ESPORTE EM FOCO

Wanderson Cavalcante revela potencial do tênis em cadeira de rodas

Em entrevista, o coordenador nacional da modalidade na CBT destaca futuro promissor do esporte


Camila de Magalhães -

Publicação: 03/07/2015 20:30 | Atualização: 03/07/2015 21:22

 (Camila de Magalhães/FAC/D.A Press)
Formado em educação física, Wanderson Cavalcante se aproximou do tênis durante a faculdade, apaixonou-se pela modalidade em cadeira de rodas e decidiu se aperfeiçoar. Hoje é uma das maiores referências do país nesse tipo de treinamento. Está à frente da coordenação nacional da modalidade na Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e, junto com as seleções brasileiras feminina e masculina de tênis em cadeira de rodas, participou de diversos mundiais, Jogos Parapan-americanos e Jogos Paralímpicos.

De acordo com ele, o Brasil é o país com maior número de praticantes de tênis em cadeira de rodas na América Latina e o Distrito Federal é a unidade da federação com maior número de praticantes e maior representatividade de atletas nas seleções brasileiras feminina e masculina. Mesmo assim, Wanderson destaca que ainda há um potencial muito grande para o crescimento desse esporte.

 (Cadu Gomes/CB/D.A Press)
Na avaliação do coordenador da CBT, a capacitação de profissionais é um dos pontos principais para a disseminação da modalidade junto a pessoas com deficiência. Nos próximos dias 18 e 19 julho, Wanderson terá a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos técnicos com 40 professores de tênis, profissionais e estudantes de educação física. Ele vai ministrar a clínica gratuita de qualificação em tênis em cadeira de rodas no Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião.

A iniciativa inovadora do Esporte em foco é uma realização da Fundação Assis Chateaubriand, com patrocínio da Cartão BRB e apoio da Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) e Secretaria do Esporte e Lazer do Distrito Federal. Será a primeira vez que um projeto oferece qualificação em tênis convencional e em cadeira de rodas. A clínica de tênis convencional será com Carlos Chabalgoity em 11 e 12 de julho.

 

Confira a seguir a entrevista que Wanderson Cavalcante concedeu à Fundação Assis Chateaubriand.

Qual é o potencial de crescimento do tênis em cadeira de rodas no país?

O censo de 2010 mostra que 23,92% da população brasileira são pessoas com deficiência. Temos muito espaço para ter mais crianças e jovens praticando a modalidade. Com esse aumento, é preciso capacitar mais profissionais para ampliar as oportunidades dentro do esporte. Isso vai ser a base de um futuro melhor para o tênis em cadeira de rodas. Capacitar pessoas que possam desenvolver esse trabalho aumenta a gama de oportunidades.

O Distrito Federal é a unidade da federação com o maior número de praticantes na modalidade, aproximadamente 40. Perto do tênis convencional, parece um número baixo, mas por ser uma modalidade muito específica, é uma quantidade significativa. Hoje temos quatro homens do DF entre os 20 melhores do Brasil, cinco mulheres entre as 10 melhores, dois quads entre os cinco melhores e um júnior entre os 10 melhores do país. A expectativa de medalhas nas Paralimpíadas 2016 é grande.

Qual é a sua expectativa para a clínica de qualificação dos dias 18 e 19 de julho?

Brasília sempre foi um celeiro de descobertas no tênis olímpico e em cadeira de rodas. Temos muita estrutura na cidade. O que faltam são profissionais para que se possa fazer a expansão. No cenário de hoje, eu sozinho não dou conta. Precisamos de mais profissionais envolvidos, principalmente professores jovens.

Minha expectativa é a melhor. Estamos vivenciando um momento muito importante no cenário esportivo brasileiro. Falando de esporte para pessoas com deficiência, em 2016 teremos o maior evento do mundo aqui no Brasil, as Paralimpíadas. Participar dessa caminhada para 2016 é uma sensação indescritível. E fazer parcerias para desenvolver modalidades paralímpicas em Brasília e no Brasil é muito importante.

Qual é o perfil necessário para que esses profissionais se destaquem?


A primeira coisa é estar aberto para adquirir novos conhecimentos. Lidar com pessoa com deficiência exige um aprendizado especial, olhar diferenciado para essa pessoa, no sentido de ter que buscar mais conhecimento para trabalhar com esse público. Boa vontade, querer, descoberta do novo.

 

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