ESPORTE E CIDADANIA

Artigo: Por que o esporte é importante para pessoas com deficiência

Coordenador Alex Sandro Queiroz faz reflexão sobre a relevância do esporte para a inclusão social e realização de sonhos


Publicação: 30/10/2015 17:30 | Atualização: 30/10/2015 18:00

A bocha é uma das modalidades trabalhadas com alunos dos Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF (Marcos Sousa/FAC/D.A Press)
A bocha é uma das modalidades trabalhadas com alunos dos Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF
 

Por Alex Sandro Queiroz*

Penso que é sempre importante refletir o quanto a prática de esportes é necessária para todos. E, consequentemente, também é para as pessoas com deficiência.

O esporte adaptado foi idealizado pelo médico inglês Sir Ludwing Guttmann, neurologista e neurocirurgião, no ano de 1944. Ele desenvolvia atividades no centro de lesados medulares do Hospital de Stoke Mandeville, na cidade de Aylesbury, criando então um programa de recuperação para os pacientes envolvendo modalidades esportivas.

A prática esportiva por pessoas com deficiência foi idealizada naqueles difíceis momentos da Segunda Guerra Mundial, com objetivo terapêutico, mas se transformou em atividade de lazer e de competição chegando ao esporte de alto rendimento como vemos nos dias atuais.

De um modo geral, o esporte melhora a condição cardiovascular, aprimora a força, agilidade, coordenação, equilíbrio e a capacidade motora da pessoa. Psicologicamente, o esporte melhora a autoestima e a autoconfiança, tornando as pessoas mais otimistas e seguras para alcançarem seus objetivos. O esporte também possibilita a socialização entre as pessoas, quer sejam elas com deficiência ou não.

Para as pessoas com deficiência, o esporte e todas essas possibilidades – especialmente a vivência motora proporcionada – contribuem para torná-las mais independentes nas atividades de vida diária.

A partir de uma avaliação funcional, que define a capacidade individual de cada pessoa com deficiência, o esporte adequado irá lhes proporcionar a oportunidade de mostrar seu potencial.

O esporte possibilita às pessoas com deficiência mostrar suas potencialidades, independentemente de suas limitações, e incluí-las na sociedade e na comunidade.

Por meio da prática esportiva, os Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal proporcionam a essas pessoas inúmeras oportunidades, que podem ser vitórias, derrotas, alegrias, tristezas e frustrações que acabam por se transformar em conquistas para suas vidas e de suas famílias.

Vale ressaltar a extrema importância da participação da família neste processo de inclusão da pessoa com deficiência em um programa de esportes. Vivencio as dificuldades das famílias neste processo ao longo de muitos anos, mas o empenho delas sempre irá colaborar para que os objetivos propostos sejam atingidos, quer sejam na inclusão social, no lazer e também na formação de nossos futuros atletas paralímpicos.

Muitos dos nossos alunos com deficiência alcançaram a oportunidade única de sair de suas casas ou até mesmo de suas cadeiras de rodas ou de deixar suas bengalas para competir fora de Brasília e até fora do país. Temos vários exemplos em nosso trabalho nos Centros Olímpicos e Paralímpicos.

Permito-me comentar ainda sobre a importância da pessoa com deficiência para o esporte. O esporte contribui para a qualidade de vida dessas pessoas e as pessoas com deficiências contribuem para o crescimento do esporte, para a nação! Fato comprovado nas competições paralímpicas que nossos atletas participam.

Atletas olímpicos e paralímpicos. São todos atletas! E representam a nação. São exigidos igualmente, nos treinos, no desempenho individual, nas vitórias e nas derrotas.

Além de serem uma excelente oportunidade para a inclusão social da pessoa com deficiência, para a prática esportiva, para o lazer e a formação de atletas paralímpicos, os Centros Olímpicos e Paralímpicos são uma porta de acesso à realização de sonhos, representados nos sorrisos ou nas lágrimas de atletas, técnicos, professores e familiares em momentos de derrotas ou de grandes conquistas.

*Alex Sandro Queiroz é formado em educação física pela Universidade Católica de Brasília, pós-graduado em educação especial e faz parte da equipe pedagógica da Fundação Assis Chateaubriand no Centro Olímpico e Paralímpico de Riacho Fundo I, no Distrito Federal, onde exerce o cargo de coordenador na Coordenação de pessoas com deficiência.

Paralelamente, desenvolve um amplo trabalho paradesportivo. É coordenador da modalidade goalball no Distrito Federal, técnico de base da modalidade junto à Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), professor voluntário de goalball no Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), sócio-fundador da União dos Atletas Cegos do Distrito Federal (Uniace-DF ), entre outros.

 

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