Esporte em foco leva o tênis mais longe
Saldo das clínicas de qualificação foi de 80 estudantes e profissionais preparados para disseminar a prática do tênis convencional e em cadeira de rodas no DF
Considerada por especialistas como uma iniciativa inovadora por unir o tênis convencional e o tênis em cadeira de rodas, as clínicas de qualificação profissional do Esporte em foco foram um sucesso. Ao todo, 80 pessoas – entre atletas e professores de tênis, estudantes e profissionais de educação física – foram capacitados para iniciar a disseminação e popularização desse esporte no Distrito Federal. As aulas foram realizadas no Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião nos dias 11, 12, 18 e 19 de julho. E a ação foi desenvolvida pela Fundação Assis Chateaubriand com patrocínio da Cartão BRB e apoio da Secretaria do Esporte e Lazer do Distrito Federal e do Centro de Treinamento em Educação Física Especial (Cetefe).
As atividades foram conduzidas por grandes referências do esporte nacional: Carlos Chabalgoity e Wanderson Cavalcante. Chabalgoity é o tenista que mais trouxe títulos para Brasília: bicampeão mundial juvenil, bicampeão sul-americano e cinco vezes campeão brasileiro juvenil de tênis. Também foi treinador de equipes no Japão, quando participou da Copa Davis como assistente técnico da seleção japonesa. Já Wanderson é coordenador nacional de tênis em cadeira de rodas da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Foi capitão das seleções brasileiras feminina e masculina em seis mundiais, nos Jogos Parapan-Americanos do Rio 2007 e Guadalajara 2011, e nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012.
Momento de transformação
Tanta experiência teve reflexo nas aulas. Ambos os profissionais compartilharam seus conhecimentos, apresentaram um panorama do esporte, técnicas e metodologias de ensino para que os participantes das clínicas possam replicar o aprendizado em clubes, academias, escolas e centros esportivos, a fim de contribuir para a massificação do tênis na região. “É muito importante essa mobilização, o projeto tem que ser de todos. Quanto mais gente preparada e engajada, melhor”, observou Chabalgoity. Para ele, o tênis vive um momento de transformação: “O esporte ainda pode crescer muito. As crianças têm a vontade, só falta organizar as aulas, ter material apropriado e espaço para que tenhamos resultados. Com tudo isso sem um bom profissional envolvido, a coisa não anda, principalmente na iniciação esportiva. Se a criança é mal iniciada com um profissional ruim e metodologia não apropriada, isso morre. Vejo uma oportunidade de se trabalhar desde a iniciação até o profissional.”
Wanderson ressalta que existem poucas pessoas capacitadas para o tênis em cadeira de rodas no Brasil. Segundo ele, há espaço para muita gente nova entrar. “Muitas vezes, temos conhecimento de pessoas interessadas que esbarram na falta de profissionais. Se elas não podem praticar, a modalidade não se desenvolve. A contribuição do Esporte em foco é fundamental nesse sentido, de fazer com que o tênis se desenvolva mais tanto no Brasil como no DF. E para isso, a gente precisa de mais profissionais”, reforçou o professor.
Impacto na vida profissional
A oportunidade de se qualificar foi bem aproveitada por Valéria Pedrosa, professora de educação física do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 16 de Ceilândia. Na avaliação dela, a proposta da clínica de tênis convencional foi excelente. “Na escola pública em que trabalho, consegui material de tênis, mas não tinha capacitação. Esse curso foi uma oportunidade de levar a experiência de forma diferenciada aos meus alunos que não têm acesso ao esporte. Pretendo começar a aplicar logo, pois consegui absorver muita coisa para aprimorar a prática pedagógica”, afirmou a participante.
O professor de tênis Vinícius Luís Cirilo de Lima é um apaixonado pela modalidade em cadeira de rodas, mas não tinha experiência em dar aulas nessa área. “Como parti para dar aulas de tênis convencional, perdi um pouco o contato, mas meu sonho é seguir para a área de cadeira de rodas. O curso foi uma oportunidade incrível, só me dá mais vontade de persistir no meu sonho”, comentou Vinícius.
Técnico do Futuro Campeão de tênis no Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião, Wellington Dantas nunca atuou com cadeira de rodas e também aproveitou para ampliar os conhecimentos na área. “É uma experiência fantástica trabalhar com um público de pessoas com deficiência, que cresce muito. E agora temos essa oportunidade única. Fiquei bem empolgado para captar o máximo de informações", disse o professor. "Principalmente no Centro Olímpico e Paralímpico, onde sempre aparecem cadeirantes, é muito importante a gente ter mais qualificação para trabalhar com esses alunos”, avaliou Wellington.
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