Pelo fim das guerras maternas: até onde vai a liberdade das famílias para criar suas crianças?
Campanha nos Estados Unidos coloca lado a lado mulheres que pensam o oposto e pede mais tolerância, respeito e menos julgamento. Mas o que deve pautar as escolhas materna e paterna na hora de educar uma criança? As evidências científicas? A tradição familiar? A orientação do pediatra? Veja opinião de especialistas
Valéria Mendes - Saúde Plena
Publicação:17/02/2014 08:30Atualização: 10/04/2014 16:25
Gisele Bündchen já publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto em que aparecia amamentando a filha de 1 ano enquanto uma equipe de profissionais cuidava de sua beleza para uma seção de fotos. Na ocasião, a top estava no Brasil para divulgar sua linha de lingerie. Na última semana, revelou em entrevista à revista Vogue que a caçula Vivian Lake “nunca viu TV na vida”. Na primeira situação, a imagem já gerou polêmica e colocou em lados opostos as que são a favor do aleitamento e mulheres que defendem que o momento registrado não representa as dificuldades de uma mãe moderna e multitarefa. Isso se considerarmos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que mães alimentem os filhos exclusivamente com o leite do peito até pelo menos seis meses de idade e que o leite materno deve fazer parte da alimentação da criança até os 2 anos. Quem acompanha a trajetória da modelo brasileira sabe de que lado ela está na discussão. Gisele, inclusive, já disse em entrevista que deveria haver uma lei mundial que obrigasse as mães a amamentar por seis meses, opinião que gerou indignação.
Na segunda situação, a bela colocou em pauta outra discussão pertinente diante do crescimento da obesidade entre crianças. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso recomendado pela OMS. Obviamente não é a televisão a responsável direta por essa estatística, mas especialistas alertam para a necessidade de limitar o tempo de meninos e meninas diante da telinha e inserir atividades físicas no dia a dia dos pequenos. Na teoria, é possível justificar as duas atitudes da mulher de Tom Brady que, podem, inclusive, ser observadas com generosidade se considerarmos a influência que ela pode exercer e nada do que ela acredita seria prejudicial a uma criança. Mas e na prática? Quais as dificuldades reais da mulher moderna? Muitas não perdoaram as afirmações da top model e chegaram a ironizá-la nas redes sociais e sites que replicaram a notícia. Entre os comentários, é possível encontrar coisas como: “Com 200 empregadas em casa... Meu bebê faria yoga e artes plásticas... Mas pobre, tem que se distrair c tv, p mãe lavar, passar e cozinhar...” ou “Olha que a babá já colocou para assistir Peppa e poder conversar em paz no whatsapp kkk”.
A internet e as redes sociais – que ninguém nega que são ferramentas indispensáveis para troca de experiências, ajuda e solidariedade entre as mães nos tempos atuais – são também palco de batalhas infindáveis até mesmo em grupos fechados e muitos restritos. Parto natural ou cesariana? Deixar chorar ou não? Deixar com babá ou na creche? Qualquer escolha pode ser motivo para alguém se sentir ofendido ou o gatilho para uma série de julgamentos e ofensas. Motivados por esse embate no mundo virtual, o site CTWorkingMoms.com, dos Estados Unidos, criou uma campanha intitulada ‘End The Mommy Wars’ (Pelo fim das guerras maternas, em tradução livre) em que fotografou lado a lado mulheres que pensam o extremo oposto. O objetivo é incentivar o respeito, o espírito de irmandade e o fim dos julgamento (leia no fim da matéria entrevista com uma das idealizadoras).
