Hipertensão arterial atinge de 6% a 8% de crianças e adolescentes no Brasil
Especialistas alertam sobre a falta de preocupação em medir a pressão arterial nessas fases
Agência Brasil
Publicação:26/04/2013 09:47Atualização: 26/04/2013 10:02
A hipertensão na criança e no adolescente será o foco da campanha que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) vai desenvolver este ano, com atividades em todos todos os estados e no Distrito Federal, no Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, comemorado nesta sexta-feira. De acordo com dados da SBC, de 6% a 8% das crianças e adolescentes brasileiros na faixa de 7 a 20 anos, têm a doença.
Para o coordenador da campanha e diretor da SBC, Carlos Alberto Machado, a maior preocupação é que não existe entre os brasileiros a cultura de medir a pressão arterial durante a infância e a adolescência. Ele alertou que há possibilidade de esses índices aumentarem porque também tem crescido o número de crianças obesas no país. " É importante mudar o estilo de vida dessas crianças. É muito mais fácil mudar o estilo de uma criança do que de um adulto", disse o médico.
A diretora científica da Regional da Baixada Fluminense da Sociedade, Sonia Regina Zimbaro, classificou a hipertensão como "assassina silenciosa" porque não tem sintomas e os pais, geralmente, só levam a criança ao médico quando ela tem febre. "Acima de 3 anos de idade, quando as vacinas já foram dadas, praticamente os pais não levam mais ao pediatra como rotina e, a partir daí, não são levadas com frequência ao médico. A obesidade infantil está na nossa frente. Hoje temos crianças com 5 anos que já estão obesas. Uma pressão de 120 por 80 pode ser elevada se a criança tiver obesidade", informou.
Ela disse que estão sendo registrados casos de lesões em órgãos como o coração, cérebro e o rim, além da visão e de vasos de membros inferiores, provocadas pela alteração dos níveis de pressão. "Então, temos que tratar quem tem fatores de risco e fazer também a prevenção. Se essa criança tiver uma hereditariedade de hipertensos, ela deve desenvolver a doença ao longo da vida. E é preciso alertar também as adolenscentes que estão engravidando. É um risco se ela tiver histórico familiar de hipertensão", esclareceu a médica que defendeu a inclusão da aferição da pressão arterial nos exames admissionais dos alunos nas escolas.
A Diretoria de Promoção de Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou uma cartilha em seu portal, com orientações (clique aqui e acesse). O cardiologista Carlos Alberto Machado disse que qualquer pessoa pode ter acesso à cartilha eletrônica, que poderá ainda ser utilizada por um professor como material didático em sala de aula.
A cartilha esclarece que a hipertensão não apresenta sintomas na maioria das vezes, mas quem tem tonturas, falta de ar, palpitações, enjoos e náuseas, dor de cabeça frequente, cansaço inexplicável ou alterações na visão, deve procurar um atendimento especializado. “O tratamento e acompanhamento da pressão alta são feitos por toda a vida", lembrou o diretor.
Para os profissionais de saúde, a SBC gravou uma aula para mostrar como é medida de forma correta a pressão arterial de uma criança. Segundo Machado, a pressão arterial medida precisa ser comparada com uma tabela que inclui idade, estatura e sexo, para que o diagnóstico seja feito. Com a campanha, a instituição espera que a hipertensão na criança passe a ser identificada e combatida precocemente.
A vida sedentária, com as crianças mais recolhidas dentro de casa sem fazer exercício, o tabagismo entrando na adolescência, a alimentação inadequada com os fast foods são fatores que causam a elevação da pressão nessas faixas de idade
Para o coordenador da campanha e diretor da SBC, Carlos Alberto Machado, a maior preocupação é que não existe entre os brasileiros a cultura de medir a pressão arterial durante a infância e a adolescência. Ele alertou que há possibilidade de esses índices aumentarem porque também tem crescido o número de crianças obesas no país. " É importante mudar o estilo de vida dessas crianças. É muito mais fácil mudar o estilo de uma criança do que de um adulto", disse o médico.
