Veja dicas para administrar remédio para os pets
É necessário ter muito cuidado com algumas medicações que, se ficarem presas no esôfago, podem causar esofagite
Revista do CB - Correio Braziliense
Publicação:23/08/2014 10:00Atualização: 18/08/2014 11:02
Segundo o adestrador Lucas von Glehn Duty, especialista em comportamento canino, o “pós-remédio” é a parte mais importante do processo. “Num primeiro momento, vale a pena colocar a medicação dentro de alguma comida para facilitar a aceitação do pet. Num segundo, o cão deverá ser parabenizado. Algo como um carinho, um petisco ou qualquer outra coisa que ele curta bastante.” O segredo, segundo o especialista, está em fazer a mascote entender que a pílula é parte de procedimento normal e corriqueiro, como se fosse uma tarefa a mais do dia a dia.
Existem várias táticas para administrar medicamentos. A mais famosa é “esconder” a substância na comida. Será que funciona mesmo? Segundo o veterinário Bruno Gonzaga, o método tende a ser eficaz, mas é preciso prestar atenção, pois alguns remédios não podem, em hipótese alguma, ser dados com a alimentação — esse é o caso do Nepresol e de certos remédios para gastrite.
Se o remédio for em cápsulas, Gonzaga dá uma dica curiosa: besuntá-las com manteiga ou margarina. “A manteiga ajuda a grudar o remédio na boca do animal. E, com o auxílio de uma seringa, podemos colocar água para ajudar o medicamento a chegar até o estômago”, detalha.
No caso de gatos, um truque muito comum é quebrar o remédio, colocar em algum líquido e “sujar” a pata do bichano. Ele irá lamber no local e engolir a droga sem nem perceber.
É necessário ter muito cuidado com algumas medicações que, se ficarem presas no esôfago, podem causar esofagite. Trata-se de uma lesão no órgão, que pode causar gastrites graves e até anorexia. A doença pode ser identificada com endoscopia, biopsia e exames complementares, como hemograma, bioquímica e urinálise. O dono do animal pode ainda optar por remédios palatáveis, com gosto de carne ou frango. Algumas farmácias, inclusive, manipulam substâncias em forma de biscoito ou ração.
Naturalmente, os felinos são mais ariscos na hora do remédio. O primeiro passo é enrolá-los em uma toalha. Esse método é seguro e evita que o animal arranhe ou fuja. Depois, tente abrir a boca do pet e colocar a substância. Levantando a cabeça, é importante colocar uma mão na mandíbula (mais próximo à garganta) e fazer uma leve massagem no pescoço. Depois desse processo, dê água para ele.
Superdosagem e restos
No caso de excesso de remédios, procure um veterinário imediatamente. Por causa da composição, não é possível prever o que vai acontecer com o animal. Apesar de alguns remédios em comum, cachorros e gatos nem sempre podem tomar a mesma droga. Gatos, por exemplo, não podem ingerir remédios que tenham Tylenol. “O Tylenol tem um princípio ativo (acetominofeno) que adere o receptor de oxigênio dos gatos e provoca asfixia”. Explica a veterinária Carmem Pinto.
Apenas meio comprimido de remédio com esse ativo pode ser fatal ao animal. Os sintomas do envenenamento são vômito, lentidão, perda de apetite, salivação e gengivas marrons. O gato também pode aparentar inchaço no rosto, movimentos descoordenados, convulsões e coma.
A maioria das pessoas não descarta corretamente os remédios. Não é certo colocar medicamentos vencidos em lixos comuns. Os dentro da validade podem ser doados em postos de saúde.
Algumas abordagens para medicar os pets
Fazer um bolinho com ração em pasta (aquelas que parecem comida para felinos), pode ser uma boa solução. O remédio vai ficar camuflado no alimento e, provavelmente, derreter. É importante ficar de olho no animal enquanto ele come para que ele não perceba o comprimido e cuspa.
Esse é o mais comum. Os donos colocam o remédio dentro de uma comida que o animal goste. Geralmente, é um pedaço de carne ou salsicha. Verifique se o animal vai mesmo engolir o alimento.
Alguns animais comem tão bem que nem percebem quando é colocado algum remédio dentro da vasilha de ração. Geralmente, são bichos de grande porte ou filhotes.
A seringa (sem agulha) é a maior aliada dos medicamentos líquidos. Com auxílio do objeto, deve-se esguichar o remédio direito na boca e, depois, segurá-la fechada. Faça uma massagem na garganta do bicho para estimular a deglutição.
Em algumas farmácias veterinárias, é possível manipular os remédios para que fiquem em formato de ração, biscoito ou osso.
Saiba mais...
