Carolina Lobo
Mais uma vez a paratleta Daniele Souza, 22 anos, aluna do Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de Samambaia, é destaque em campeonato de parabadminton. Ela acaba de participar da 1ª Etapa Nacional de Badminton e Parabadminton 2016
(foto), realizada em São Bernardo do Campo (SP), e conquistar dois ouros nas categorias WH1 simples feminino e WH1/WH2 duplas mistas, além de uma prata em WH1 simples feminino absoluto (junção de classes). No momento, ela já se prepara para a 2ª Etapa Nacional, que ocorrerá em junho, em Curitiba, e o Circuito Brasiliense de Badminton e Parabadminton, em maio.
Entre suas diversas vitórias, no final de 2015 ganhou três medalhas no Campeonato Brasiliense de Badminton e Parabadminton, sendo ouro nas disputas simples feminino e duplas mistas absoluto, e bronze na simples absoluto; em 2014, na 2ª Etapa Regional de Badminton, em Brazlândia, obteve três ouros nas categorias WH1 simples feminino, dupla mista e simples absoluto feminino; e em 2013, em Brasília, em campeonato nacional levou três ouros nas categorias WH1 simples feminino, simples feminino absoluto e dupla mista.
Em entrevista, Daniele fala sobre sua trajetória em três anos na modalidade esportiva, as dificuldades que enfrentou e os benefícios e superações que o esporte trouxe para sua vida. Confira:
Como você se interessou por esporte, de forma geral, e especificamente pelo parabadminton? Quem foi seu maior incentivador? Tudo começou por causa de minha mãe, que me obrigou a ir para o Centro Olímpico e Paralímpico. Eu não gostava de esportes e, além disso, não me achava capaz por estar em uma cadeira de rodas. Para mim ainda era difícil aceitar o fato de não poder mais andar. Mas, voltando para a pergunta, comecei jogando tênis de quadra, e depois me apresentaram ao badminton. Passei a praticar as duas modalidades, mas a paixão pelo parabadminton falou mais alto e então resolvi abandonar o tênis e me dedicar exclusivamente.
Há quanto tempo você treina no COP de Samambaia e com o técnico Alber Antônio, que integra a equipe pedagógica da Fundação Assis Chateaubriand? O que cada um – centro e técnico – representa na sua trajetória esportiva?Treino no COP e com o técnico Alber há três anos. Ah, os dois foram fundamentais. Ops, foram não, são muito importantes! Graças à estrutura do Centro e ao profissionalismo do meu técnico, que agora posso chamar assim (risos), foi possível chegar aonde cheguei. E sei também que há um longo caminho ainda para percorrer. A minha jornada só está começando.
Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou no começo? Ou ainda enfrenta? Quer saber se eu já sofri algum preconceito? Infelizmente isso é muito comum. As pessoas olham pra você com olhar de piedade. Acham que somos coitadinhos. No início eu me importava muito com isso, ficava até chateada. Mas agora sou tranquila a respeito disso, levo muito na esportiva. Apesar que tem horas que algumas pessoas merecem umas boas respostas, pela falta de noção.
Em sua opinião, qual o principal problema que um paratleta enfrenta no Brasil para seguir a carreira esportiva? O maior problema, sem dúvida, é a parte financeira: falta de apoio, patrocínio. Para seguir carreira, um atleta tem que se dedicar inteiramente ao esporte, mas infelizmente não é o que acontece na prática.
Qual a maior alegria e superação que o esporte te proporcionou? O que o parabadminton mudou na sua vida?Graças ao parabadminton minha vida mudou bastante. Descobri que independente da minha condição física, eu sou capaz sim de alcançar os meus objetivos, basta ter coragem pra enfrentar as pedras que aparecerem pelo caminho. Fiquei mais confiante e deteminada em correr atrás do que eu quero; consegui mais independência. E que venham mais mudanças!
Entre as suas conquistas, qual a mais importante para você?A conquista mais importante aconteceu em dezembro de 2015 no Campeonato Brasileiro de Parabadminton, realizado no Ginásio Poliesportivo do CIEF-SGAS 907, em Brasília. Conquistei quatro ouros nas categorias WH1 simples feminino, dupla feminina, dupla mista e simples absoluto.
O parabadmintonAs regras do parabadminton são as mesmas do badminton, modalidade convencional do esporte. As principais adaptações do parabadminton estão relacionadas às categorias, nivelando os atletas de acordo com sua deficiência; à quadra, com a diminuição da área de jogo quando necessário, ou seja, no caso dos atletas que utilizam cadeiras de rodas e dos atletas com comprometimento dos membros inferiores; e equipamentos adicionais (cadeiras de rodas específica para a modalidade, muletas e próteses).
O parabadminton foi reconhecido em 1996 pela Associação Internacional de Badminton para Deficientes. Atualmente existem 43 países filiados à Associação, que tem como principais objetivos a difusão do esporte pelo mundo e a inclusão da modalidade nas Paraolimpíadas de 2020.
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