ESPORTE E CIDADANIA

Atletas de Centros Olímpicos e Paralímpicos são exemplos de superação

São vários os casos de atletas de Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF que superam desafios e os próprios limites, participam de campeonato e são destaque em sua modalidade


Publicação: 30/01/2015 18:00 | Atualização: 09/02/2015 10:49

O esporte é forte aliado da superação. Por meio das práticas esportivas, atletas superam problemas em casa, de depressão, limitações físicas e, com isso, acabam superando a si mesmos e encontrando, na atividade física, um incentivo a querer sempre algo melhor para a vida. Histórias assim são comuns nos quatro Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal que contam com gestão pedagógica da Fundação Assis Chateaubriand e atendem diariamente diversos casos de superação com o projeto Esporte e Cidadania.

Antônia Vitória Rodrigues de Sousa, 13 anos, sofreu paralisia cerebral ainda em seu nascimento, apresentou sequelas motoras e tetraplegia mista associada à epilepsia. Aluna do Centro Olímpico e Paralímpico do Riacho Fundo I, é um dos destaques na prática da bocha adaptada. Ela participa na Classe BC2 da modalidade, na qual o atleta não pode receber ajuda para praticar o jogo. Já disputou campeonatos em Brasília, sendo selecionada para participar das Paralimpíadas Escolares de 2013 em São Paulo.

Em 2014, voltou a São Paulo para mais um campeonato no fim de novembro. “É um exemplo que representa como o esporte contribui eficientemente para a evolução da pessoa”, comenta Alex Sandro de Queiroz, coordenador do Núcleo de Pessoas com Deficiência do Centro Olímpico e Paralímpico. Quem confirma os resultados positivos da prática esportiva é a mãe da jovem, Maria Kátia Rodrigues de Sousa. “Depois que ela começou a frequentar o centro, melhorou demais na coordenação motora, na convivência com as pessoas, cresceu e até ganhou peso”, conta Maria Kátia, orgulhosa.


Outro caso inspirador de superação é o de Matheus Formiga, 18 anos. Quando tinha entre 9 e 10 anos, parou de andar e foi diagnosticado com distrofia muscular progressiva tipo Duchene. Um professor da escola onde estudava sempre aconselhou que ele fizesse uma atividade extra. Assim, Teresinha Gomes Ferreira, mãe de Matheus, procurou o Centro Olímpico. Começou com o xadrez, mas rapidamente conheceu a bocha e se encantou. Atualmente, pratica o esporte na Classe BC3, com o auxílio da calha, dispositivo usado para ajudar os atletas a rolarem as bolas. Persistente, nada desestimulou Matheus, considerado um dos melhores atletas de Brasília em sua categoria. Já ganhou medalhas e viajou para São Paulo e Uberaba para participar de campeonatos. A prática esportiva também contribui para o rendimento e a socialização de Matheus. “Foi a melhor coisa que aconteceu. É a prova de que é possível buscar condições melhores”, diz Teresinha.

Ana Clézia Damasceno, 40 anos, não tinha ânimo para nada. Estava com sobrepeso e depressão. A recomendação médica foi de procurar alguma atividade física. Decidida a erguer a cabeça e sair desse momento atribulado, Ana Clézia procurou o Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião e escolheu praticar tênis.

O desafio dos próprios limites rendeu o posto de campeã do Aberto de Tênis de 2014 no Centro Olímpico. Ana Clézia não tem dúvidas de que o esporte mudou tudo na vida dela. As duas aulas por semana fazem uma diferença enorme. “Estava com depressão e melhorei bastante. Tinha medo de dirigir e, agora, não tenho mais”, conta. Hoje, já não é tão tímida e tem mais amizades. “Tenho mais confiança em mim também”, completa.


A atleta Francisca Sabrina Araújo, 28 anos, também tem uma história emocionante. Praticava tênis até que, aos 17 anos, descobriu que era portadora da ataxia de Friedreich, doença em que o portador perde os movimentos de coordenação motora gradativamente. Após o diagnóstico, Sabrina abandou o esporte que tanto gostava.

A doença foi avançando e a recomendação era que praticasse alguma atividade física. Foi assim que entrou para o Centro Olímpico de Samambaia. Começou pelo tênis de mesa, depois conheceu a bocha e percebeu seu potencial. “Antes eu até tinha um pouco de preconceito, mas gostei muito”, confessa. Já participou de torneios, alcançando ótimos resultados e medalhas. Dessa forma, Sabrina vive com alegria e entusiasmo.

 

Futuro campeão

Um dos destaques na natação de rendimento do Centro Olímpico e Paralímpico de Samambaia é Matheus Rodrigues de Souza, 17 anos. “Ele é um dos nossos melhores atletas. Disciplinado, treina direitinho, é focado”, conta o técnico Agnaldo Amorim.Matheus praticava natação em uma turma regular. Em dezembro de 2013, participou da seletiva para o Futuro Campeão, programa de rendimento focado na formação do atleta. Aprovado, Matheus demonstrou ainda mais crescimento nos últimos meses.

 

 

“Ele vem se superando a cada competição”, ressalta o técnico. Matheus ganhou corpo de nadador e já superou as próprias marcas de tempo. No início dos treinos, no nado de crawl 50 metros piscina curta, o tempo era de 37"92. Hoje, superou essa marca e já faz 25"78, considerado o tempo nacional para a categoria que pratica. Para Agnaldo Amorim, os avanços e conquistas do jovem são reflexos da dedicação durante os treinos. “É um atleta aplicado. O resultado que ele vem obtendo é a comprovação de todo o esforço e superação”, diz.

Fonte: Revista D.A Brasil | 39ª edição