ESPAÇO CHATÔ

Ana Torres fala sobre inclusão pela arte na exposição Oficina da cor

Trabalho é voltado para pessoas com síndrome de Down, outras deficiências e aqueles que buscam terapia na arte


Camila de Magalhães -

Publicação: 30/12/2015 17:59 | Atualização: 30/12/2015 18:00

 (Camila de Magalhães/FAC/D.A Press)

 

A ideia de fazer a arte uma terapia para pessoas com síndrome de Down, autismo, esquizofrenia e até mesmo para aquelas que procuram apenas relaxar é defendida pela artista plástica brasiliense Ana Torres, dona do Atelier Oficina da cor. Ao lado das colegas Denise Toscani e Tânia Magalhães, ela lidera um trabalho inclusivo que chega pela segunda vez ao Espaço Chatô, da Fundação Assis Chateaubriand. O resultado dele pode ser visto até 1º de janeiro de 2016, na exposição Oficina da cor.

São obras envolventes, que utilizam diversas técnicas de pintura em óleo, acrílica, pastel, aquarela, carvão. As telas são assinadas pelos alunos Artur Moraes, Carmem Valença, Cláudia Pinheiro, Eber Bacelar, Ednéia, Fátima Menezes, José Pedro, José Roberto Cunha, Katsue Yura, Myrian Cruz, Paloma Rodrigues, Roque Oliveira, Stryce Kimberly, Susana Lyra e Tonico.

Para a tutora Ana Torres, os benefícios trazidos para os alunos são inúmeros e passam pela socialização, elevação da autoestima, tranqüilidade. Confira a entrevista com a artista:

Como começou esse trabalho de inclusão pela arte?

Comecei dando aulas de arte. Tinha um amigo cujo irmão tem síndrome de Down e me perguntou se eu gostaria de fazer uma experiência em dar aulas para ele. Eu disse que gostaria e comecei a estudar sobre o assunto, fiz uma pós-graduação, tive muita informações sobre como trabalhar com arte para pessoas especiais e isso tem uns 13 anos. Vejo que meu trabalho tem dado frutos.

De que forma a arte ajuda seus alunos?
A arte em geral é uma terapia. Temos nessa exposição trabalhos de 15 alunos, sendo sete com síndrome de Down, autismo, esquizofrenia. Temos outros alunos que estão ali para uma psicoterapia. Chegam no atelier e, a partir das cores e temas escolhidos, eles fazem uma catarse. Às vezes, usam uma cor que estão precisando para acalmar ou melhorar uma energia. Há, inclusive, a comunicação entre os alunos. Isso cria um elo, com um assunto em comum, que é a arte, e faz com que a pessoa se sinta bem. Além disso, a família tende a superproteger as pessoas com síndrome de Down. No atelier, eles aprendem a ser mais independentes.

O que mais aprendem no atelier?
O tema e a escolha das cores são livres. Damos uma noção dos fundamentos do desenho. Eles aprendem a parte técnica, proporção. O olhar que os meninos com síndrome de Down têm da natureza é um pouco distorcido. É importantíssimo aprenderem sobre proporção. Fazemos atividades ao ar livre para olharem bem e memorizarem. A partir do ensaio e erro, eles memorizam o que é certo.

Exposição Oficina da Cor
De 8 de dezembro de 2015 a 1º de janeiro de 2016
Visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h
Espaço Chatô – térreo do bloco 1
Entrada gratuita. Classificação livre.
Informações pelo telefone (61) 3214-1350

 

Acompanhe as novidades em nossas redes sociais

www.facebook.com/fundacaoassischateaubriand

www.facebook.com/espacochato

www.twitter.com/FAChateaubriand

www.linkedin.com/company/fundação-assis-chateaubriand