ESPORTE E CIDADANIA

Fundação Assis Chateaubriand elabora metodologia de ensino

Com a identificação de melhores práticas de treinamento esportivo, equipe pedagógica desenvolverá formas de aperfeiçoar o trabalho nos Centros Olímpicos


Publicação: 29/04/2016 14:54 | Atualização: 29/04/2016 14:55

Professores avaliam melhores práticas de treinamento esportivo de seis modalidades, entre as quais futsal (Alex Sandro de Queiroz/FAC/D.A Press)
Professores avaliam melhores práticas de treinamento esportivo de seis modalidades, entre as quais futsal


Carolina Lobo

A Fundação Assis Chateaubriand iniciou a elaboração de metodologia de ensino esportivo para aplicar nos sete Centros Olímpicos e Paralímpicos (COPs) do Distrito Federal sob sua gestão – Estrutural, Sobradinho, São Sebastião, Riacho Fundo I, Samambaia, Parque da Vaquejada e Setor O, ambos em Ceilândia. Com isso, a instituição tem condições de aperfeiçoar o seu trabalho em prol do esporte que transforma as comunidades atendidas ao oportunizar o acesso gratuito às atividades esportivas, afastando crianças e jovens da violência urbana e das drogas.

“Acreditamos que com a construção da metodologia de ensino vai haver melhoria do nível esportivo, além de impactar positivamente na participação dos atletas dos Centros nas competições e na seleção do programa Futuro Campeão”, destaca Márcio Falcão, gerente geral de dois COPs e um dos coordenadores do projeto de construção da metodologia esportiva.

Ele explica que a iniciativa surgiu da necessidade de padronizar a metodologia em todas as unidades esportivas, gerando, assim, o aperfeiçoamento do trabalho técnico. “Faz parte do processo de melhoria da ponta. Atualmente, como não existe uma padronização, cada professor utiliza sua vertente de estudo. Então isso dá muita divergência na mesma modalidade”, ressalta.

O fato de não haver controle do que o professor está ministrando nas aulas influencia no acompanhamento e na avaliação. “A partir do momento no qual é definido o conteúdo programático anual da modalidade temos condições de controlar o que está acontecendo no COP efetivamente e de auxiliar o professor. Hoje não há uma ementa, e isso acaba por ‘respingar’ no aluno, porque sem haver uma diretriz não há condições de cobrar o professor. E aí o conteúdo também foge ao nosso controle. Dessa forma, não sabemos o grau de desenvolvimento dos nossos alunos na modalidade e nem se está havendo algum desenvolvimento, porque não há uma avaliação efetiva, apenas subjetiva – temos um retorno subjetivo do professor. E já que não tem avaliação, tanto o professor quanto o aluno não sabem no que melhorar e onde chegar”, elenca as dificuldades atuais.

O gerente enfatiza que a criação da metodologia esportiva não foi uma demanda externa e sim uma necessidade da Fundação Assis Chateaubriand de se aprimorar. “Desde 2014, quando paramos para analisar os processos dos Centros Olímpicos e Paralímpicos, entendemos que havia a necessidade de construir uma metodologia. Na época procuramos algumas parcerias e nos aproximamos de universidades para tentar uma consultoria nessa elaboração, mas não conseguimos. E este ano ‘caiu a ficha’: a Fundação tem quase 200 profissionais formados em educação física, temos a estrutura e a experiência, portanto temos capacidade de construí-la. Com o apoio da instituição, que entendeu como uma decisão estratégica no âmbito da busca permanente pela eficácia e efetividade das ações da Fundação, e com a expertise do nosso grupo não temos mais o que esperar e iniciamos o projeto piloto.”

Projeto piloto

Desde março grupo formado por 39 profissionais – entre gerentes gerais, gerentes didático pedagógicos e professores identificados como lideranças das modalidades – começou a identificar e organizar as melhores práticas para construir a metodologia esportiva, que será implementada ainda este ano.

Inicialmente foram selecionadas seis modalidades para este projeto piloto – atletismo, basquete, futsal, futebol society (futsete), natação e voleibol –, escolhidas por serem atividades presentes em todos ou quase todos os sete Centros Olímpicos e Paralímpicos.

Vantagens

Segundo Márcio, as possibilidades que surgem após a criação e implementação da metodologia são várias, entre as quais ser possível garantir o desenvolvimento do aluno na modalidade e, por meio da avaliação do rendimento do aluno, o professor ter condições de melhorar seu plano de aula de acordo com o resultado. “Saber se nosso aluno está evoluindo é o principal. Por meio do resultado, o professor entende qual fundamento esportivo da modalidade precisa melhorar a explicação para melhorar a turma”, afirma.

Ao ter controle do desenvolvimento dos alunos, a equipe pedagógica poderá dar suporte ao professor e ajudá-lo na evolução da sua modalidade no COP. “Se o aluno não está desenvolvendo, estiver ruim em todas as avaliações, o professor vai diagnosticar junto com o gerente didático pedagógico e a Gerência de Apoio Social (GAS) para descobrirem se é um problema didático, pedagógico, psicológico, ou, inclusive, identificar problemas que podem estar ocorrendo com nosso aluno fora do Centro e que está influenciando no esporte. Também com posse dessa avaliação, o gerente didático pedagógico tem condições de sentar com o professor vendo o plano de aula e fazer um plano de passe melhor, por exemplo. Atualmente o que ocorre é só uma conferência de plano de aula. Tem um propósito, mas está tudo no campo da subjetividade”, diz Márcio.

Outras propostas que estão sendo feitas nesse processo são um boletim que apresentará o desenvolvimento do bimestre e um congresso de cada uma dessas seis modalidades do projeto piloto no final do ano para obter um compilado das avaliações e analisar as melhores práticas. “Então veja a importância de implementar essa metodologia esportiva e o quanto de possibilidades isso nos oferece depois de implantado”, comemora.

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