Carolina Lobo
A terceira edição do Fórum Interamericano de Filantropia Estratégica (FIFE 2016) foi realizada de 5 a 8 de abril em Fortaleza. Iniciativa do Instituto Filantropia, o evento tem como objetivo reunir temas variados voltados à gestão do terceiro setor.
O FIFE 2016 contou com o apoio institucional do Movimento Nacional ODS Nós Podemos (MNODS). A secretária nacional de comunicação do MNODS, Mariana Borges, também superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, conduziu a palestra “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): o presente e o futuro que queremos”, no dia 8. Na ocasião, fez um resgate histórico do desafio mundial estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 ao lançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, seus resultados e legados e apresentou aos participantes a Agenda 2030 aprovada por unanimidade pelos países membros da ONU em 2015.
Em entrevista, a diretora executiva do Instituto Filantropia, Thais Iannarelli, avalia os resultados do Fórum. Confira:
Qual o objetivo do FIFE 2016?O FIFE tem como objetivo reunir palestrantes de diversos temas voltados à gestão do terceiro setor, fortalecendo a missão do Instituto Filantropia, que é a de democratizar informações de gestão para organizações sociais. Assim, em mais de 100 atividades, o evento aborda temas voltados à legislação, contabilidade, captação de recursos, comunicação, administração, recursos humanos, voluntariado, sustentabilidade, tecnologia, entre outros. Lembrando que a edição de Fortaleza foi a terceira. A primeira ocorreu em Natal, em 2014, e a segunda em Gramado, em 2015.
As expectativas do Instituto Filantropia eram altas para a realização do FIFE 2016. Foram alcançadas? Em quais aspectos?Sim! Na verdade, o evento superou muito nossas expectativas. Estávamos esperando 500 pessoas, mas conseguimos 581 participantes, o que, para um ano de crise, é um número excelente. O crescimento do evento está sendo muito satisfatório, e a aprovação dos temas e dos palestrantes também tem se mostrado significativa. Outro ponto interessante é a presença de representantes de 24 estados do Brasil, o que mostra a abrangência do evento e dos temas abordados, que podem ser usados e aproveitados por organizações de todo o país.
Quais os debates que obtiveram maior repercussão?Dentre os debates que mais causaram polêmica, o tema remuneração de dirigentes foi bem acalorado, dividindo as opiniões entre os que são contra e a favor devido às mudanças trazidas pela Lei nº 13.019/2015. O debate sobre a própria Lei nº 13.019, que define o marco regulatório das Organizações da Sociedade Civil (OSCs), também teve muitas perguntas, pois a nova legislação ainda deixa muitas dúvidas nas organizações. Outro debate interessante abordou o impacto da crise no terceiro setor e contou com a participação de Wellington Nogueira, fundador do Doutores da Alegria, e André Degenszajn, secretário-geral do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE). Outras discussões interessantes também aconteceram, como a ética na captação de recursos, o papel do terceiro setor x o papel do Estado, o Simples Social e a imunidade tributária para as organizações.
O aplicativo App FIFE 2016 foi uma inovação desta edição? Qual o objetivo e em que aspecto auxiliou nas avaliações das palestras e do evento de forma geral? O aplicativo foi lançado no FIFE 2015, mas teve muitas melhorias para 2016. No ano passado o participante só conseguia visualizar a agenda e se localizar no evento, além de ver as fotos postadas no Instagram com a hashtag do evento. Neste ano, pelo aplicativo o participante podia avaliar cada palestra individualmente, separando por conteúdo, palestrante e audiovisual, o que foi ótimo, pois pudemos visualizar cada uma separadamente. O aplicativo também possibilitou o envio de perguntas para os debates. A ideia foi organizar os debates e economizar tempo, pois todas as perguntas já estavam focadas no mediador.
Por meio do aplicativo, como foi a avaliação dos participantes?Das 101 atividades realizadas, 89 foram qualificadas pelos participantes por meio do aplicativo do FIFE. O resultado foi bem satisfatório: 70% das atividades foram avaliadas como excelentes; 27% como boas; 3% como regulares; 0% como ruins ou péssimas. Além da avaliação pelo aplicativo, fizemos uma avaliação geral pós-FIFE com os participantes e o resultado foi muito bom! 96,4% dos participantes pretendem ir ao FIFE 2017, e 87,4% acharam o conteúdo do evento bom ou excelente.
A superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, que é secretária nacional do Movimento Nacional ODS Nós Podemos, proferiu a palestra “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): o presente e o futuro que queremos”. O que pode ser destacado desse tema e da parceria do Instituto Filantropia com o MNODS?Os ODS são extremamente importantes para o futuro do planeta e estão de acordo com os princípios da sustentabilidade que o Filantropia defende e divulga sempre. Por isso achamos importante levar o assunto ao FIFE no dia do encerramento com o intuito de promover a reflexão entre os participantes sobre a importância do tema.
No encerramento do FIFE 2016 já foram divulgadas as informações da próxima edição, daqui um ano. Quais são as novidades?O FIFE 2017 ocorrerá em Foz do Iguaçu, de 4 a 7 de abril. Ainda não definimos a programação, porém ela será baseada em novidades que estiverem ocorrendo no terceiro setor. Falaremos sobre tecnologia e como as inovações nesta área podem ajudar a administração de uma organização, pois este assunto é sempre solicitado pelos participantes. Mas os temas mais ‘clássicos’, como contabilidade, legislação e captação de recursos, não ficarão de fora. Esperamos pelo menos 700 pessoas para esta edição do FIFE. Já é possível conferir algumas informações em
www.fife.org.br.
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