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EDUCAÇÃO | ENSINO SUPERIOR »

Faculdade no exterior ou aqui?

Alguns estudantes optam por graduação em universidades fora do Brasil ou para fazer cursos de especialização, de olho no que elas oferecem às mais diversas áreas do conhecimento. Especialistas falam sobre vantagens e desvantagens da escolha

Isabella de Andrade - Publicação:13/02/2020 16:02Atualização:13/02/2020 18:13

Estudantes de diferentes idades têm optado por estudar no exterior na hora de escolher uma faculdade e uma carreira. Enquanto isso, professo­res e alunos que escolhem estudar no Brasil lembram que as instituições na­cionais também oferecem vantagens. Vale lembrar que o mais importante na hora de encontrar o lugar ideal para continuar os estudos é pesquisar o cur­rículo ofertado, a metodologia e a qua­lidade dos professores e da instituição, que fazem toda a diferença durante o período de aprendizagem.

 

A fundadora do Iesb, Eda Coutinho lembra que existem excelentes institui­ções públicas e privadas no Brasil. Para ela, a principal vantagem em estudar no exterior é o contato com um currí­culo que se baseia no processo de ensi­no e aprendizagem. Enquanto isso, no Brasil, os principais currículos são cria­dos para pensar no conteúdo e o aluno estuda apenas para passar nas provas. “O modelo mental criado é diferente quando pensamos nesses dois currícu­los. No Brasil, ainda se exige muita me­morização dos alunos e, atualmente, os estudantes não precisam mais decorar tanta informação, está tudo disponível on-line”, destaca a professora.

 

Além disso, ao estudar no exterior o aluno tem a oportunidade de mergu­lhar em uma cultura diferente e apren­der uma nova língua. A oferta de con­teúdos técnicos, que preparam melhor o aluno para o mercado, é outro ponto forte. “O mais importante, em qualquer universidade, é a qualidade dos profes­sores e dos alunos. Além disso, ela deve usar muita tecnologia. O nosso aluno, hoje, tem uma capacidade de mobi­lização e inteligência grande”, afirma Eda. Para ela, outro item importante é a relação entre teoria e prática, que de­vem estar associadas. Quando o aluno trabalha com projetos e experiências que o fazem colocar a mão na massa ele aprende com mais eficiência.

Com apenas 15 anos, o estudante Felipe Holguin, que cursa o 10º ano na
Escola Americana, já sabe o que quer: 'Escolhi estudar na Holanda, por suas fortes universidades em economia, minha área de interesse', diz (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
Com apenas 15 anos, o estudante Felipe Holguin, que cursa o 10º ano na Escola Americana, já sabe o que quer: "Escolhi estudar na Holanda, por suas fortes universidades em economia, minha área de interesse", diz
 

Vice-reitor acadêmico e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação do Iesb, o professor Luiz Claudio Costa lembra que é essencial procurar os indicadores de qualidade ao escolher uma boa uni­versidade brasileira. “Quando vai fazer um curso, o estudante busca algo que dê competências para exercer sua profis­são. E, para isso, é necessário qualidade ficar de olho na estrutura, no projeto pe­dagógico, nos professores”, destaca.

 

Sandson Azevedo é professor e tam­bém coordenador dos cursos de admi­nistração e gestão para pessoas e RH 4.0 na UDF. Ele lembra que o aluno deve ter muito claro quais são os seus objetivos e analisar todos os custos-benefícios na hora de escolher estudar no exterior ou no próprio país: “Talvez, o mais ideal fos­se um modelo híbrido, como a Univer­sidade de Minerva [nos Estados Unidos], onde os alunos estudam em diferentes cidades ao redor do mundo”, afirma.

Para o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação do Iesb, Luiz Claudio Costa, é essencial procurar os indicadores de qualidade ao escolher uma boa universidade aqui ou fora. 'Quando vai fazer um curso, o estudante busca algo que dê competências para exercer sua profissão' (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
Para o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação do Iesb, Luiz Claudio Costa, é essencial procurar os indicadores de qualidade ao escolher uma boa universidade aqui ou fora. "Quando vai fazer um curso, o estudante busca algo que dê competências para exercer sua profissão"
 

Para ele, as vantagens de estudar fora são, principalmente, ter um contato com diferentes culturas, potencializar as rela­ções de trabalho e viver novas experiên­cias. Enquanto isso, ao estudar no Brasil é possível fortalecer ou consolidar uma rede de apoio para entrar no mercado de trabalho, já que as indicações costumam oferecer boas oportunidades. “Entre as desvantagens de estudar fora estão os custos mais altos e a falta de apoio fami­liar próximo”, afirma Sandson.

 

Na hora de escolher a faculdade ideal é preciso também entender se as oportunidades que as instituições ofe­recem ao longo do curso estão alinha­das com os novos desafios do século, transformações sociais e tecnológicas. Sandson Júnior, de 19 anos, dançarino e aluno de psicologia na UDF, acredi­ta que estudar fora pode trazer um grande aprendizado cultural. Ainda assim, ele enfatiza que temos boas fa­culdade e universidades no Brasil. Ele, que é filho de Sandson Azevedo, está se preparando para continuar seu curso de psicologia em Portugal, na Univer­sidade de Porto. “É muito importante pesquisar a estrutura e o histórico da faculdade que você vai frequentar”, diz.

