Antidepressivo freia avanço do Alzheimer
A substância usada nos antidepressivos, o citalopram, conseguiu estabilizar os sintomas progressivos da doença em até 25% em ratos e em até 38% em humanos
Correio Braziliense
Publicação:15/05/2014 11:15Atualização: 15/05/2014 09:41
Os cientistas das universidades da Pensilvânia e de Washington testaram os efeitos da droga no fluido intersticial (FIS) do cérebro de ratos que tinham as placas beta-amiloide e também no líquido cefalorraquidiano (LCR) de humanos saudáveis. “Estudos anteriores demonstraram uma associação entre antidepressivos e a redução da carga de beta-amiloide no cérebro”, explicou, em comunicado à imprensa, a principal autora do trabalho, Yvette Sheline. “Esses estudos examinaram a correlação retrospectiva entre a duração do uso de antidepressivo e a carga amiloide com tomografia por emissão de pósitrons (PET) no cérebros de idosos. Nossa investigação deu um passo além e testou o efeito prospectivo do citalopram nos níveis de amiloide no LCR de indivíduos saudáveis e mais jovens”, compara.
Ratos geneticamente modificados para desenvolver as placas de gordura, mas que foram expostos ao citalopram, tiveram redução dos níveis de beta-amiloide em 25%. Dois meses de exposição à substância freou não apenas o desenvolvimento de novas placas, mas também estabilizou a progressão das que existiam. Um experimento paralelo realizado com 23 humanos saudáveis que tinham de 18 a 50 anos e não haviam sido submetidos a tratamentos para depressão obteve mais resultados impressionantes: 60mg de citalopram reduziram em 38% a produção de beta-amiloide em apenas 37 horas de testes.
Os pesquisadores acreditam que os bons resultados estão relacionados ao efeito bloqueador dos antidepressivos em alguns neurônios, uma ação que aumenta a disponibilidade de setoronina e diminui a produção das placas de gordura. A partir disso, eles acreditam que o desenvolvimento de abordagens terapêuticas seguras e eficientes para reduzir a produção das placas no LCR, mesmo que modestamente, pode prevenir e/ou desacelerar a progressão dos sintomas do Alzheimer. “Nós estamos adquirindo um melhor entendimento das capacidades de SSRIs enquanto continuamos a desvendar os complexos mecanismos do cérebro que desencadeiam a demência do Alzheimer”, diz Sheline.
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A guerra contra o Alzheimer pode ter ganhado uma arma eficiente e já pronta para uso: um antidepressivo que está no mercado desde 1998. O medicamento, um inibidor da reabsorção da serotonina (SSRI),) freou o desenvolvimento de placas de gordura no cérebro, segundo os resultados de um estudo publicado na edição desta quinta-feira (15) da revista Science Translational Medicine. O acúmulo dessas substâncias é apontado como importante causa da doença neurodegenerativa que, até 2050, deverá acometer 16 milhões de pessoas no mundo. A substância usada nos antidepressivos, o citalopram, conseguiu estabilizar os sintomas progressivos da doença em até 25% em ratos e em até 38% em humanos.- Estudante larga tudo e vira 'pai' de avó com Alzheimer
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Os pesquisadores acreditam que os bons resultados estão relacionados ao efeito bloqueador dos antidepressivos em alguns neurônios
Ratos geneticamente modificados para desenvolver as placas de gordura, mas que foram expostos ao citalopram, tiveram redução dos níveis de beta-amiloide em 25%. Dois meses de exposição à substância freou não apenas o desenvolvimento de novas placas, mas também estabilizou a progressão das que existiam. Um experimento paralelo realizado com 23 humanos saudáveis que tinham de 18 a 50 anos e não haviam sido submetidos a tratamentos para depressão obteve mais resultados impressionantes: 60mg de citalopram reduziram em 38% a produção de beta-amiloide em apenas 37 horas de testes.
Os pesquisadores acreditam que os bons resultados estão relacionados ao efeito bloqueador dos antidepressivos em alguns neurônios, uma ação que aumenta a disponibilidade de setoronina e diminui a produção das placas de gordura. A partir disso, eles acreditam que o desenvolvimento de abordagens terapêuticas seguras e eficientes para reduzir a produção das placas no LCR, mesmo que modestamente, pode prevenir e/ou desacelerar a progressão dos sintomas do Alzheimer. “Nós estamos adquirindo um melhor entendimento das capacidades de SSRIs enquanto continuamos a desvendar os complexos mecanismos do cérebro que desencadeiam a demência do Alzheimer”, diz Sheline.