ESPORTE E CIDADANIA

Baile dos idosos mostrou um jeito diferente de ver a vida

Eventos em quatro Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF reuniram cerca de 700 em clima de alegria, emoção e alto astral


Publicação: 03/11/2014 19:54 | Atualização: 12/11/2014 17:00

 (Camila de Magalhães/FAC/D.A Press)
 

 Um dia para sair da rotina. Momento de escolher uma roupa especial, caprichar no perfume, deixar as preocupações de lado e curtir a vida, interagir com outras pessoas, dançar, sorrir e se sentir revigorado. Foi nesse clima que a Fundação Assis Chateaubriand e a Secretaria de Esporte do Distrito Federal realizaram os eventos em homenagem ao Dia Internacional do Idoso, que contaram com a presença de cerca de 700 pessoas da terceira idade nos Centros Olímpicos e Paralímpicos de Samambaia (16/10), Ceilândia (17/10), São Sebastião (24/10) e Riacho Fundo I (25/10).

Logo na entrada, os participantes eram recebidos pela equipe com todo glamour, num tapete vermelho. Muitas cores, plumas, discos de vinil, CDs, caixinhas, flores e outros artesanatos feitos com materiais recicláveis enfeitavam os ginásios onde os bailes ocorriam. Tudo pensado para agradar e valorizar os participantes. “Sempre buscamos levar a melhoria da qualidade de vida dos idosos, dando esse carinho especial como uma forma de retribuição, por serem tão queridos e participativos. Com esses eventos, pretendemos elevar a autoestima dos idosos, aumentar o ânimo para a vida, demonstrar a importância da prática de esportes”, explica Roberta Gay, analista de projetos da Fundação Assis Chateaubriand. “A gente percebe que eles saem com um outro olhar para a vida, felizes, de coração aberto”, observa.

Cartelas distribuídas, começava o bingo comemorativo. A cada número sorteado, a torcida aumentava. E, de repente, surgia um sorriso e um grito de comemoração. Os ventiladores, batedeiras, liquidificadores, cafeteiras, sanduicheiras oferecidos como prêmios faziam a alegria de quem ganhava. Convidada por uma amiga para participar da festa, Jordilina Rodrigues da Silva, 72 anos, foi uma das sortudas no bingo. “Eu me sinto feliz porque precisava muito de uma cafeteira, agora consegui ganhar esse presente. Foi a primeira vez que participei de um bingo e acertei os números. Estou muito feliz mesmo”, comentou.

Vontade de viver mais

Em seguida, hora de pensar na vida de um jeito leve, feliz, diferente e divertido. O bate-papo com a educadora física Roberta Marques, idealizadora do projeto para idosos Divas Dance, fez os participantes refletirem sobre os conceitos de vida, quebrar barreiras e acreditar que podem sim fazer planos e ter sonhos, sem pensar na idade. Aluna de hidroginástica, Romilda Mendes Magalhães, 62 anos, ficou sensibilizada com as palavras de Roberta. “O que mais me tocou foi a parte que ela falou que a gente não pode desanimar. Temos que estar sempre pensando no futuro e não deixar de sonhar. Porque quando a gente para de sonhar, acho que é o limite. Precisamos ter a cada dia um sonho novo, renovado. Tudo foi muito importante, essa palestra foi muito boa porque alimentou a gente. Tem dias em que a gente está mais deprimido, mas com essa palestra e essa emoção de vida, a gente quer viver mais”, resumiu Romilda.

Entre uma mensagem e outra, músicas conhecidas tocavam e todos se levantavam para dançar. A empolgação era geral. Sucessos das Frenéticas, Sidney Magal, Tim Maia, Roberto e Erasmo Carlos, entre outros, faziam os idosos cantarem e relembrarem a juventude. Convidado para a festa pelo filho, Jonas Ferreira dos Reis, 82 anos, era um dos mais animados em São Sebastião. Acompanhou todas as coreografias, cheio de bom humor. “Estou muito feliz, feliz como nunca. Estou muito animado, estou ótimo. Estou gostando demais da festa”, confessou, entre uma música e outra.

 

Já Antônio Batista Guedes, 76 anos, estava acompanhando a esposa, Cleusa Batista, 65 anos, aluna de hidroginástica no Centro Olímpico e Paralímpico de Riacho Fundo I. “Está tudo ótimo, mas sem dúvida o que mais gostei foi das pessoas se divertindo, dançando, brincando e sendo felizes. Espero que tenha outras oportunidades parecidas”, observou.


Trabalho gratificante

 

Na avaliação da pedagoga da Fundação Assis Chateaubriand Lídia Salgado, foi emocionante ver a reação dos idosos com a festa. “Desde o momento em que a gente fez as inscrições, preparou tudo para eles, a gente vê o carinho que eles precisam receber. Eles são dignos disso, por ter toda uma vida de experiências, mas muitas vezes não recebem esse carinho e têm uma certa carência. Ao sorrir para eles, anotar o nome deles, já se sentem valorizados. Quando chegam e encontram toda uma programação voltada para eles, é emocionante ver a reação, se sentem especiais. O interessante do evento é fazê-los lembrar o quanto são importantes, o quanto são especiais.”

O professor de hidroginástica Rodrigo Moraes destacou que o evento foi uma extensão do trabalho diário realizado na piscina para trazer motivação aos idosos. “Para mim, é como estar salvando uma vida, trazendo felicidade a um coração descontente, é como estar transformando uma pessoa dura em uma pessoa alegre. É todo um processo de renovação de vida das pessoas. Em todas as minhas aulas, sou o cara que gosta de motivar, minha turma está sempre animada, o pessoal quer a sua atenção. Quando eu passo, querem me cumprimentar, a gente está aqui para fazer isso, fazer a vida deles um pouco melhor. A satisfação que eu tenho é de proporcionar essa alegria para os meus alunos”, desabafou o professor.

 

 (Felipe Freitas/FAC/D.A Press)

 

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