Por Ricardo Cabral*
O desenvolvimento da sociedade baseia-se em vários pilares, e a saúde sempre vai ser um dos mais importantes. A mortalidade materna tem um grande impacto dentro da dignificação social. A mulher que se habilita a engravidar é a raiz da continuidade da sociedade. É ela que se expõe a um ato digno e humano, e até de morte, em consequência de más ações de gestão ou más ações culturais que seriam corrigíveis, como já foram corrigidas em outros países.
A sociedade que as instituições do Brasil devem se basear é aquela em que as pessoas podem se expor a situações naturais sem temer pelo seu futuro, sua saúde porque sabem que todo o arcabouço social está preparado para recebê-la. O papel dos governos e setor privado é devolver a essa mãe a segurança que ela precisa para enfrentar a maternidade e ter um resultado seguro e de muita saúde.
Vejo a mortalidade materna como uma questão muito mais ampla do que a medicina, é uma questão social, de abraçar e receber com dignidade, humanidade e segurança.
Infelizmente, por mais que tenha havido medidas nas diversas instâncias dos estados brasileiros, ainda não conseguimos levar a mortalidade materna aos níveis adequados. Por que? Existem questões como o aborto clandestino no Brasil, responsável por expressiva mortalidade materna, grande índice de parto cesariana realizado nos hospitais públicos e privados, além da falta de condições e acesso a bons cuidados de pré-natal e perinatal que ainda expõem as nossas mães a riscos que deveriam ser inaceitáveis. Muito também se dá pela incapacidade de compreensão das gestantes dos próprios riscos.
Ricardo Cabral: Informações sobre a saúde da gestante e do bebê foram acessadas por 3 milhões de visitantes
Daí a importância de ações que capacitam e empoderam as mães para que possa enfrentar as condições de saúde. Valorizamos muito todas as ações de instâncias governamentais e privadas que visam diminuição da mortalidade materna.
Nosso projeto pela Rede Mães de Minas, voltado para o público mineiro, já reúne resultados expressivos. Nossas orientações e informações sobre a saúde da gestante e do bebê já foram acessadas por 3 milhões de visitantes no site www.redemaesdeminas.com.br e temos mais de 10 mil grávidas sendo orientadas. Pelas informações que nos passam, somos capazes de filtrar dados e encaminhá-las ao atendimento correto na maternidade. E recebemos diversos cumprimentos das mães pelo serviço prestado.
Estamos trabalhando e fazendo nosso papel no exercício da cidadania e como partícipes da sociedade para a diminuição da mortalidade materna. Manifestamos a nossa missão de controle da mortalidade materna, gerindo projetos, buscando parceiros para que a rede cresça.
Sempre foi um objetivo meu criar projetos massificáveis, que pudessem multiplicar as mãos dos médicos para atender muita gente ao mesmo no tempo. É muito dignificante, prazeroso e positivo participar de um projeto que atende tanta gente e saber que fazemos a diferença desde 2012.
*Ricardo Cabral é médico ginecologista e obstetra, idealizador da rede social Rede Mães de Minas (www.redemaesdeminas.com.br) e consultor da Fundação Assis Chateaubriand.
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