Bebel Soares é arquiteta e idealizadora do grupo Padecendo no Paraíso no Facebook, criado em Belo Horizonte em abril de 2011, mas que tem a participação de mães brasileiras que moram, inclusive, fora do país. O espaço é fechado e secreto. Atualmente tem a participação de mais de 4 mil mães, fan page e blog. Os assuntos que ela aponta como os mais polêmicos abordados no grupo coincidem em muito com os da campanha norte-americana: cesariana x parto normal, babá x creche, continuar trabalhando x virar dona de casa. Renata Abijaodi é fonoaudióloga, parceira de Bebel no gerenciamento do grupo e reflete sobre o embate no âmbito virtual: “Acredito que por medo de constatar uma falha na escolha que fez para educar seu filho e com isso não ser considerada "boa mãe", muitas mulheres têm dificuldade em aceitar uma opinião contrária. Atualmente, existe uma busca pela educação perfeita. A sociedade exige cada vez mais das mulheres. O ideal é trabalhar fora e ser independente ou ser mãe em tempo integral e não terceirizar a educação do filho? A criança tem que aprender a falar e andar antes de determinada idade, estudar na melhor escola, fazer cursos de língua estrangeira na melhor instituição, praticar esporte na academia X ou no clube Y e por aí vai... Vemos muita competição entre as mães em relação ao desempenho delas mesmas e dos filhos. A partir daí surge esse medo enorme de "falhar" e a escolha que fez não corresponder a todas essas expectativas”.
Ao misturar decisões comportamentais com questões de saúde, a campanha ‘End The Mommy Wars’ acende um alerta. O que deve pautar as escolhas materna e paterna na hora de educar um filho? Existe um limite para a liberdade das famílias em criar suas crianças? “Se formos pensar sob a ótica do desenvolvimento e saúde da criança, a recomendação seria que os pais seguissem as orientações médicas. Mas alguns teimam em não acreditar nas pesquisas e em todo o estudo envolvido. A exemplo do leite materno, exceto alguns casos em que a impossibilidade é física, não se justifica deixar de amamentar uma criança porque sabemos dos inúmeros benefícios que o leite materno traz para o bebê. Mas o que acontece é que algumas mães simplesmente não ‘dão conta’ dessa amamentação, por questões emocionais e psíquicas, ou por entenderem que amamentar pode trazer um prejuízo para a estética. Ou seja, nesse caso, o que está em pauta não é a saúde do bebê, mas a vontade da mãe que se sobrepõe a uma necessidade básica da criança. O cuidado com a criança, além de ser um dever, é um direito garantido em lei”, afirma a psicanalista e psicopedagoga Cristina Silveira.
A presidente do Comitê de Cuidados Primários da Sociedade Mineira de Pediatria, Mônica Maria de Almeida Vasconcelos também acha perigoso algumas situações que a campanha destaca. “Eu reconheço que os pais têm o direito de agir conforme seus costumes e seus valores, mas como pediatra fico extremamente preocupada com algumas condutas como, por exemplo, a que se refere ao aleitamento materno. Eu admito que tem muita cobrança em relação ao tema, mas não podemos negar os benefícios definidos do leite materno. A partir do momento que uma mulher e um homem decidem ter um filho, eles têm um dever social de promover para aquele indivíduo as melhores condições de saúde e educação do ponto de vista físico e emocional. Quando leio ‘eu optei pelas fórmulas’ fico preocupada. É claro que essa mulher dever ter uma justificativa, mas não podemos generalizar esse tipo de conduta porque sabemos das inúmeras vantagens do aleitamento”, reforça.
Ainda no tema da alimentação, a pediatra diz que a sociedade já tem evidências do que é prejudicial. "Por que aquela mãe dá fast food ao filho? O que levou essa mãe a adotar essa atitude? É por que ela trabalha fora e não tem tempo? Não podemos negar as mudanças do papel da mulher ao longo dos tempos, mas será que não teria uma outra alternativa? Temos que lembrar que a criança é um ser vulnerável que não tem ciência dos riscos de uma alimentação ruim. Nós, pediatras, nos deparamos com o sobrepeso e a obesidade infantil a toda hora. Educar é difícil, é mais fácil falar sim todas as vezes, mas o não tem que ser dito e os pais precisam explicar o por quê”, recomenda.
Por outro lado, Cristina Silveira aponta como positivo na campanha o incentivo à respeitabilidade pela opinião alheia. “Se existe uma mãe que não quer amamentar, por exemplo, ela deve ter algum motivo que seja psíquico ou não para fazer isso. Nesse caso, a mamadeira faria menos mal para o bebê do que ser amamentado por uma mãe irritada e depressiva, não é mesmo?”, pondera.
