema. Isso faz com que muitas de suas “crias” de artistas ganhem destaque no cenário nacional. Bernardo Felinto faz parte desse grupo. O ator brasiliense deu início à carreira na capital, mas foi atrás de outras oportunidades profissionais no Rio de Janeiro. Além do teatro, onde ele começou, e da TV, que tem sido seu ganha-pão, ele também é cineasta, área em que se aventurou há pouco tempo, mas onde já conquistou alguns prêmios. Por isso mesmo, pretende dar continuidade à produção de filmes e alçar voos ainda mais altos.
Bernardo sempre quis ser ator. Ele escolheu o teatro para iniciar sua carreira. “Eu tinha 15 anos e desde o primeiro curso que fiz, sabia que era o que queria. Depois, fiz artes cênicas na UnB e criei um grupo de comédia chamado De 4 é Melhor”, conta. A companhia de comédia ficou oito anos em cartaz, mas o ator resolveu que deveria sair da cidade para conseguir outros trabalhos. “Queria abrir o leque; esse era um grupo muito fechado e exigia muita exclusividade. Em 2012, resolvi fazer carreira solo e fui morar no Rio de Janeiro”, diz. Ao chegar lá, conseguiu papéis em novelas da Globo. Em 2013 participou de Joia Rara, no papel do garçom Juca. Bernardo tem no currículo participações em outras novelas, como Avenida Brasil, Em Família, Império e Malhação, além de programas como A Grande Família, Tapas e Beijos e Zorra Total. Seu último trabalho foi em Orfãos da Terra, em que viveu o vilão Kaara.
A partir daí, Bernardo se apaixonou pelas mundo por trás das câmeras e pela TV. “Gostei muito de todo aquele processo de televisão e adorei me ver na tela. Comecei a pensar que o audiovisual para o ator é algo que engrandece, não só artisticamente, mas comercialmente também”, confessa. Então, decidiu transformar um sonho antigo em realidade. “Escrevi um curta e para ele sair do papel tive de arcar com os custos. As leis de incentivo demoram anos para serem aprovadas e, se isso acontecesse, perderia até o sentido da mensagem que eu queria passar com o filme.”
Daí surgiu o filme Me Deixe Não Ser que foi exibido em diversos festivais, incluindo o de Brasília de 2018 e ganhou dois prêmios nos Estados Unidos: o de Melhor Escritor de Curtas, no New Jersey Film Festival, e Melhor Roteiro, no Los Angeles Film Festival, em junho. “O trabalho foi feito com a produtora de um amigo meu. Nós nos arriscamos e não sabíamos que ele seria tão bem-sucedido. Fiquei muito feliz com os prêmios.” Agora, o cineasta produz seu segundo curta, chamado Enquanto Estamos Juntos que, assim como o primeiro, foi escrito por ele e filmado em Brasília. O lançamento será em janeiro de 2020. E o próximo projeto é um longa, em que deve assinar o roteiro e viver o papel central.
Para o artista, a capital sempre será a sua cidade: “Tenho uma relação maravilhosa com Brasília. Aqui sempre vai ser a minha casa. Tem algo que faz com que eu não consiga ficar longe daqui por muito tempo. Minha família está aqui, meus amigos estão aqui”, diz ele, que também dá aulas de teatro na capital. Bernardo afirma que Brasília é um dos principais polos culturais do Brasil. “É um nicho de grande importância; o que falta é incentivo. É muito difícil ser ator aqui, por isso tive de sair. Mas, temos muitas pessoas talentosas fazendo cinema que são daqui, como o Iberê Carvalho e o [José Eduardo] Belmonte. Sem falar na qualidade dos atores brasilienses que é sempre altíssima”, diz.