A diretora científica da Regional da Baixada Fluminense da Sociedade, Sonia Regina Zimbaro, classificou a hipertensão como "assassina silenciosa" porque não tem sintomas e os pais, geralmente, só levam a criança ao médico quando ela tem febre. "Acima de 3 anos de idade, quando as vacinas já foram dadas, praticamente os pais não levam mais ao pediatra como rotina e, a partir daí, não são levadas com frequência ao médico. A obesidade infantil está na nossa frente. Hoje temos crianças com 5 anos que já estão obesas. Uma pressão de 120 por 80 pode ser elevada se a criança tiver obesidade", informou.
Saiba mais...
Para Zimbaro, a vida sedentária, com as crianças mais recolhidas dentro de casa sem fazer exercício, o tabagismo entrando na adolescência, a alimentação inadequada com os fast foods (comida rápida, em inglês) são fatores que causam a elevação da pressão nessas faixas de idade.- Adolescência demanda atendimento médico especializado
- Pesquisadora de Montes Claros elabora cartilha para combater obesidade em crianças e adolescentes
- Atenção, hipertensos: Anvisa aprova primeiro sal sem sódio do Brasil
- Dilma diz que 18 milhões já foram beneficiados com remédios para diabetes e hipertensão
- Número de hipertensos permanece estável no país, indica pesquisa do Ministério da Sáude
- Nova técnica pode ajudar hipertensos que não respondem ao tratamento convencional
- Campanha de prevenção de diabetes e hipertensão deve atender duas mil pessoas neste sábado
- Estresse aumenta em duas vezes risco de ataque cardíaco
- Sobreviver ao câncer na infância predispõe a doenças crônicas
- Puberdade precoce tem origem genética
- Especialistas indicam controle alimentar e tratamento psicológico para crianças com obesidade mórbida
- Ensino da dança do ventre para crianças é polêmico e divide opiniões
- Pediatria em BH: poucos hospitais, déficit de profissionais e muitos dramas
- Coração partido não é a única ameaça ao coração adolescente
- Crianças americanas sofrem cada vez mais com as alergias
Ela disse que estão sendo registrados casos de lesões em órgãos como o coração, cérebro e o rim, além da visão e de vasos de membros inferiores, provocadas pela alteração dos níveis de pressão. "Então, temos que tratar quem tem fatores de risco e fazer também a prevenção. Se essa criança tiver uma hereditariedade de hipertensos, ela deve desenvolver a doença ao longo da vida. E é preciso alertar também as adolenscentes que estão engravidando. É um risco se ela tiver histórico familiar de hipertensão", esclareceu a médica que defendeu a inclusão da aferição da pressão arterial nos exames admissionais dos alunos nas escolas.
A Diretoria de Promoção de Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou uma cartilha em seu portal, com orientações (clique aqui e acesse). O cardiologista Carlos Alberto Machado disse que qualquer pessoa pode ter acesso à cartilha eletrônica, que poderá ainda ser utilizada por um professor como material didático em sala de aula.
A cartilha esclarece que a hipertensão não apresenta sintomas na maioria das vezes, mas quem tem tonturas, falta de ar, palpitações, enjoos e náuseas, dor de cabeça frequente, cansaço inexplicável ou alterações na visão, deve procurar um atendimento especializado. “O tratamento e acompanhamento da pressão alta são feitos por toda a vida", lembrou o diretor.
Para os profissionais de saúde, a SBC gravou uma aula para mostrar como é medida de forma correta a pressão arterial de uma criança. Segundo Machado, a pressão arterial medida precisa ser comparada com uma tabela que inclui idade, estatura e sexo, para que o diagnóstico seja feito. Com a campanha, a instituição espera que a hipertensão na criança passe a ser identificada e combatida precocemente.