Pai faz prótese para o filho em impressora 3D e emociona o mundo

Exemplo chama a atenção para a possibilidade de cooperação entre pessoas comuns e para o uso de novas tecnologias com o objetivo de encontrar soluções mais simples e baratas e melhorar a qualidade de vida de quem tem alguma limitação

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Letícia Orlandi - Saúde Plena Publicação:11/11/2013 09:00Atualização:11/11/2013 09:54

Leon, de 12 anos, acha incrível que agora ele seja um pouco 'ciborgue' (Reprodução / CBS)
Leon, de 12 anos, acha incrível que agora ele seja um pouco 'ciborgue'
Leon, de 12 anos, encontrou várias maneiras de se adaptar à condição congênita de não ter os dedos de uma das mãos. Mas, ainda que sua vida escolar e familiar fosse normal e saudável, algumas dificuldades se impunham no cotidiano do garoto. E isso incomodava seu pai, Paul McCarthy.

Diante dos altos custos de uma prótese industrializada – que pode variar de 20 a 30 mil dólares, algo entre 40 e 70 mil reais - McCarthy iniciou uma busca por uma solução mais viável.

E encontrou, de graça, na internet, o projeto perfeito para tornar o sonho possível.

Assista ao vídeo, veiculado na TV norte-americana, com a entrevista de pai e filho. Esta versão foi legendada em português pelo Saúde Plena:



O pai de Leon assistiu a um vídeo sobre a experiência bem-sucedida do inventor Ivan Owen, que havia ajudado um garotinho sul-africano de 5 anos com uma mão robótica de baixo custo, fabricada por uma impressora 3-D. Com o projeto em mãos, Paul seguiu as instruções e conseguiu fabricar uma peça semelhante, que saiu por algo entre 5 e 10 dólares. “Fazer com que seu filho seja feliz é a coisa mais recompensadora que você pode ter como pai, certo?', diz ele na entrevista.

Leon deixa claro que não se sente diferente. Por lembrar um ciborgue colorido – nas palavras dele -, a nova mão o faz sentir especial, incrível, quase um super-herói. “Quando meu pai chegou com a ideia, achei que ele estava meio maluco, que poderia ser um passo muito grande para mim. Mas deu tão certo que, quando eu crescer e a mão ficar pequena, poderemos imprimir outra”, comemora o menino. Ele agora anda de bicicleta com facilidade e já conseguiu dominar o mecanismo da nova mão para fazer movimentos mais finos, como desenhos.

As tarefas cotidianas ficaram mais fáceis depois que o pai de Leon encontrou o projeto gratuito na internet. Enquanto uma prótese comum chega a custar mais de R$40 mil, a peça feita em uma impressora 3-D não passou de R$20 (Reprodução / CBS)
As tarefas cotidianas ficaram mais fáceis depois que o pai de Leon encontrou o projeto gratuito na internet. Enquanto uma prótese comum chega a custar mais de R$40 mil, a peça feita em uma impressora 3-D não passou de R$20
O aparelho funciona a partir de movimentos feitos no pulso. Um movimento para baixo cria a tensão que fecha os dedos, enquanto o movimento para cima faz com que eles se abram.


Cooperação
Ivan Owen trabalha com efeitos especiais e desenvolveu essa prótese mais acessível quando foi procurado pelo sul-africano Richard Van, que havia perdido dois dedos em um acidente com uma serra. Eles desenvolveram o modelo e procuraram uma empresa especializada em impressões 3-D, na qual descobriram que sim, seria possível reproduzir o projeto. Em minutos, a máquina fabricou a prótese, cujo custo inicial foi de 150 dólares.

Andar de bicicleta já não é um problema para Leon (Reprodução / CBS)
Andar de bicicleta já não é um problema para Leon
O grande diferencial desta história é que Owen optou por deixar o projeto disponível na internet e realizou uma campanha, junto com Richard, para arrecadar fundos.

A campanha recebeu a doação de duas impressoras 3-D da empresa Makerbot e eles passaram a ajudar pessoas com a mesma dificuldade.

A mão robótica é composta de 46 peças, sendo 13 impressas e 28 peças comuns, como o cabo de nylon, porcas e parafusos. "Eu sempre tive essa visão, de que as pessoas seriam capazes de produzir suas próprias próteses em casa", revela Owen.

Um dos beneficiados foi o garotinho sul-africano Liam, de apenas cinco anos. Hoje, ele já joga basquete e pega objetos pequenos, como moedas, além de ter muito orgulho em mostrar sua 'mão de robô'. Veja, neste vídeo postado pelo próprio Owen, imagens do pequeno Liam:



Graças a essa atitude colaborativa, Paul McCarthy também foi capaz, a milhares de quilômetros de distância, de proporcionar mais qualidade de vida ao filho.

A adaptação bem sucedida do menino - a mão é controlada por movimentos do pulso - está popularizando o projeto. O design foi criado por um inventor norte-americano, em colaboração com um homem sul-africano, que havia perdido os dedos em acidente (Reprodução / CBS)
A adaptação bem sucedida do menino - a mão é controlada por movimentos do pulso - está popularizando o projeto. O design foi criado por um inventor norte-americano, em colaboração com um homem sul-africano, que havia perdido os dedos em acidente

Criatividade e amor
A criatividade e a dedicação dos pais já proporcionaram momentos de emoção também aqui no Brasil. O maior sonho de um mineirinho de 13 anos com paralisia era jogar futebol. O pai de Felipe, Alexandre Faleiros, não mediu esforços para encontrar uma solução.

Ele criou uma botinha especial que permite ao filho – que nasceu prematuro, com apenas 940 gramas; e foi diagnosticado com lesão cerebral aos três meses de vida - ter a sensação de chutar a bola e participar de uma partida de futebol. Eles já jogaram até contra o time do Atlético-MG no Estádio Independência.

Veja detalhes dessa história na matéria da TV Alterosa:


 

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