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Vídeos mostram o dilema do sono dos bebês; cama compartilhada pode ser uma alternativa?

Longe de ser uma unanimidade entre os pediatras, a cama compartilhada ganha cada vez mais adeptos. Esclareça suas dúvidas e veja o que mais se adequa ao seu filho

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Valéria Mendes - Saúde Plena Publicação:08/09/2014 08:30Atualização:25/03/2015 16:03
Sucessos na internet, vídeos mostram os desafios de fazer as crianças dormirem (Reprodução Youtube)
Sucessos na internet, vídeos mostram os desafios de fazer as crianças dormirem
- Mãe, por que criança que é pequena dorme sozinha e mãe e pai, que são grandes, dormem juntos? A pergunta é de uma garotinha de 5 anos chamada Débora e pode ser curtida e comentada no blog Frases de Crianças – As pérolas das nossas pérolas. Ela também resume o ‘dilema’ da cama compartilhada não recomendada pela Academia Americana de Pediatria (AAP) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), mas que ganha cada vez mais adeptos assumidos que trocam experiências e artigos científicos em grupos na internet, blogs e redes sociais.

Sucessos na internet, dois vídeos selecionados pelo Saúde Plena registram o ‘dilema’ do sono dos bebês e podem ajudar as famílias na discussão sobre a cama compartilhada, situação em que pais e bebê dormem juntos.





Se na primeira situação fica explícito que o contato físico solucionou a questão do sono do bebê, no segundo, podemos apenas supor que a tentativa da mãe em estabelecer a nova rotina para as crianças é um desafio e tanto.

A pediatra Silvia Gioielli é mãe da Analu, de 3 anos e 9 meses, e de André, de 1 anos e 10 meses, ambos nascidos de partos naturais. Ela acredita que a cama compartilhada pode ser uma boa opção para famílias que têm bebês que demandam bastante o contato pele a pele. “Além disso, facilita o aleitamento materno e dá a oportunidade para a mãe descansar um pouco mais”, acredita.

Segundo a médica, a cama compartilhada é um arranjo familiar que acontece quase que naturalmente para todos dormirem bem. “Alguns bebês realmente precisam mais do contato físico do que outros. É uma característica que precisa ser observada e respeitada. Outros adormecem facilmente nos braços dos pais e são facilmente colocados no berço. Para os que não, a cama compartilhada acaba sendo uma boa saída e ela acontece com, sem ou apesar das recomendações do pediatra. Às vezes, é a única forma de todos conseguirem descansar”, ressalta.

Entre as dúvidas que rondam a cama compartilhada, a intimidade do casal talvez seja a mais frequente. Se for no sentido sexual, a cama não é o único lugar de uma casa para se fazer sexo. Fugir desse hábito pode ser, inclusive, uma oportunidade para deixar aflorar a criatividade. Se o questionamento se dá em função da frequência da atividade sexual, o casal precisa entender se a razão de uma possível queda é por que o bebê passou a dividir a cama com eles ou se outros fatores são os responsáveis - como o próprio cansaço pela privação do sono ou pela série de cuidados que um bebê necessita. Intimidade no sentido de tempo a sós para conversar sobre si próprios e até sobre o filho sem a presença dele, o casal que optar pela cama compartilhada também terá que descobrir e reservar outros momentos para isso.
 (Reprodução Internet - kidsvitrine.com.br)

Colo para bebê de colo: por que não?
Especialista em neonatologia, o pediatra Carlos Eduardo Corrêa integra equipes de partos humanizados. Para ele, nos primeiros meses de vida, principalmente no caso dos recém-nascidos, os bebês têm muita necessidade de contato físico, colo e costumam mamar e solicitar suas mães à noite e madrugada afora. “A cama compartilhada é natural e facilita o contato íntimo dos pais com o bebê, a criança fica mais calma e segura e facilita a amamentação. A percepção de bem-estar do filho também deixa os pais mais tranquilos. Dessa forma, vejo a cama compartilhada como um grande facilitador na construção de vínculos familiares”, afirma.