Outro tema polêmico abordado nas imagens da campanha norte-americana é o da via de parto. A pediatra Mônica Maria de Almeida diz que o parto vaginal é o fisiológico. “Existem os riscos inerentes a cada situação, mas o parto natural bem conduzido e bem indicado é o melhor para a criança. Para a mãe, a recuperação é mais rápida e os riscos de complicações são menores”, observa.
Sobre a intolerância em relação a uma opinião divergente, Cristina Silveira avalia que a educação se baseia em valores. “Aconteceram muitas transformações nos padrões familiares no decorrer do tempo e o que verificamos é uma mudança de valores que atinge em cheio a família contemporânea. Percebemos que existem hoje variadas formas de educar as crianças, o que geralmente causa alguns conflitos sociais”. A psicanalista destaca a questão da autoridade, por exemplo. “Eu disse autoridade, que se baseia no amor e na confiança, e não autoritarismo. As crianças perderam esse ‘respeito’ à figura paterna. Os filhos é que reinam absolutos nos lares, sendo atendidos em todos os seus desejos imediatamente. Ou seja, o modelo parental que deveria ser uma espécie de condutor de comportamento social, passou a ser o conduzido e com isso, a busca de limites extrapola a família e os adolescentes estão buscando limites na sociedade: nas escolas, nas terapias e na comunidade em geral. Isso pode trazer um impacto social muito grave, porque a sociedade vai ter que arcar com essa conta”, comenta. Para a psicanalista e psicopedagoga, o que importa, de verdade, “é se essas mães têm consciência de que as suas escolhas estão fazendo realmente bem para os seus filhos”.
Mônica Maria Almeida faz questão de ressaltar que não despreza nenhum tipo de saber, mas para ela, as evidências científicas devem pautar as escolhas materna e paterna na hora da decisão. “Com o acesso à internet temos pais mais bem informados”, diz. No entanto, segundo ela, a orientação do pediatra pode ajudar a mediar as tradições culturais ou familiares e o que a ciência recomenda. “A ajuda do profissional pode ser útil para captar o ambiente cultural em que uma família está inserida e transmitir o que melhor se adequa àquele contexto”, conclui.
Para Cristina Silveira, o amor é o componente fundamental para o desenvolvimento emocional saudável de uma criança. “Com o amor vem o respeito pelo tempo da criança. Respeitar o tempo dela, os desejos, sem tentar atropelá-las com os próprios desejos das famílias baseados em teorias. As crianças precisam ser crianças, simplesmente. Sem agendas lotadas, sem serem invadidas com inúmeras atividades que elas não dão conta de realizar com prazer. Transformar crianças em troféus não tem nada a ver com a felicidade da criança, muito menos com o seu desenvolvimento emocional”, encerra.
ENTREVISTA
O Saúde Plena conversou por e-mail com uma das idealizadoras da campanha. Michelle, como ela se apresenta no CTWorkingMoms.com, é uma das fundadoras do site. Ela vive em Hartford Count com o marido e a filha. Ela acredita na igualdade, bondade e compaixão e tenta deixar que essas crenças guiem a sua vida diária.
Um ano antes, começamos uma campanha pela maternidade sem julgamento e encorajamos mães a abraçarem seus corpos pós-bebês (clique e veja). Desta vez queríamos fazer algo sobre abraçar as nossas escolhas parentais e aceitar nossas diferenças.
Quando a campanha foi lançada?
A campanha foi lançada em Junho de 2013 e se tornou um viral duas vezes.
Quem são as idealizadoras da campanha?
Foi e ainda é um esforço de grupo de todas as mães que escrevem para o CTWorkingMoms.com!
O que motivou a campanha e qual o objetivo de vocês?
O propósito da campanha é de simplesmente encorajar mães a diminuir seus julgamentos e escolherem amor e compaixão. Nós todas temos o poder de transformar a maneira como pensamos e isso começa por simplesmente perceber nossos julgamentos no momento em que eles começam a aparecer. O que você faz então com esse pensamento/julgamento é escolha sua - se agarra nele e sente aquela negatividade ou deixa para lá em nome do espírito de irmandade. É difícil reduzir nossos julgamentos, mas vale a pena tentar.
Como foi a repercussão?
