Estudo descarta risco de malária em crianças que ingerem ferro

Na África Subsaariana a malária é a principal causa de mortalidade e morbidade infantil, enquanto a carência de ferro é uma das seis deficiências nutricionais mais evitáveis

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AFP / Relaxnews Publicação:04/09/2013 09:59
Especialistas descartaram a existência de um aumento nos casos de malária em crianças que tomam suplementos de ferro em regiões de Gana, onde esta infecção parasitária é endêmica, segundo um estudo publicado nesta terça-feira nos Estados Unidos.

Pesquisas anteriores tinham advertido que os complementos de ferro para crianças que sofrem carência alimentar poderiam aumentar o risco de contraírem malária, lembram os autores deste estudo publicado no jornal da Associação Médica Americana (JAMA, na sigla em inglês).

Pesquisa demonstrou que os complementos de ferro não aumentam o risco de malária porque não há diferença estatística significativa entre o grupo de participantes tratados com suplemento de ferro e os do grupo amostra (Jim Gathany/CDC/Divulgação)
Pesquisa demonstrou que os complementos de ferro não aumentam o risco de malária porque não há diferença estatística significativa entre o grupo de participantes tratados com suplemento de ferro e os do grupo amostra
Em 2006, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef recomendaram a suspensão de suplementos de ferro para crianças africanas em regiões onde a malária é endêmica.

Este novo teste clínico foi feito durante seis meses nas zonas rurais de Gana pelo médico Stanley Zlotkin, do hospital infantil de Toronto, no Canadá. Participaram dele 1.958 crianças com idades entre 6 e 35 meses.

Zlotkin explicou que neste estudo cada família recebeu mosquiteiros de cama tratados com inseticidas e substâncias antimalária.

Este cientista demonstrou que os complementos de ferro não aumentam o risco de malária porque não há diferença estatística significativa entre o grupo de participantes tratados com suplemento de ferro e os do grupo amostral.

No entanto, a maioria das crianças hospitalizadas foi tratada com ferro (156 contra 128), destacou.

"Os resultados deste estudo têm implicações na área das políticas de saúde em países como Gana, que sob as recomendações da OMS e do Unicef não puseram em marcha programas de complemento alimentar de ferro nas regiões onde a malária é crescente", avaliou Zlotkin.

Mas essa conclusão não é compartilhada pelo doutor Andrew Prentice, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. "O aumento neste estudo do número de admissões hospitalares no grupo de crianças que contraiu malária e ingeriu ferro (...) acrescenta preocupações com relação à segurança de se administrar complementos de ferro a crianças de pouca idade nas regiões onde a malária é endêmica", escreveu o médico em editorial também publicado no JAMA.

Na África Subsaariana, a malária é a principal causa de mortalidade e morbidade infantil, enquanto a carência de ferro é uma das seis deficiências nutricionais mais evitáveis.

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