O pediatra diz que atualmente a família é convidada a não estabelecer contato íntimo com seus filhos. “Desde o início, a família aprende que um bebê deve ser educado a dormir à noite e a mamar com hora marcada, já que as vítimas deste bebê podem ser os pais que terão uma criança eternamente demandante e mimada. Disciplina e ordem desde o começo da vida irão construir uma criança mais segura e independente. Assim, deixe o bebê chorar e imponha a ele horários e rotina, já que isto trará segurança ao bebê e à criança”, assinala. Para ele, soa como um programa militar de construção familiar e a amorosidade e as necessidades do bebê desaparecem, substituídos por uma adultização do bebê que, nesse caso, já seria capaz de desenvolver autonomia e bons hábitos. “Hoje temos que ficar lembrando o tempo todo que um bebê de colo é de colo, dependente e frágil e que o papel amoroso dos pais está em poder dar conta de suas necessidades e oferecer contato físico e segurança”, recomenda.

Para ele, a resistência dos pediatras à cama compartilhada pode estar relacionada ao grande medo que existe sobre a segurança dos bebês. “Os pais podem ser vistos como incapazes de construir uma relação de segurança e proteção. Há um grande medo principalmente dos homens em serem perigosos e capazes de machucar a criança. Pela convenção social, pelo que a própria família muitas vezes diz, é mais seguro uma criança afastada. Uma babá eletrônica é mais segura que o olhar dos pais. Existe uma necessidade de construir um espaço próprio para a criança desde bebê e é dever dos pais definir este espaço e se afastar desde cedo deste bebê. Entra na mesma lógica do aleitamento em livre demanda, que criaria maus hábitos na criança e escravizaria a mulher”, pondera.

Silvia Gioielli explica que apesar de a opção ser algo intuitivo para algumas mães, do ponto de vista dos pediatras, o assunto é controverso. “A maioria, formalmente, não recomenda, mas acredito que seja mais por prevenção dos riscos e por falta de informação sobre os benefícios. Mesmo assim existem pediatras que apoiam a decisão da família de compartilhar a cama. Nestes casos, podemos dar uma orientação de como fazê-lo de modo seguro. Acredito que, ao invés de desencorajar ou proibir as famílias de compartilhar a cama, o melhor é orientá-las para fazê-la de modo seguro”, acredita.

Dormir bem é hábito
Pediatra do Departamento de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Magda Lahorgue Nunes lista as recomendações da Academia Americana de Pediatria: “até os 6 meses de idade o bebê deve dormir de costas, sem travesseiro, com cobertas leves, poucas camadas de roupas e sem brinquedos ou protetores. O berço deve ficar no quarto dos pais, mas nunca o bebê na mesma cama com o casal”. Segundo ela, todas essas são medidas de proteção da Síndrome da Morte Súbita. “Por outro lado, mãe e filho juntos no mesmo cômodo estimula a amamentação e os cuidados protetivos”, reforça.

A pediatra diz que, após os 6 meses, como risco de morte súbita diminui significativamente, o bebê já pode ir para cama dele. “Não existe recomendação de que a criança durma na cama dos pais em nenhuma faixa etária e, com menos de 1 ano, a orientação é que não durma já que existe o risco de os pais rolarem por cima do bebê”, afirma.

Magda Lahorgue diz que dormir é um hábito que precisa ser desenvolvido. “A criança, desde pequena, precisa de limites e parâmetros e a forma de educar é estabelecendo rotinas. Nos primeiros seis meses, o bebê tem o sono chamado polifásico, por isso acorda muito à noite e isso é normal. Após esse período, dá-se a consolidação do sono noturno com blocos de, no mínimo cinco horas direto. Por essa razão, não se deve acordar a criança para dar de mamar. O recomendado é que a última mamada seja oferecida às 23h”, explica. Segundo ela, só se justifica acordar o bebê se for por algum motivo de saúde ou de peso. “O bebê vai acordar apenas quando tiver fome”, reforça.

Para ela, o sono é uma questão de bons hábitos que devem ser desenvolvidos pelos pais. “As crianças não sabem o que é um mau hábito. Por isso, os pais devem estabelecer um horário para dormir e próximo disso, escurecer a casa, reduzir os ruídos e desligar a televisão. Deixar a criança solta é não estabelecer parâmetros”, explica.

Magda Lahorgue diz que os estudos mostram que, quando bem utilizadas, as técnicas comportamentais para manejo do sono desenvolvidas nos Estados Unidos dão bons resultados. A mais conhecida é a que propõe deixar a criança chorar sozinha um pouco no berço e ir aumentando esse intervalo até que ela consiga pegar no sono sozinha. “A criança chora, a mãe espera um minuto, vai até o quarto, se mostra presente, acalma o bebê e retorna ao quarto do casal. São ferramentas do campo da psicologia norte-americana”, observa. A pediatra diz que todas essas técnicas são de condicionamento de um cérebro em desenvolvimento, como é o caso dos bebês, em que todas as coisas podem ser mudadas.

