A educação que transforma: conheça o trabalho do ViraVida
Programa acolhe jovens de 14 a 24 anos, moradores de periferias de grandes centros, que foram marcados por experiências relacionadas à violência física e psicológica, gravidez precoce e dependência química
Correio Braziliense
Publicação:18/04/2014 11:01Atualização: 18/04/2014 09:11
Cida Lima é um exemplo de dedicação ao próximo. Filha mais velha de quatro irmãos, a moradora de Taguatinga, teve como exemplo do pai, um caminhoneiro analfabeto, a importância de investir em educação. “Ele sempre falava sobre o sonho de ter um filho formado. Eu, graças a Deus, consegui virar pedagoga”, orgulha-se a coordenadora do ViraVida. Iniciativa do Serviço Social da Indústria (Sesi), o programa acolhe jovens de 14 a 24 anos, moradores de periferias de grandes centros, que foram marcados por experiências relacionadas à violência física e psicológica, gravidez precoce e dependência química.
No mesmo período, a pedagoga iniciou a segunda graduação, em educação profissional. Paralelo ao trabalho, também ajudava jovens marginalizados por meio de projetos da igreja que frequentava. Cinco anos depois, voltou ao Sesi para coordenar o ViraVida. “No mês em que entrei no programa, fui fazer uma especialização em terapia comunitária para atuar com populações vulneráveis”, conta. No curso, ela descobriu que sua vocação era, de fato, ajudar jovens marginalizados.
Descoberta feita, a lei do retorno evidenciou-se: quanto mais Cida se doava aos participantes do programa, mais recebia em troca e se sentia completa. “Hoje, penso que proporciono a eles alternativas aos males que foram impostos ao longo da vida. O programa promove uma coisa que considero uma das mais maravilhosas: o renascimento. Eles chegam desacreditados de si e dos outros. Já ouvi de meninas que Deus havia esquecido delas porque quem deveria amá-las, na verdade, as agredia”, diz.
Segundo Cida, por meio de tratamentos médicos e odontológicos, orientação jurídica e atendimentos psicossociais, aqueles que fazem parte do programa conseguem recuperar a autoestima, se interessar pelo autoconhecimento e readquirir a possibilidade de sonhar. “Há um mês, um jovem me procurou. Disse que estava formado e que um conselho meu era a razão para o sucesso profissional dele. Na verdade, veio agradecer e perguntar como poderia nos ajudar”, conta, emocionada.
"Há um mês, um jovem me procurou. Disse que estava formado e que um conselho meu era a razão para o sucesso profissional dele" - Cida Lima, coordenadora do programa ViraVida
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Antes do contato com garotos e garotas marginalizados, Cida trabalhou no Sesi de Ceilândia como orientadora vocacional, convite recebido logo após concluir uma pós-graduação em recursos humanos. “Com o passar do tempo, porém, não estava mais me encontrando, já que trabalhava mais com a área da gestão da escola”, lembra. O contato direto com jovens começou em 2003, quando ela foi trabalhar no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “As turmas que eu coordenava tinham resultados diferentes dos habituais. Fui vendo que eu tinha alguma coisa com os jovens, e eles comigo, que a gente construía juntos”, conta.- Reduzir ou amenizar a exclusão social é escolha profissional de um grupo cada vez maior de pessoas
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No mesmo período, a pedagoga iniciou a segunda graduação, em educação profissional. Paralelo ao trabalho, também ajudava jovens marginalizados por meio de projetos da igreja que frequentava. Cinco anos depois, voltou ao Sesi para coordenar o ViraVida. “No mês em que entrei no programa, fui fazer uma especialização em terapia comunitária para atuar com populações vulneráveis”, conta. No curso, ela descobriu que sua vocação era, de fato, ajudar jovens marginalizados.
Descoberta feita, a lei do retorno evidenciou-se: quanto mais Cida se doava aos participantes do programa, mais recebia em troca e se sentia completa. “Hoje, penso que proporciono a eles alternativas aos males que foram impostos ao longo da vida. O programa promove uma coisa que considero uma das mais maravilhosas: o renascimento. Eles chegam desacreditados de si e dos outros. Já ouvi de meninas que Deus havia esquecido delas porque quem deveria amá-las, na verdade, as agredia”, diz.
Segundo Cida, por meio de tratamentos médicos e odontológicos, orientação jurídica e atendimentos psicossociais, aqueles que fazem parte do programa conseguem recuperar a autoestima, se interessar pelo autoconhecimento e readquirir a possibilidade de sonhar. “Há um mês, um jovem me procurou. Disse que estava formado e que um conselho meu era a razão para o sucesso profissional dele. Na verdade, veio agradecer e perguntar como poderia nos ajudar”, conta, emocionada.