Romualdo Dantas, gerente didático-pedagógico do Centro Olímpico e Paralímpico da Estrutural
“O simples fato de ocupar o tempo dos meninos aqui no Centro já é ótimo. A gente ainda tem o trabalho que visa primeiro formar o cidadão e, se pintar um atleta, ajudamos para que ele possa ter a primeira base. É um trabalho de formiguinha que surte efeito. A gente percebe que tem muitas crianças que poderiam ter se envolvido com coisas erradas, mas, por permanecerem aqui, acabam ocupando o tempo e deixam de alimentar coisas ruins que temos aqui próximo do nosso centro. A Estrutural tem crianças envolvidas com tráfico, que acaba levando a roubos, brigas e até mortes. O Centro Olímpico e Paralímpico combate isso, dá a oportunidade de a criança ter uma vida social normal. Muitos alunos necessitam de um abraço e de carinho, já que muitos são criados por outros parentes que não os pais. Nossos professores participam da formação da identidade desses alunos e se tornam um exemplo positivo na hora de educar. Esse laço de amizade faz toda a diferença na vida deles.”
Guillermo Diaz Alonso, médico do Programa Saúde da Família
“Os principais problemas de saúde da comunidade da Estrutural são sociais, principalmente na Invasão Santa Luzia. O Centro Olímpico e Paralímpico, como intervenção social, contribui muito para diminuir o impacto dos problemas sociais, como alcoolismo, drogas, violência, problemas familiares. Esses problemas se expressam no ponto de vista biológico: pressão alta, diabetes, problemas de relacionamento e de conduta dos meninos, meninas grávidas. Se o Centro Olímpico não existisse, o que seria dessas pessoas? É preciso uma socialização guiada, com professores. A atividade física, mais do que melhorar o corpo, melhora o ânimo, a autoestima. Contribui muito para o desenvolvimento físico e psicológico da comunidade."
Marcos Aurélio Sudário, Educador social do Centro de Orientação Socioeducativa (Cose)
“Tanto o Cose quanto o Centro Olímpico e Paralímpico são maneiras de tirar essas crianças da rua. Aqui na Estrutural, o consumo de droga é muito alto. Temos casos de crianças que saíram do nosso apoio e estão presos, outros já morreram por tráfico, roubo, assalto. A gente se preocupa muito em continuar a prestar essa assistência. Hoje são poucos que estão indo para a marginalidade. Assim os meninos passam o dia inteiro em atividade. No Centro Olímpico, procuramos encaixá-los em todas as modalidades, com possibilidade de mudar a cada três meses. Se gostou, fica. Se não quiser, muda. É importante para a criança ter uma visão do esporte que gosta. Tem criança que não queria nem ver karatê e hoje não quer mais sair.”