A especialista está envolvida em um projeto, lançado em agosto deste ano, que tem o objetivo de avaliar as características do sono das crianças e adolescentes brasileiros entre 0 e 19 anos. “É um estudo inédito no Brasil. Tudo que sabemos sobre o sono das crianças se baseia na literatura americana. O projeto é de base populacional e vai atingir todos os estados e classes sociais. A plataforma ficará aberta por dois anos para que as famílias possam responder às questões”. Clique aqui e participe! Para Magda, o sono das crianças é negligenciado pelos pediatras. “Quantas vezes na vida o pediatra perguntou sobre o sono do seu filho? Temos que educar os médicos para isso”, defende.

Na mesma cama para sempre?
Um dos grandes mitos que rondam a cama compartilhada é de que o filho ou filha nunca sairá da cama dos pais. “Geralmente chega um momento que não é mais prazeroso dormir junto e será necessário mudar. Reconhecer este momento e ser capaz de fazer as mudanças se torna uma questão para os pais que fazem cama compartilhada. Por outro lado, conheci famílias que se adaptaram tão bem que reformularam o quarto de dormir para ficar mais confortável para todos dormirem juntos”, relata Carlos Eduardo Corrêa.

Sobre o fato de que o hábito de dormir juntos criaria uma dependência emocional da criança em relação aos pais, o pediatra pergunta: “O que é dependência emocional entre crianças e seus pais? Não é uma necessidade?”.

Silvia Gioielli concorda. “Sob a minha ótica, de pediatra e mãe de duas crianças, a cama compartilhada não causa dependência nenhuma. Ao contrário, ao ter a sua necessidade de companhia atendida, a criança tende a ser mais independente quando fica maior. Precisamos entender que bebes de até 2 anos têm sim necessidade de contato pele a pele, de ajuda para pegar no sono”, diz.

A pediatra explica que essa dificuldade tem uma explicação científica. “Bebês têm muitos momentos em que o sono se superficializa e, às vezes, demoram a voltar a dormir. O sono de um bebê é totalmente diferente do adulto. Então, não podemos esperar que bebês se comportem como adultos para dormir. Como pais amorosos e compreensivos, temos que dar tempo ao tempo”, acredita.

A mãe de Analu e André diz que, geralmente, a fase mais turbulenta do sono cessa ao redor dos 2 anos. Com paciência e acolhimento, a maioria das crianças se encontra pronta para deixar a cama dos pais após essa idade. “Eles até começam a pedir a própria caminha. Acredito que, hoje em dia, há expectativas altas demais quanto à independência dos bebês e isto gera frustração e angústia. Aceitar este fato faz tudo ficar muito mais fácil e tranquilo”, pondera.


Graduada em direito, Sabrina Mori, 28 anos, é mãe de Nina, de 4, e está grávida do segundo filho, Leo Takeo. Ela conta que descobriu a cama compartilhada de forma acidental. “Mas ela se mostrou eficaz e comecei a pesquisar o assunto”, diz. Segundo ela, na ânsia de se apoiar em algum tipo de informação leu ‘A encantadora de bebês resolve todos os seus problemas’, de Tracy Hogg e Melinda Blau, que propõe soluções que ajudam a criar uma rotina de sono para os pequenos. “Hoje acho um absurdo essa ideia de parâmetros para um bebê e entendo a importância do contato físico, mas a Nina sempre foi uma criança tranquila e se encaixou perfeitamente nas regras propostas no livro. Nessa época achava um absurdo essa história de cama compartilhada, era radicalmente contra”, recorda-se.
Sabrina Mori é mãe de Nina e está na segunda gestação. Para o caçula que se chamará Leo Takeo, nem berço ela vai comprar (Arquivo Pessoal)
Sabrina Mori é mãe de Nina e está na segunda gestação. Para o caçula que se chamará Leo Takeo, nem berço ela vai comprar