O estudante de psicologia Sandson Júnior planeja fazer continuar seu curso em Portugal: 'É muito importante pesquisar a estrutura e o histórico da faculdade que você vai frequentar' (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
O estudante de psicologia Sandson Júnior planeja fazer continuar seu curso em Portugal: "É muito importante pesquisar a estrutura e o histórico da faculdade que você vai frequentar"
 

Já Rodrigo Pennaforte, de 21 anos, estudante de relações internacionais do UniCeub, lembra que essa escolha entre estudar no Brasil ou no exterior depende da perspectiva que cada aluno tem sobre o assunto. Para ele, o caminho ideal não é de concorrência entre as formações, e sim de interação entre elas: “Tenho o ob­jetivo de concluir minha graduação no Brasil, porém pretendo complementá-la fora do país, seja com uma segunda gra­duação, uma pós, um mestrado ou até mesmo um doutorado”.

 

Segundo ele, assim, poderá “trazer uma perspectiva ao meu país para o es­trangeiro e, num futuro possível, trazer algo diferente de lá para o Brasil”. Rodri­go diz ainda que, ao optar por cursos no Brasil, um estudante compreenderá como o país se coloca no mundo e en­tenderá a nossa forma de ser. “Acredito que as desvantagens de um caso com­plementem as vantagens do outro. Es­tudar no Brasil tem menos reconheci­mento internacional e, a depender do país, em certos casos, menos prestígio interno. Já em um país estrangeiro, a for­mação poderá ficar limitada no que diz respeito à sua aplicação no nosso país, por ser único de diversas formas”.

Coordenador dos cursos de administração e gestão para pessoas e RH 4.0 na UDF, o professor Sandson Azevedo afirma que pesquisar boas instituições é fundamental: 'Talvez, o mais ideal fosse um modelo híbrido, como a Universidade de Minerva' (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
Coordenador dos cursos de administração e gestão para pessoas e RH 4.0 na UDF, o professor Sandson Azevedo afirma que pesquisar boas instituições é fundamental: "Talvez, o mais ideal fosse um modelo híbrido, como a Universidade de Minerva"
 

Orientadora educacional do ensino médio na Escola Americana de Brasília (EAB), Kathleen Leishear conta que, nos 58 anos de existência da instituição, sur­giram diferentes exemplos de alunos que retornaram ao Brasil para aplicar o que aprenderam nessas universidades. Para ela, existem muitas escolas de qua­lidade ao redor do mundo que oferecem experiências educacionais incríveis para estudantes brasileiros. “Se um aluno tem a oportunidade de estudar em uma dessas instituições e trazer esse conheci­mento e experiência de volta ao Brasil, os benefícios para o aluno e para o país são ilimitados”, diz.

 

Vale lembrar que a EAB trabalha com um currículo internacional, que é aceito em centenas de universidades ao redor do mundo. Kathleen destaca a importância de abordar questões so­ciais e emocionais com os alunos, bem como seus objetivos e preparo para a faculdade e a carreira. Tudo está interli­gado. Para preparar os estudantes que querem estudar fora, a EAB trabalha com reuniões individuais, assembleias, comunicação com os pais e e-mails pe­riódicos, além de visitas constantes de representantes de outras universida­des. Para ela, a escolha da universidade vai depender da viabilidade do curso e o que é necessário para entrar. A vida comunitária também é um aspecto im­portante nessa escolha. “Todo o tempo de pesquisa, diálogo e reflexão também é importante para encontrar o melhor local para esse período tão importante na vida de qualquer estudante.”

Kathleen Leishear, orientadora educacional do ensino médio na Escola Americana: 'Existem muitas escolas de qualidade ao redor do mundo que oferecem experiências educacionais incríveis para estudantes brasileiros' (Raimundo Sampaio/Esp. Encontro/DA Press)
Kathleen Leishear, orientadora educacional do ensino médio na Escola Americana: "Existem muitas escolas de qualidade ao redor do mundo que oferecem experiências educacionais incríveis para estudantes brasileiros"
 

Felipe Holguin, de 15 anos, é aluno do 10° ano da EAB e acredita que esco­lher onde estudar pode ser uma questão complicada, pois a localização, o campo de estudos e os custos sempre precisam ser levados em consideração e devem equilibrados. A opção pela escola se re­laciona com os interesses, objetivos e ca­racterísticas pessoais que o aluno deseja e que tipo de vida a pessoa deseja cons­truir. “Ao levar em consideração o local ideal para estudar é necessário não ape­nas selecionar com base na universidade ou no diploma, mas também como um local com estilo de vida compatível com o seu. Pessoalmente, escolhi estudar na Holanda, por suas fortes universidades em economia, minha área de interesse, e como um lugar próximo a outras cida­des e marcos da Europa”, afirma Felipe.

Estudante de relações internacionais no UniCeub, Rodrigo Pennaforte quer concluir sua graduação no Brasil: 'Pretendo complementá-la fora do país, seja com uma segunda graduação, uma pós, um mestrado ou até mesmo um doutorado' (Arquivo Pessoal  )
Estudante de relações internacionais no UniCeub, Rodrigo Pennaforte quer concluir sua graduação no Brasil: "Pretendo complementá-la fora do país, seja com uma segunda graduação, uma pós, um mestrado ou até mesmo um doutorado"
 

FACULDADE LÁ FORA

Dicas de especialistas para quem quer estudar no exterior

 

è Pesquisar instituições com os melhores professores.

è Entender se o currículo da faculdade combina com seus objetivos.

è Procurar instituições que têm parceria para estudantes brasileiros.

è Estudar em um país que fale o idioma que você quer aprender.

è Pesquisar se a instituição alinha teoria e prática.

è Pesquisar que tipos de apoios profissionais a universidade oferece.

 

Fonte: professores entrevistados


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