Nós temos nos sentido muito inspiradas pela quantidade de pessoas que tem aderido à nossa mensagem de amor em vez de julgamento. A campanha tornou-se viral em junho, depois que saiu no Yahoo.com, Huffington Post e no Daily Mail. Também foi compartilhada por muitos blogs e mães nas redes sociais. Mais recentemente, um artigo do site HerScoop sobre nossa sessão fotográfica tornou-se viral e nós fomos até incluídas em uma matéria da Al Jazeera americana. Nós estamos realmente honradas de termos tido essa oportunidade tremenda de espalhar uma mensagem com a qual nos importamos tanto.
Nós também firmamos uma nova parceria com TheBump.com. Eles nos procuraram por causa da nossa mensagem de amor. No começo de março vamos nos unir para um dia especial chamado Dia de Mães para Mães onde vamos encorajar todo mundo a aderir uma maternidade livre de julgamentos. Detalhes serão anunciados em cerca de uma semana.
Por que os homens não foram fotografados com os seus pontos de vista sobre a educação dos filhos? Para você é um tema exclusivamente feminino?
Por que o CTWorkingMoms.com é principalmente uma comunidade para as mães e nós nos concentramos em mães para esta campanha.
"O que seria de mim sem esse esquadrão da beleza depois de voar 15 horas e só dormir 3 horas. #mutlitarefas #mepreparando", escreveu Gisele na sua conta no Instagram
Eu deixo meu bebê chorando por um tempo razoável x Eu nunca deixo meu bebê chorar
A internet e as redes sociais – que ninguém nega que são ferramentas indispensáveis para troca de experiências, ajuda e solidariedade entre as mães nos tempos atuais – são também palco de batalhas infindáveis até mesmo em grupos fechados e muitos restritos. Parto natural ou cesariana? Deixar chorar ou não? Deixar com babá ou na creche? Qualquer escolha pode ser motivo para alguém se sentir ofendido ou o gatilho para uma série de julgamentos e ofensas. Motivados por esse embate no mundo virtual, o site CTWorkingMoms.com, dos Estados Unidos, criou uma campanha intitulada ‘End The Mommy Wars’ (Pelo fim das guerras maternas, em tradução livre) em que fotografou lado a lado mulheres que pensam o extremo oposto. O objetivo é incentivar o respeito, o espírito de irmandade e o fim dos julgamento (leia no fim da matéria entrevista com uma das idealizadoras).
Em entrevista à Vogue, Gisele declarou: "Vivian Lake nunca viu TV na vida"
Para a psicanalista e psicopedagoga, o que importa, de verdade, "é se essas mães têm consciência de que as suas escolhas estão fazendo realmente bem para os seus filhos"
A presidente do Comitê de Cuidados Primários da Sociedade Mineira de Pediatria, Mônica Maria de Almeida Vasconcelos também acha perigoso algumas situações que a campanha destaca. “Eu reconheço que os pais têm o direito de agir conforme seus costumes e seus valores, mas como pediatra fico extremamente preocupada com algumas condutas como, por exemplo, a que se refere ao aleitamento materno. Eu admito que tem muita cobrança em relação ao tema, mas não podemos negar os benefícios definidos do leite materno. A partir do momento que uma mulher e um homem decidem ter um filho, eles têm um dever social de promover para aquele indivíduo as melhores condições de saúde e educação do ponto de vista físico e emocional. Quando leio ‘eu optei pelas fórmulas’ fico preocupada. É claro que essa mulher dever ter uma justificativa, mas não podemos generalizar esse tipo de conduta porque sabemos das inúmeras vantagens do aleitamento”, reforça.
Ainda no tema da alimentação, a pediatra diz que a sociedade já tem evidências do que é prejudicial. "Por que aquela mãe dá fast food ao filho? O que levou essa mãe a adotar essa atitude? É por que ela trabalha fora e não tem tempo? Não podemos negar as mudanças do papel da mulher ao longo dos tempos, mas será que não teria uma outra alternativa? Temos que lembrar que a criança é um ser vulnerável que não tem ciência dos riscos de uma alimentação ruim. Nós, pediatras, nos deparamos com o sobrepeso e a obesidade infantil a toda hora. Educar é difícil, é mais fácil falar sim todas as vezes, mas o não tem que ser dito e os pais precisam explicar o por quê”, recomenda.