Se os humanos têm dificuldades em tomar remédios, os pets têm muito mais. “Algumas criaturinhas são tão espertas que percebem quando você está querendo medicá-las e dificultam um pouco as coisas. Escondem-se, cerram os dentes”, explica o adestrador Carlos Júnior. O temperamento arredio costuma estar vinculado à memória de um episódio de doença. “O bichinho associou não só o remédio, mas tudo o que envolveu o episódio — a caixa do remédio, o local e o comportamento prévio do proprietário — ao desconforto”, acrescenta o profissional.- Cães e gatos órfãos costumam receber carinho e alimento de mães 'postiças' inclusive entre raças diferentes
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Enrolada em uma toalha, a gata Martina está pronta para receber um remedinho do veterinário
Existem várias táticas para administrar medicamentos. A mais famosa é “esconder” a substância na comida. Será que funciona mesmo? Segundo o veterinário Bruno Gonzaga, o método tende a ser eficaz, mas é preciso prestar atenção, pois alguns remédios não podem, em hipótese alguma, ser dados com a alimentação — esse é o caso do Nepresol e de certos remédios para gastrite.
Se o remédio for em cápsulas, Gonzaga dá uma dica curiosa: besuntá-las com manteiga ou margarina. “A manteiga ajuda a grudar o remédio na boca do animal. E, com o auxílio de uma seringa, podemos colocar água para ajudar o medicamento a chegar até o estômago”, detalha.
No caso de gatos, um truque muito comum é quebrar o remédio, colocar em algum líquido e “sujar” a pata do bichano. Ele irá lamber no local e engolir a droga sem nem perceber.
É necessário ter muito cuidado com algumas medicações que, se ficarem presas no esôfago, podem causar esofagite. Trata-se de uma lesão no órgão, que pode causar gastrites graves e até anorexia. A doença pode ser identificada com endoscopia, biopsia e exames complementares, como hemograma, bioquímica e urinálise. O dono do animal pode ainda optar por remédios palatáveis, com gosto de carne ou frango. Algumas farmácias, inclusive, manipulam substâncias em forma de biscoito ou ração.
Naturalmente, os felinos são mais ariscos na hora do remédio. O primeiro passo é enrolá-los em uma toalha. Esse método é seguro e evita que o animal arranhe ou fuja. Depois, tente abrir a boca do pet e colocar a substância. Levantando a cabeça, é importante colocar uma mão na mandíbula (mais próximo à garganta) e fazer uma leve massagem no pescoço. Depois desse processo, dê água para ele.
Superdosagem e restos
No caso de excesso de remédios, procure um veterinário imediatamente. Por causa da composição, não é possível prever o que vai acontecer com o animal. Apesar de alguns remédios em comum, cachorros e gatos nem sempre podem tomar a mesma droga. Gatos, por exemplo, não podem ingerir remédios que tenham Tylenol. “O Tylenol tem um princípio ativo (acetominofeno) que adere o receptor de oxigênio dos gatos e provoca asfixia”. Explica a veterinária Carmem Pinto.
Apenas meio comprimido de remédio com esse ativo pode ser fatal ao animal. Os sintomas do envenenamento são vômito, lentidão, perda de apetite, salivação e gengivas marrons. O gato também pode aparentar inchaço no rosto, movimentos descoordenados, convulsões e coma.
A maioria das pessoas não descarta corretamente os remédios. Não é certo colocar medicamentos vencidos em lixos comuns. Os dentro da validade podem ser doados em postos de saúde.
Algumas abordagens para medicar os pets
- Ração em pasta
Fazer um bolinho com ração em pasta (aquelas que parecem comida para felinos), pode ser uma boa solução. O remédio vai ficar camuflado no alimento e, provavelmente, derreter. É importante ficar de olho no animal enquanto ele come para que ele não perceba o comprimido e cuspa.
- Pedaço da comida
Esse é o mais comum. Os donos colocam o remédio dentro de uma comida que o animal goste. Geralmente, é um pedaço de carne ou salsicha. Verifique se o animal vai mesmo engolir o alimento.
- Com a ração
Alguns animais comem tão bem que nem percebem quando é colocado algum remédio dentro da vasilha de ração. Geralmente, são bichos de grande porte ou filhotes.
- Seringa
A seringa (sem agulha) é a maior aliada dos medicamentos líquidos. Com auxílio do objeto, deve-se esguichar o remédio direito na boca e, depois, segurá-la fechada. Faça uma massagem na garganta do bicho para estimular a deglutição.
- Manipulados
Em algumas farmácias veterinárias, é possível manipular os remédios para que fiquem em formato de ração, biscoito ou osso.