A cada dia, jovens de 7 a 15 anos se deparam com uma nova aventura que os instigam a resolver os mais variados desafios. Este é o princípio do curso de robótica educacional, que desde de julho é promovido em quatro Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal. "É muito legal, a gente tem que saber solucionar cada caso e, no final, conseguir fazer um robô e vê-lo funcionando. Sinto muito orgulho disso", afirma Pâmela Stephanny Martins, 12 anos, aluna da unidade de Riacho Fundo I.

Já o praticante de jiu-jitsu Pedro Vinícius Oliveira, 14, conta que aprendeu a ser mais cuidadoso. "As peças são pequenas, tenho medo de quebrar. Às vezes, pegava as coisas e quebrava sem querer, estou melhorando muito, pois gosto do desafio de montar robôs", destaca.

Pâmela e Pedro fazem parte de uma das primeiras turmas que irão concluir o curso nas próximas semanas. Até janeiro de 2015, cerca de mil alunos devem passar pela experiência em Ceilândia (Parque da Vaquejada), Riacho Fundo I, Samambaia e São Sebastião.

Evolução

A construção de robôs estimula a criatividade, o trabalho em equipe, a solução de problemas, a liderança e o empreendedorismo. As aulas são desenvolvidas a partir da metodologia Lego Education, com aventuras temáticas que apresentam de forma lúdica conceitos da robótica. Toda a proposta de trabalho com os jovens baseia-se nos quatro pilares adotados pela Unesco sobre a promoção do aprendizado eficiente: aprender a fazer; aprender a ser; aprender a conviver; e aprender a conhecer.

Uma das instrutoras do curso, Sergiana de Sousa, já percebe a evolução das crianças e jovens dos Centros. Segundo ela, aqueles que eram mais tímidos conseguiram soltar a imaginação e se entrosar com os colegas. "Eles agora estão mais extrovertidos, se socializando mais com os outros. Tem sido uma troca muito boa. Toda aula, um vai ajudando o outro e, se errarem algum passo nas tarefas, ajudam também".

Os pais da garotada também reconhecem a diferença do curso na vida dos filhos. Segundo Paulo Roberto Lima, gerente didático-pedagógico da unidade de Riacho Fundo I, os comentários têm sido positivos. "A robótica está ajudando até no dia a dia dos nossos alunos. Os pais nos relatam que os filhos estão tendo mais ideias em casa e até mesmo na escola, para montar maquetes, por exemplo."

Além de promover o espírito de equipe e o conhecimento prático sobre mecanismos tecnológicos, os instrutores estão surpreendendo-se com a amplitude dos resultados do curso. O respeito ao colega, a convivência mais pacífica e a capacidade maior na resolução de conflitos são apontados como alguns dos benefícios extras que surgiram no decorrer das aulas.

Como funciona

As turmas são divididas em dois grupos, de acordo com a idade. Os alunos de 7 a 9 anos participam do Genius, no qual desenvolvem habilidades como raciocínio lógico, criatividade e autonomia. Para tornar o trabalho divertido e adequado à faixa etária, a proposta de trabalho traz desafios como projetar, construir e programar um robô que joga futebol, um que reproduz os movimentos do golfe, outro que tira lixo da cidade, ou um telescópio automatizado, entre outros.

Já as turmas de 10 a 15 anos estão dentro do Líder, programa que tem foco no desenvolvimento da liderança e empreendedorismo. Aqui, os jovens são motivados a encontrar soluções criativas, construindo e programando robôs para uma série de situações apresentadas em histórias em quadrinhos. As aventuras se passam em contexto variados: na cidade, na floresta, no oceano, em terras geladas e até no espaço sideral.

Dentro de cada um desses programas, o Genius e o Líder, existem diversos módulos que tornam o curso de robótica dinâmico e motivador para os alunos. Muitos jovens já concluíram os primeiros módulos e mostram-se, a cada encontro, mais animados em seguir em frente nos próximos desafios.

O Projeto Esporte e Cidadania

O curso de robótica educacional faz parte do projeto Esporte e Cidadania e é promovido pela Fundação Assis Chateaubriand em conjunto com a Secretaria de Esporte do Distrito Federal. A Fundação é responsável pela gestão pedagógica de 4 dos 11 Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal: Ceilândia (Parque da Vaquejada), Riacho Fundo I, Samambaia e São Sebastião. Mais de 10 mil pessoas são atendidas diariamente em diversas atividades esportivas e educativas gratuitas.