Só que uma gripe forte da pequena Nina mudou tudo e hoje Sabrina e o marido, o arquiteto Eduardo Mori, de 36 anos, sequer pensam em comprar um berço para o caçula que vai direto para o quarto do casal quando nascer. “A Nina tomava a última mamada às 22h e ia até às 6h sem acordar. Quando já tinha um ano de vida, adoeceu em uma época de muito frio, estávamos preocupados e decidimos levá-la para nossa cama. Só que aí descobrimos que é maravilhoso, inclusive pra gente. Eu levantava de madrugada para conferir se a Nina estava respirando no berço. Comecei então minha pesquisa. Será que estávamos certos?”, relata. Na investigação, a mãe conta que descobriu que se tratava, inclusive, de uma questão histórica. “Tudo o que é o natural, o instintivo e que foi praticado ao longo dos anos foi condenado pela igreja católica e os mitos começaram a ser criados como o risco de sufocar a criança, que atrapalharia a sexualidade do casal ou que os pais estariam criando filhos dependentes”, revela. Para Sabrina, em nenhum momento essa ‘condenação’ pensa no que é melhor para mãe, para a criança e o que facilita a amamentação. “Mãe não entra em sono profundo, mãe está sempre em vigília. Um bebê criado com apego recebe mais afeto e tem mais segurança emocional e sexo não acontece apenas dentro do quarto”, rebate.

Sabrina Mori diz que tudo que leu na gravidez e seguiu, já não acredita mais e não irá se repetir com Leo. “Aos 18 dias de vida da Nina ela não mamava mais em livre demanda, algo que é totalmente antinatural. Eu amamentava de duas em duas horas, no máximo 15 minutos. Hoje encaro a minha decisão como violência. Ela chorava, eu pegava, acalentava e voltava com ela para o berço. Fiz um condicionamento mesmo”, afirma.

“Mudei totalmente o paradigma. Eu já tinha ficado insatisfeita com um parto normal cheio de intervenções. Mostraram minha filha rapidamente, não pude amamentá-la na primeira hora de vida. Fui vê-la novamente cinco horas depois do nascimento. Deram leite artificial para ela no berçário, a Nina desenvolveu alergia à proteína do leite. Vivi um combo de horrores”, afirma a advogada.

Com o segundo filho, ela deseja que tudo seja diferente. “Gostaria de um parto domiciliar, caso não ocorra nenhuma intercorrência na gestação. Se não for possível quero um parto natural no hospital. Também não quero negar as primeiras necessidades de um neném: contato, calor, afeto e leite. Não preciso mais de um conjunto lindo de protetor de berço. Ele vem dormir com a gente na cama”, planeja.

Sabrina conta que toda noite pergunta para a filha mais velha onde ela gostaria de dormir. “Já acontece de ela demonstrar a vontade de dormir na caminha dela. Pelo menos duas vezes por semana ela dorme no próprio quarto”, conta a mãe. Para Leo, vai comprar um ‘moisés’ e colocar no quarto do casal. “Vou montar o quarto dele no padrão montessoriano, com colchão no chão. A ideia é que a criança possa descer com autonomia da própria cama, engatinhar e explorar o próprio quarto para ter referência de espaço”, explica.

A advogada que está estudando para um novo vestibular, ela pretende fazer pedagogia, conta que a insatisfação com o parto foi o que desencadeou toda a mudança de perspectiva. “Por que condenar a cama compartilhada se funciona tão bem?”, questiona.

Kelly Lima, de 33 anos, é mãe de Maitê, de 1 ano e 10 meses, conta que a filha se adaptou bem ao berço desde o início da vida (Arquivo Pessoal)
Kelly Lima, de 33 anos, é mãe de Maitê, de 1 ano e 10 meses, conta que a filha se adaptou bem ao berço desde o início da vida
PARA CADA CRIANÇA, UMA SOLUÇÃO
A arquiteta Kelly Lima, de 33 anos, é mãe de Maitê, de 2 anos. Ela diz que não é uma estudiosa dos conceitos da cama compartilhada, mas que nunca precisou tentar fazer com que a filha dormisse de outra forma que não fosse no próprio berço. “No primeiro dia em casa ela já dormiu sozinha no quarto dela”, relata. A mãe diz que sempre desejou criar a filha com grande liberdade para que pudesse dormir bem na ausência dela, sem sofrimento. A garotinha tinha menos de um ano quando os pais precisaram viajar e ficaram quinze dias fora de casa. Kelly conta que a filha ficou muito bem com a avó. “Não experimentei nada de ruim, eu via os benefícios que me davam força para ver que estava no caminho certo. Foi simples desde o início, ela sempre mamou muito e sempre dormiu bem e tranquila. Com cinco meses já dormia a noite inteira, das 23h às 7h. Ela não me solicitou outras atitudes”, relata.

