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Doação de rim demanda cuidados prolongados

A preocupação da comunidade médica está muito ligada ao fato de, em média, pouco menos da metade dos doadores continuar viva em todo o mundo

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Bruna Sensêve - Correio Braziliense Publicação:21/10/2013 10:12
Os riscos de complicações a curto prazo associadas à doação de rim diminuíram na última década. Mas especialistas acreditam que deve ser dada uma atenção especial aos desafios a longo prazo, especialmente se o doador tiver uma condição de saúde prévia e debilitante. A preocupação da comunidade médica está muito ligada ao fato de, em média, pouco menos da metade dos doadores continuar viva em todo o mundo.

De acordo com o estudo publicado na edição deste mês da Revista Clínica da Sociedade Americana de Nefrologia (CJASN, em inglês), de 1998 para 2010, os registros de problemas logo após o procedimento de retirada do órgão para a doação foram de 10,1% e 7,6%, respectivamente, nos Estados Unidos. No entanto, questões como depressão, hipotireoidismo, hipertensão e obesidade tiveram um aumento significativo. Segundo o primeiro autor do trabalho e pesquisador do Instituto de Pesquisa Cleveland Clinic Lerner, Jesse Schold, foram analisadas as condições de saúde de mais de 69 mil doadores nesse período. O número corresponde a 89% dos doadores de rim de todo o país.

O objetivo era avaliar as tendências de doenças e complicações experimentadas pelos participantes do estudo. Schold afirma que a equipe liderada por ele foi capaz de descrever características dos pacientes e prognósticos do pós-transplante que fogem dos registros-padrão atuais. “Os dados fornecem informações importantes sobre a incidência e o impacto das comorbidades preexistentes entre os doadores vivos que não são amplamente conhecidos.” A duração da internação no hospital seguida à doação diminuiu ao longo do tempo, de uma média de 3,7 dias em 1998 para 2,5 dias em 2010. As taxas de complicações e de duração da permanência para os doadores chegaram a níveis comparáveis ao de outras cirurgias abdominais de risco relativamente baixo, como a retirada do apêndice.

Geralmente, os doadores vivos são parentes (mães, pais, irmãos, avós) do paciente, o que evita as chances de rejeição. A grande vantagem de receber um rim nessas condições é que ele passa a funcionar imediatamente no novo corpo, trazendo benefícios renais logo após o transplante. Acompanhar as condições médicas adicionais podem, segundo os estudiosos dos EUA, aperfeiçoar aconselhamento de doadores vivos. “Em última análise, melhorando a compreensão dos resultados de curto e longo prazos entre diversas amostras representativas de doadores vivos, a comunidade de transplantes pode melhorar significativamente, já que os processos de autorização, seleção e cuidados são prioridades vitais”, conclui Schold.

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