Minha família não é religiosa x Eu estou criando meus filhos com religião
Outro tema polêmico abordado nas imagens da campanha norte-americana é o da via de parto. A pediatra Mônica Maria de Almeida diz que o parto vaginal é o fisiológico. “Existem os riscos inerentes a cada situação, mas o parto natural bem conduzido e bem indicado é o melhor para a criança. Para a mãe, a recuperação é mais rápida e os riscos de complicações são menores”, observa.
Eu amamento meu filho de dois anos x Eu escolhi fórmula desde o início
Eu tive um parto natural x Eu agendei minha cesárea
Para Cristina Silveira, o amor é o componente fundamental para o desenvolvimento emocional saudável de uma criança. “Com o amor vem o respeito pelo tempo da criança. Respeitar o tempo dela, os desejos, sem tentar atropelá-las com os próprios desejos das famílias baseados em teorias. As crianças precisam ser crianças, simplesmente. Sem agendas lotadas, sem serem invadidas com inúmeras atividades que elas não dão conta de realizar com prazer. Transformar crianças em troféus não tem nada a ver com a felicidade da criança, muito menos com o seu desenvolvimento emocional”, encerra.
Eu dou aos meus filhos principalmente comida orgânica x Eu deixo meus filhos comerem fast food
ENTREVISTA
O Saúde Plena conversou por e-mail com uma das idealizadoras da campanha. Michelle, como ela se apresenta no CTWorkingMoms.com, é uma das fundadoras do site. Ela vive em Hartford Count com o marido e a filha. Ela acredita na igualdade, bondade e compaixão e tenta deixar que essas crenças guiem a sua vida diária.
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Um ano antes, começamos uma campanha pela maternidade sem julgamento e encorajamos mães a abraçarem seus corpos pós-bebês (clique e veja). Desta vez queríamos fazer algo sobre abraçar as nossas escolhas parentais e aceitar nossas diferenças.
Quando a campanha foi lançada?
A campanha foi lançada em Junho de 2013 e se tornou um viral duas vezes.
Quem são as idealizadoras da campanha?
Foi e ainda é um esforço de grupo de todas as mães que escrevem para o CTWorkingMoms.com!
O que motivou a campanha e qual o objetivo de vocês?
O propósito da campanha é de simplesmente encorajar mães a diminuir seus julgamentos e escolherem amor e compaixão. Nós todas temos o poder de transformar a maneira como pensamos e isso começa por simplesmente perceber nossos julgamentos no momento em que eles começam a aparecer. O que você faz então com esse pensamento/julgamento é escolha sua - se agarra nele e sente aquela negatividade ou deixa para lá em nome do espírito de irmandade. É difícil reduzir nossos julgamentos, mas vale a pena tentar.
Como foi a repercussão?
Nós temos nos sentido muito inspiradas pela quantidade de pessoas que tem aderido à nossa mensagem de amor em vez de julgamento. A campanha tornou-se viral em junho, depois que saiu no Yahoo.com, Huffington Post e no Daily Mail. Também foi compartilhada por muitos blogs e mães nas redes sociais. Mais recentemente, um artigo do site HerScoop sobre nossa sessão fotográfica tornou-se viral e nós fomos até incluídas em uma matéria da Al Jazeera americana. Nós estamos realmente honradas de termos tido essa oportunidade tremenda de espalhar uma mensagem com a qual nos importamos tanto.
Nós também firmamos uma nova parceria com TheBump.com. Eles nos procuraram por causa da nossa mensagem de amor. No começo de março vamos nos unir para um dia especial chamado Dia de Mães para Mães onde vamos encorajar todo mundo a aderir uma maternidade livre de julgamentos. Detalhes serão anunciados em cerca de uma semana.
Por que os homens não foram fotografados com os seus pontos de vista sobre a educação dos filhos? Para você é um tema exclusivamente feminino?
Por que o CTWorkingMoms.com é principalmente uma comunidade para as mães e nós nos concentramos em mães para esta campanha.