O casal experimentou pela primeira vez a cama compartilhada em um episódio de doença da pequena Maitê. “Quando ela adoece vai para minha cama sim, mas a gente dorme super mal, é um tumulto. Ela empurra, fica subindo na gente e brincando, acha o máximo. Na última vez, caiu da nossa cama”, conta. Essas idas e vindas das noites com os pais não interferiram na vontade da garotinha em dormir no próprio berço. Recentemente, no entanto, com 1 ano e 7 meses, Maitê começou a acordar por volta das 3h. “Ela me chama, eu vou até o quarto dela, digo que é hora de dormir e tento não tirá-la do berço”, narra.

Ressalvas
Um estudo norte-americano publicado no jornal ‘Pediatrics’ afirmou que compartilhar a cama é o maior fator de risco de morte súbita infantil. O dado é de que 69% dos bebês falecidos subitamente compartilhavam o local onde dormiam com outra pessoa quando faleceram. Carlos Eduardo Corrêa faz alguns questionamentos ao estudo. “Não fica claro em qual situação a morte ocorreu ou qual era a situação desta família. Quem era este ‘outro’ no quarto e quantas variáveis esta situação pode esconder? Eu diria que a resposta a este estudo sugere é que um bebê sozinho num quarto está mais seguro. Será possível? O abandono é salvador? Qual informação de segurança está sendo passada? O convívio íntimo seria perigoso? Ficam várias perguntas em aberto”, avalia.
 (Reprodução Internet - danieleassesgestante.com.br )

Restrições à cama compartilhada
A pediatra Silvia Gioielli não fala em restrições, mas diz que alguns cuidados precisam ser tomados. “Atento a eles, qualquer bebê pode compartilhar a cama com seus pais. A questão não deve ser ‘é seguro dormir com meu bebê?’, mas sim "como eu posso dormir com o meu bebê com segurança?’, ressalta. Veja quais são eles:

- Tome precauções para evitar que o bebê role para fora da cama, mesmo que seja pouco provável quando ele está dormindo ao lado da mãe. Como mísseis guiados por calor, os bebês se dirigem automaticamente em direção a um corpo quente. No entanto, para ser seguro, o recomendado é colocar o bebê entre a mãe e uma grade de cama ou protegido pela parede.

- Coloque o bebê ao lado da mãe, em vez de entre mãe e pai. As mães sentem que são tão fisicamente e mentalmente conscientes da presença de seus bebês que, mesmo durante o sono, é pouquíssimo provável que a mãe role para cima da criança. Por outro lado, para os pais que não podem desfrutar da mesma sensibilidade da presença do bebê durante o sono, é possível que eles possam rolar ou jogar um braço por cima do bebê. Depois de alguns meses de partilha de sono, entretanto, a maioria dos pais parece desenvolver uma forte consciência da presença do filho ou filha.

- Utilize uma cama grande, de preferência, uma cama queen size ou king size.

- Não durma com seu bebê se:
1. Você está sob a influência de qualquer substância (como álcool ou medicamentos tranquilizantes), que diminui a sua sensibilidade à presença da criança.

2. Você é extremamente obeso. A própria obesidade pode causar apnéia do sono na mãe, além do perigo de sufocamento.

3.
Você está exausto por privação de sono, o que diminui a consciência do bebê e a superficialização do sono.

4. Você está amamentando um bebê em uma superfície macia, como uma cama de água ou sofá. Uma mãe exausta poderia pegar no sono amamentando e rolar sobre o bebê.

5. Você é a babá da criança. A conscientização da presença do bebê e o despertar superficial durante o sono pouco provavelmente são tão agudos como o da própria mãe.

6. Não permita que os irmãos mais velhos durmam junto com um bebê com menos de nove meses. Crianças não têm a mesma consciência da presença dos bebês pequenos como os pais e o espaço de cama muito lotado é inseguro para um bebê.

7. Não durma com o bebê em um sofá. O bebê pode ficar preso entre o encosto do sofá e o corpo da pessoa maior ou a cabeça do bebê pode ficar ‘enterrada’ em fendas ou almofadas macias.

8. Não superaqueça o bebê e não o embrulhe demais.

9. Não usar lingerie com barbantes compridos e o mesmo vale para joias; os bebês podem se enroscar.

10. Evite sprays de cabelo, desodorantes e perfumes para não camuflar o cheiro natural da mãe ao que o bebê está acostumado e é atraído. Odores estranhos podem irritar e entupir as narinas minúsculos do bebê.

11. Os pais devem usar o bom senso ao compartilhar o sono. Qualquer coisa que possa fazer com que durmam mais profundamente do que o normal ou que alterem seus padrões de sono pode afetar a segurança do bebê.

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