SARAU CHATÔ

23º Sarau Chatô festeja Peru e Acre em 25 de abril

Musical com valsas, show de percussão, voz e violão, contação de histórias, artesanato e gastronomia homenageiam as culturas peruana e acreana em mais um evento realizado pela Fundação Assis Chateaubriand em 2017


Publicação: 13/04/2017 15:52 | Atualização: 20/04/2017 12:36

 

 

Com tradições indígenas, italianas, japonesas e espanholas arraigadas em sua cultura e gastronomia, o Peru será o país homenageado na 23ª edição do Sarau Chatô, que também festeja a brasilidade irreverente da arte com raízes do Acre. A festa multicultural recebe atrações das duas localidades no dia 25 de abril, a partir das 19h, no Hípica Hall. Música, dança, poesia, artesanato e gastronomia dão o tom do encontro de culturas. O evento é promovido pela Fundação Assis Chateaubriand e tem o patrocínio da Petrobras.

 

As cores e a alegria dos peruanos

A arquitetura e a natureza exuberantes, a mistura de raças, o colorido e a alegria dos costumes e tradições fazem do Peru, berço da civilização Inca, um país de contrastes, um caldeirão cultural que encanta visitantes de todas as partes do mundo. Dentro dele, a confluência de vivências tão distintas gerou uma efervescência cultural que deixa o calendário repleto de festas populares o ano inteiro. São festejos folclóricos e de santos padroeiros, procissões, carnavais e rituais que celebram a liberdade, Deus e a natureza.

 

A música e a dança sempre tiveram um papel importante na sociedade peruana, desde a época pré-colombiana, e até hoje é marca da expressividade popular. As duas manifestações desembarcam no Sarau Chatô com o colorido e o gingado desse povo simpático que adora compartilhar da sua riqueza histórica e cultural.

 

A dança chega com o Ballet Folclórico Peruano de Brasilia e seus bailes típicos. O grupo apresentará a marinera (Concha Perla), o huayno (Que Linda Flor) e a danza selvatica (Anaconda). A música ecoará com os acordes da dupla Viajantes del tiempo, que fará uma apresentação repleta de melodias instrumentais tradicionais no lado peruano dos Andes. O palco também recebe a agrupação musical Jarana Peruana, um projeto da Embaixada do Peru que revela a contribuição artística de influentes músicos do país, como Chabuca Granda, Luis Abelardo Nuñez, Adrián Flores Alván, entre outros. A percussão também alegra o Sarau com o grupo Cajones do Peru, que toca o instrumento de origem afro-peruana cujo formato é de uma caixa e, em geral, acabamento simples em madeira.

 

A arte e a poesia do Acre

Visto por muitas décadas como um ponto perdido no mapa do Brasil, o Acre faz fronteira com o Peru e ultrapassa os limites de seu território levando ao mundo a mensagem de que o uso sustentável dos recursos naturais é fomentador dos valores culturais, ambientais e sociais. É nesse contexto que a poesia, a música, a gastronomia e o artesanato do Estado repercutem Brasil afora e trazem ao Sarau Chatô as nuances da originalidade do Norte brasileiro.

 

Os sabores do Acre, influenciados por portugueses, libaneses, nordestinos, índios, bolivianos e peruanos estarão na festa com pratos típicos que poderão ser degustados pelo público. O artesanato mostrará suas cores nos objetos de marchetaria, com peças feitas a partir de ouriços de castanha, fibras, palhas, cipós, sementes, látex, fios de algodão cru e miçangas, itens que integram o repertório de matérias-primas usadas pelos indígenas e artesãos.

 

Entre as apresentações artísticas, música e poesia abrem alas no chão do Sarau. Keilah Diniz, Alberan Moraes e Beto Brasiliense cantam o Norte brasileiro e encantam o público de Brasília. Beto, que também é professor de artes, mora e trabalha na capital do país, mas traz na alma a sonoridade da banda Flora Sonora, grupo que integrou lá em Rio Branco em meados dos anos de 1970. “Vou cantar a canção 1877, composta no bairro da Capoeira, na capital acreana. É uma rememoração da grande seca de 1877, mazela que provocou uma enorme onda de imigração nordestina para a região amazônica, incluindo o Acre”, adianta. O compositor e músico Alberan Moraes também se apresenta.  Ele, que estudou em Belo Horizonte na Música de Minas Escola Livre, criada por Milton Nascimento e Wagner Tiso, carrega em seu trabalho a inspiração regional. “Minhas músicas refletem a natureza e a identidade amazônica. São coisas que trago em mim”, revela.

 

O público poderá apreciar ainda a poesia de Francis Mary Alves de Lima e a contação de histórias de Karla Martins. Conhecida também como Bruxinha, Francis é uma acreana de Rio Branco que passou infância e adolescência subindo em árvores, tomando banhos de açudes e ouvindo histórias sobre as pessoas e os mitos da floresta, contada pelos avós. “O imaginário dos povos da floresta é a minha principal fonte de inspiração”, diz a poetisa que começou a recitar em bares e em atos públicos. Karla é atriz e migrou para o Rio de Janeiro, em meados dos anos 80, onde iniciou seu trabalho como contadora de histórias. Retornou para o Acre em 1994 e mantém atividades permanentes como contadora de histórias, integrando a Rede Latino-americana de Contadores de História. Foi consultora da minissérie Amazônia: De Galvez a Chico Mendes, de Glória Perez.     

 

O projeto

Promovido pela Fundação Assis Chateaubriand com patrocínio da Petrobras desde 2011, o Sarau Chatô revela as diferenças e semelhanças aparentemente improváveis entre as expressões culturais de um estado brasileiro e de um país com embaixada em Brasília. O resultado é uma experiência riquíssima de cores, música, teatro e dança em uma festa animada e aberta ao público. 

 

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