Brasil dobra o número de doações de órgãos em dez anos
Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira o balanço de transplantes do primeiro semestre deste ano e lançou a Campanha Nacional de Doação de Órgãos. Confira mitos e verdades sobre a doação
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O Brasil é responsável pelo maior sistema público de transplante do mundo, com 27 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos, 11 câmaras técnicas nacionais, 748 serviços distribuídos em 467 centros, 1047 equipes de transplantes e 71 organizações de procura por órgãos.
De acordo com o Ministério, mais de 50% das famílias brasileiras, ao perder um ente, são favoráveis à doação de órgãos. Em 2010, havia 59.728 na fila aguardando no Sistema Brasileiro de Transplantes. Eram pessoas que já estavam prontas para a cirurgia e em avaliação médica. Já em 2013, houve uma redução de 35% neste número, passando para 38.759 (até junho) pessoas em espera.
A ABTO divulgou também uma série de mitos e verdades sobre a doação de órgãos, lembrando que nesta sexta-feira (27) será comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Teste seus conhecimentos:
MITO: Para me declarar doador, preciso disponibilizar essa informação no meu RG ou CNH?
VERDADE:As informações que constavam no Registro Geral (RG) e na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) perderam a validade há mais de uma década, em 2000. Em muitos casos, por falta de informação, as pessoas forneciam respostas negativas sem ao menos refletir sobre esse assunto tão importante.
VERDADE:Para se tornar um doador de órgãos e tecidos, você só precisa informar esse desejo a seus familiares. Eles são os únicos que podem autorizar a doação, sem que haja necessidade de deixar nada por escrito. Embora a única forma de se tornar um doador de órgãos seja avisando verbalmente sua família, hoje já é possível se declarar um doador no Facebook. Para fazer isso, clique em “Evento Cotidiano”, depois em “Saúde e Bem-Estar” e encontre a opção “Doador de Órgãos”. Não se esqueça de marcar um familiar na publicação!
MITO: Se o médico souber que eu sou doador, ele não vai se esforçar para me salvar após um acidente?
VERDADE:A equipe médica que atende uma pessoa na emergência tem como prioridade salvar vidas, além de não ter conhecimento sobre a decisão do paciente de ser um doador. Apenas após a morte encefálica comprovada e com o consentimento da família é que uma outra equipe médica, especializada em transplantes, é chamada.
MITO: A família de quem recebe o órgão é quem paga pela operação?
VERDADE:Nenhuma das duas famílias – seja a do doador ou do receptor do órgão transplantado – têm qualquer tipo de despesa com a operação. O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior programa público de transplantes do mundo e se responsabiliza pelos gastos da operação e pelo fornecimento vitalício das medicações necessárias para evitar a rejeição do órgão transplantado.
MITO: É verdade que a doação deixa marcas profundas no corpo, que atrapalham na hora do enterro?
VERDADE:Como todos os órgãos doados são removidos por meio de cirurgia, o corpo dos doadores pode ser velado ou cremado normalmente.
MITO: Idosos ou pessoas que estavam doentes não podem doar órgãos?
VERDADE:Todas as pessoas são consideradas potenciais doadores de órgãos, independentemente da idade ou do histórico médico. O fator determinante para a doação é única e exclusivamente a condição de saúde do doador após a confirmação da morte encefálica. Mesmo doenças sexualmente transmissíveis, exceto HIV, não contraindicam a doação de órgãos, mas podem impedir a doação de sangue e de tecidos.
MITO: Existem várias religiões são contra ou proíbem a doação de órgãos?
VERDADE:Todas as religiões pregam os princípios da solidariedade e do amor ao próximo, características que estão presentes no ato da doação de órgãos. Até mesmo as religiões contrárias à transfusão de sangue, como Testemunhas de Jeová, não interferem na decisão da doação de órgãos e tecidos.
MITO: Cada doador de órgão pode mesmo salvar uma vida?
VERDADE:Um único doador de órgãos salva em média de oito a 10 pessoas, chegando a 20, com o transplante de córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, pele, ossos e válvulas cardíacas.
Nova Campanha
A fila de espera para transplantes de órgãos diminuiu e quatro Estados estão sendo considerados com fila zero para transplante de córnea, em que o paciente recebe quase que imediatamente o transplante: São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Outros sete reduziram o tempo para alguns meses. O transplante de córnea representa 60% das cirurgias.
A previsão é que o número de doadores para cada 1 milhão de pessoas seja de 13,5 em 2013. Em 2012, foram 12,8 doadores para cada milhão. Em 2011 esse número foi de 11,6 doadores e, em 2010, foi de 9,9. A meta é chegar a 15 doadores por milhão em 2014. Com o tema “Não deixe a vida se apagar. Seja doador de órgão. Fale com sua família”, a nova campanha nacional de doação de órgãos pretende ajudar o país a alcançar a meta de 15 doadores por milhão de habitantes até 2014.
Para incentivar a doação de órgãos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou duas portarias que qualificam e ampliam a oferta de transplantes, além de garantir mais recursos para centrais de transplante no Brasil. Serão disponibilizados entre R$ 100 mil e R$ 200 mil para estruturação, funcionamento e qualificação de centrais de transplantes. O recurso também servirá para o aumento do teto financeiro para cadastramento de doadores no Redome (Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea).
O Ministério da Saúde também vai disponibilizar R$ 50 milhões para a realização de exames. O objetivo é ampliar as possibilidades de identificação de doadores geneticamente compatíveis. A campanha será divulgada da mídia e nas redes sociais. Por meio da página do Ministério da Saúde no Facebook, 135 mil internautas já declararam a vontade de serem doadores. Para se declarar, compartilhar ou divulgar a ideia, acesse https://www.facebook.com/DoacaodeOrgaos.
Assista ao vídeo da nova campanha do Ministério:
Com informações do Ministério da Saúde